22 junho, 2013

Fanfiction: Uma chance com Taylor Lautner - Capítulo 51 - Se beber não case! Participação de Kristen Stewart


Capa: @jessica_jeki
Texto/Fic: @ValzinhaBarreto
Ilustrações: @alexiaaugusto
Beta: Daya Engler
Musica tema: POV 1 - Red - “Taylor Swift”
Musica tema: POV 2 - TNT - ACDC

Olá meninas. Hoje a Fanfic está em um nível alto. Meio pesada, então quem não quiser ler, não leia. Hoje são dois POV, a narração do Taylor e depois da Sally, mas acontecimentos diferentes. A fic aborda com muito humor detalhes hilários dos personagens que vocês já conhecem e um lado do Taylor bem pessoal. Esse capítulo é a comemoração do aniversário do Taylor de 21 anos onde participam: Makena Lautner Sara Hicks, Hannah, Edi Gathegi, Kristen Stewart, Thor, Patrick Schwarzenegger, Nícolas Tedesco e no segundo POV, após a comemoração: Sally Tedesco, Aléxia Augusto, Taylor Lautner e Nícolas. Por favor, comentem o que acharam ou fica sem sentido continuar escrevendo para leitores fantasmas. Boa leitura.


POV Taylor

As palavras duras da Sally me fizeram sofrer. Em minha mente elas eram reproduzidas de maneira sussurrada, mas o amargor do rancor e da tristeza contornando cada uma delas agia contra meu peito como adagas afiadas, torcendo-o e propagando a dor enquanto colocava minha alma de joelhos. O mais estúpido de tudo isso é saber que eu merecia cada uma delas, sua pronuncia, entretanto, trouxe-me um desestimulo imensurável para a comemoração do meu aniversário.
Comemorar o quê quando tudo o que eu queria é dar meia volta e colocá-la em meus braços enquanto implorava seu perdão? – Era o que eu me perguntava enquanto tentava me fazer de forte e ignorar aquela dor latente me sufocando. Não queria comemorar nada que não fosse com ela... Com minha Sally.
Somente nós dois e ninguém mais. E, não precisamos de nada mais se tivéssemos um ao outro. Mas agora..., agora isso já não era possível.
Um pensamento, aquele maldito pensamento surgiu em minha cabeça como um refletor, deixando-me mais angustiado do que já estava, porém também me deu forças. Um pouco, bem pouco. Mas o suficiente para que a raiva surgisse me endurecendo e dispersando aquela dor lentamente.
Eu realmente achei que não conseguiria enfrentar meus amigos após ouvir as verdades inimagináveis para mim mesmo. Saber que tudo que eu temia estava acontecendo e que não podia fazer nada, e pior, que minha tentativa de ajudá-la somente fez a coisa toda pior era demais para mim. Pensei em desistir daquela comemoração e ir pra casa, acreditando que não havia salvado nada mais que fosse bom naquela noite, mas eu estava enganado.

Às vezes não notamos as relações que construímos no momento, mas muitas vezes de situações singulares surgem amizades que te escoltam por toda a vida. 

Posso dizer que eu nunca mais fui o mesmo depois que as palavras da Sally transpuseram-se no mais profundo do meu ser, me fazendo admitir e aceitar minha coleção de defeitos ignorada até então.
Nícolas encostou sua mão no meu ombro e me deixou mais desarmado ainda ao confrontar seus olhos azuis e dentes alvos como os da irmã. Eu não entendia no momento, mas ali era o anfiteatro para umas das relações mais importantes que pude estabelecer no decorrer da minha vida.
Involuntariamente, ele me incomodava usando o perfume dela e ainda esboçava o jeito de gesticular tais quais como os dela ao me oferecer consolo.
 “Hey, cara! O que houve?” Perguntou Nícolas atordoado com meu semblante de destruição.

“Nada.” Respondi encarando-o e tão logo joguei meu olhar para longe do rosto que tanto fazia maior minha dor enquanto uma e outra lágrima teimou em correr por meu rosto, e eu rapidamente as limpei.


Pelos cantos dos olhos, vi ele me observar surpreso, como se nunca tivesse visto um homem chorar. Eu não me incomodava com esta surpresa, tampouco acreditava que isto me fizesse menos homem. Somente queria deixar que elas viessem à tona quando estivesse só, porque era assim que eu estava: Sozinho. Ninguém compreendia.
E como poderiam fazê-lo?
“Quer desistir do boliche?” Ele inquiriu num tom baixo de camaradagem e solidariedade enquanto se encostava à porta da minha Mercedes.
“Não... Estão a nossa espera. Só preciso me recompor.” Respirei fundo juntando minhas forças e me apeguei ao pensamento que eu sabia que me daria uma ancora para seguir adiante. 
Entramos no carro e Nícolas tomou a liberdade de colocar uma música no intuito de animar a noite que nos aguardava. O trânsito estava um caos e eu estava esgotado de toda a tensão, que havia sugado minha alegria e vontades.
Eu havia falhado na tentativa de mandá-la de volta para o Brasil, e a sensação de impotência era mais forte do que a própria vontade de lutar. Eu não conseguia reagir, não conseguia tomar uma atitude. Naquele momento dado ao meu estado de choque por tudo que havia acontecido e escutado naquela noite, eu somente conseguia ficar parado. Neutro.
Nícolas parecia supor o tamanho da minha melancolia ou simplesmente não curtia romance, tanto que colocou uma música eletrônica que nunca recordo o nome, somente sei que era melhor algo que não falasse de sentimentos, pois aquele momento não era propício à reflexão. Eu precisava me desligar de tudo que Sally havia falado para que ninguém notasse o quão arruinado fiquei com suas sinceras palavras, porém, eu as assimilaria mais tarde, com mais tempo. Mas naquele momento, eu somente tinha certeza de duas coisas: primeira, eu queria anestesiar toda dor que eu sentia, precisava disso. E, segunda e mais importante, se pudesse voltar no tempo eu nunca causaria desconforto nenhum a ela. Nenhuma dor. Nenhum machucado. Nenhuma cicatriz.
Chegamos ao boliche para o espaço vip que havíamos reservado para a comemoração. Eu havia participado de um almoço de aniversário com a minha família, incluso meu avô Andy e meus tios de Michigan, então essa comemoração era voltada apenas para meus amigos, incluindo Patrick, o mais recente que havia me causado uma péssima impressão ao tentar seduzir Sally na casa de Adam.
Esse momento me trouxe o flash de Sally bêbada, era divertido lembrar-me disso, mas muito irônico após saber o quê aconteceu comigo no boliche.
Makena não abriu mão de participar do boliche, do festival de pizza e sanduíche, tal qual minha prima Hannah que veio em sua companhia me deixando pasmo ao ver seus olhos brilharem ao se focarem em Nícolas.
Será que os meus também brilhavam assim ao visualizar Sally? Perguntei-me sorrindo discretamente logo após. Tudo isso soava-me ridículo, mas não seria amor se assim não fosse.
“Oi! Boa noite. Onde estão meus presentes?” Cobrei ainda notando a rouquidão em minha voz pelo choro que Sally havia causado. 
“Estão todos ali.” Makena e Hannah responderam em um uníssono animado, quando notei a chegada de Edi com um embrulho misterioso vindo até mim.
Uma vez que estava em minha frente, ele me ofereceu o embrulho brilhoso e eu mais que depressa movido pela curiosidade tentei abrir este, mas Edi me parou.
“Só abra amanhã,” meus dedos congelaram pelo suspense em sua voz e meus olhos estreitaram “Feliz aniversário irmão.” Ele me deu um abraço apertado de irmão me deixando mais a vontade para esquecer o desconforto, que já se aliviava com sua companhia. “E então onde está o pessoal?” Perguntou notando a presença apenas de Makes e Hannah.
Sorri.
“Estão chegando bem atrás de você.” respondi vendo Patrick e Sara se aproximarem.
“Cara, agora que você já tem 21 vamos experimentar uma bebida bem bacana.” disse Patrick, me abraçando e completando a felicitação enquanto algo me dizia que aquilo não acabaria bem, mas eu estava dentro “Feliz aniversário Taylor, hoje vamos curtir até amanhecer o dia.”
Olhei em seu rosto e notei que ele já se perguntava quem era o cara comigo.
“Este é Nícolas,” apresentei “Ele vai me ajudar a sair vivo da sua bebida bacana” Caçoei, com um sorriso matreiro.
“Sério? Você aguenta Vodka com água de coco Nícolas?” Perguntou Patrick apertando a mão Nícolas em cumprimento.
Nícolas o mediu, zombeteiro, antes de sorrir largamente com um ar desafiador e respondeu:
“Eu aguento, mas duvido que você encare uma caipirinha brasileira e ainda se mantenha em pé.”
Patrick sorriu de volta aceitando o desafio imposto, parecia ter encontrado seu mais novo parceiro para a noitada e Hannah adsorvia seu olhar tão repetidamente em Nícolas que eu já me sentia constrangido, mas ele não a notava. Adolescentes pareciam não ser seu forte, notei isso ao ver Kristen chegando com seu cigarro na boca, levando-o a se levantar e puxar uma cadeira para a nova companhia da mesa enquanto a olhava com um olhar sedutor de cobiça. E eu fiquei lá, observando a cena assim como os outros.
“Olá.” Nícolas disse num tom galanteador enquanto Kristen se sentava, ela o olhou enquanto tirava o cigarro da boca, soprando a fumaça para o lado e lhe murmurou um – olá – de volta enquanto apagava sua dose de nicotina no cinzeiro sobre a mesa, mas Nícolas não desistiu, seus olhos fixos nela ao passo que lhe estendia a mão “Sou Tedesco, Nícolas Tedesco.” eu paralisei por um instante olhando para Kristen que o olhava, não ligando os sobrenomes, ela não me olhou e Nícolas continuou “É assim que vocês se apresentam por aqui, né?”
Kristen sorriu discretamente, abaixando e levantado seu olhar para respondê-lo:
“É isso aí.” ela aceitou sua mão “Stewart. Kristen Stewart.”
Nícolas se curvou e beijou sua mão num galanteio que me deu uma vontade imensa de rir, principalmente, ao ver a cara de Kristen olhando-o como se ele fosse um louco, o que não era de toda mentira. Ele manteve seus olhos sobre os dela enquanto lhe falava como um bom Don Juan fajuto “Kristen..., combina com você. Alguns diriam que é tão lindo quanto à dona, mas eu discordo, a dona é quem o embeleza.” Kristen o olhou com a boca ligeiramente aberta, mas rapidamente se recompôs quando ele completou “É um prazer enorme conhecê-la Kristen.”
Ela puxou a mão para junto de seu corpo e ele se endireitou, com um sorriso cafajeste sentando-se ao seu lado.
Oh, boy. Isso não vai prestar.
Tanto eu quanto os demais caras na mesa até mesmo os que estavam de pé se seguravam para não rir da cena.
Kristen passou as mãos pelo cabelo e me olhou, claramente tentando sair daquele embaraço e pôr Nícolas em seu lugar.
“Robert não poderá vir Taylor. Ele está na Austrália gravando The Rover. Mas ele te mandou felicitações e presente.”
“Certo.”
Foi o quão único pude murmurar pra não cair no riso alto enquanto via Nícolas se voltar pra ela todo curioso.
“Robert?”
“Robert Pattinson. Meu namorado.”
Nícolas fechou a cara, mas então, sorriu de lado.
“Ele não deve ser um bom namorado pra deixar uma gata como você sozinha por aí.”
“Eu não estou sozinha se não reparou. Aqui há muita gente gênio.” Ele soltou um rizinho divertido; irônico.
Nícolas jogou seu olhar ao redor e a mirou novamente.
“Bem, eu não vejo ele por aqui.” Kristen estreitou o olhar e ele mandou na lata “Se você fosse minha jamais a deixaria sozinha... Em nenhum momento sequer, doçura.”
“Passo. Se ninguém te quis até agora não serei eu a fazê-lo.” Kristen disse em seu humor ácido e um riso baixo escapou de mim e dos demais pelo embate a nossa frente.
Ele a olhou com um falso ar de ofensa.
“Como sabe que eu não tenho namorada?”
Kristen o imitou no seu gesto jogando o olhar para os lados e sorriu daquele jeito de quem vai aprontar.
“Eu não vejo ela por aqui.”
“E nem poderia doçura pra isso você teria que se olhar no espelho primeiro.”
“Em seus sonhos.” Ela debochou zombeteira e soltou ‘àquelas palavras’ tentando acabar com o flerte “Eu tenho namorado.”
“Eu sou hetero docinho,” ele gracejou jogando as sobrancelhas “Não quero ele, quero você.”
Kristen sorriu de lado sacudindo a cabeça levemente, descrente enquanto se afundava na cadeira e o mirou pronta pra uma nova.
“Não é a toa que você está sozinho, verdade?”
“Eu não estou. Ela apenas não sabe ainda que é minha.” Ele disse naturalmente “Um desencontro infeliz de informação..., mas ela logo saberá.”
O sorriso de Nícolas e o bufo de Kristen levaram a todos a soltar o riso preso.
Nícolas não via problema em ela ter um namorado, afinal, ele não parecia querer um romance senão um lance. E mesmo Kristen sendo uma grande e antiga amiga, não consegui reprovar a investida dele. Eu não era mais tão confiante quanto a minha postura como homem após ter feito tudo errado com sua irmã.
Sara, Hannah e Makena ficaram conversando entre si enquanto Patrick se levantou como se tivesse tido uma epifania quebrando o embaraço em torno da mesa... De Kristen, logicamente. Porque Nícolas parecia não ter vergonha nenhuma, entretanto.
“Vamos fazer um torneio de Boliche agora pessoal.”
Thor que havia chegado a poucos minutos da casa da Ashley abaixou e cochichou ao meu ouvido após proclamação de Patrick dizendo sem meias palavras: “Manda as meninas embora que as coisas vão esquentar.”
Aquela era a coisa certa a fazer. Depois de tudo que tinha passado eu me dei ao direito de aproveitar plenamente de meu aniversário e fugir um pouco das regras.
Dei um grande abraço em Makena, Hannah e Sara e as levei até o carro na frente do boliche, embora elas não gostassem muito de serem mandadas para casa. Makes estava triste por sua participação na festa chegar ao fim, mas não tanto quanto Hannah que nem por um segundo conseguiu atrair a atenção de Nícolas, que por sua vez seguia jogando seu charme para cima de Kristen.
Patrick estabeleceu as regras do torneio e formou sua equipe – Kristen, Thor e ele – enquanto que na minha era Nícolas, Edi e eu. A equipe que fizesse menos strikes a cada rodada bebia em um só gole o coquetel de vodka sugerido por Patrick.

Recordo-me do meu time ter perdido as primeiras rodadas e do gosto forte do álcool descer queimando o caminho todo até meu estômago. Mas era bom. Relaxante. 


Entre uma rodada e outra além de pararmos para o time perdedor pagar a aposta feita, parávamos também por alguns minutos para conversar e zoar um ao outro por uma jogada mal feita. E foi numa dessas paradas que a conversa mudou totalmente de rumo e esquentou graças a Nícolas e seu descaramento, e os demais compraram.
O tema: sexo.
“... não tem coisa melhor que isso.” Nícolas terminava seu relato detalhado de sua posição sexual favorita, os caras concordaram com ele, que levou seu olhar sacana para Kristen “E você, doçura? Qual prefere?”
Ela não se fez de rogada e entrou no jogo. Boliche esquecido temporariamente.
“Eu prefiro estar em cima, no comando.” Ela disse sem frescuras e todos aprovaram sua coragem.
“Adoro uma mulher que manda. Quem sabe um dia desses não podemos ver o quão boa você é dominando...?” Ele sugeriu e esperamos por sua resposta.
Ela tomou um gole da sua bebida e se ajeitou na cadeira levando o corpo um pouco para frente em direção a ele, que estava atento a ela com um sorriso descarado.
“Sabe que você está me fazendo muitas perguntas Tedesco. Devo dizer que meu cachê é alto para dar entrevistas, principalmente para responder estas perguntas picantes que me fez.”
O sorriso dele se alargou e eu soube que não viria à resposta que ela esperava.
“Eu posso pagar com muito sexo de qualidade, Stewart, e uma boa massagem. Que tal?” ele se curvou para frente ficando cara a cara com ela e esperamos o beijo, eu não deveria, pois Robert era meu amigo também, mas aquela altura eu já não estava tão dono de mim, a bebida começava a me soltar e tirar o pouco de juízo que me restava “Topa?”
Ela curvou os lábios e fingiu pensar enquanto seu olhar se intercalava entre sua boca e seus olhos.
“Nop¹.” Kristen estalou se afastando com um sorriso satisfeito.
“Está com medo de não querer me largar mais gata?”
Tomei um sorvo da minha bebida.
“Não. Eu somente acho que não vale a pena.” Ela dizia sarcástica e acrescentou “Não acho que você beija bem. E um cara que não beija bem, não fode bem.”
Uma gargalhada em sonora e em conjunto explodiu no ar e eu me engasguei com a bebida em minha boca.
O problema é que Nícolas não desistia facilmente. Nada parecia desanimá-lo, ao contrário, ele parecia cada vez mais disposto ao desafio para o terror de Kristen, que mesmo lhe dando cortadas irônicas também estava recebendo seu flerte e no fundo estava desfrutando daquilo.
“Por que não tira a prova dos noves?” ele jogou com seu ego e sorriso inabalável “Não pode me condenar desta forma injusta sem sequer me dar a chance de provar que está errada, não acha?”.
Kristen claramente se rendeu, amarelando. Ela não iria ganhar de Nícolas entrando em seu jogo, cujo ele parecia ser perito. Este sorriu satisfeito e bebeu toda a bebida de seu copo num gole só.
Pra não sair perdendo, Kristen fez o mesmo, e então, se voltou pra mim e eu me vi alvo da sua tentativa de fazer todos esquecerem que ela deu pra trás.
“E você Taylor? Ainda não respondeu qual é a sua posição favorita?”
“É isso aí irmão. Joga.” Edi incentivou.
“De lado, de quatro, em pé, em cima, em baixo...? Patrick acrescentou.
“Mandar ou ser mandado?” Thor também não perdeu a deixa, e mais outras tantas perguntas soaram, uma lista que me perdi.
Cocei a cabeça, meu cenho franzido enquanto meus lábios se torciam e eu buscava inutilmente organizar as perguntas jogadas. Comecei a jogar as respostas escutando comentários daqui e dali, risinhos até que restou apenas uma, que eu iria responder, mas Nícolas se adiantou, desafiando e me deixando levemente irritado, e um tanto quanto diabólico.
“Wow, Taylor Lautner vai amarelar?” Ele zombou.
Um coro de risadas cortou o ar.
Sorri de lado, minha sobrancelha se moveu num lento arco enquanto eu o mirava, com uma diversão sombria por lançar minha resposta e vingança. As palavras me traindo enquanto me recordava de sua irmã.
“Gosto dela por cima,” as imagens de Sally sobre meu corpo ditando nossa dança prazerosa encheu minha mente “Definitivamente, gosto dela por cima.”
“Uh, o garoto lobo gosta de ser dominado.” Patrick divertiu-se.
“Lautner não é por mal não, mas você me decepcionou.” Nícolas ironizou.
“Não vejo o porquê.” Eu respondi “Qual o problema de gostar que a mulher fique por cima?
“Eu gosto. Relaxar um pouco no trabalho intensivo enquanto ela cavalga... Uhhh” Edi comentou.  
“Isso me soa preguiçoso.” Nícolas espetou.
Meu olhar se fechou, estreito.
“É gostoso,” murmurei num tom safado “Tê-la no comando por um momento enquanto posso somente apreciar seu empenho e ter acesso ao seu corpo... Por que não iria gostar dela se empenhando pra me dar prazer?” Nícolas bufou “Mas também gosto da tradicional, fazer amor com a mulher que se ama olhando nos olhos dela não tem preço.”
“Isso me soa muito mulherzinha cara.” Nícolas mofou-se.
“Sally não achava isso, ao contrário, muito pelo contrário...”
Nícolas demorou um minuto pra entender minha frase infeliz, tempo suficiente para que os caras desenhassem risinhos em suas faces, claramente se divertindo com minha estupidez.
“Eu não acredito que você comeu a minha irmã. Caralho, mano! A minha irmã.” Nícolas talhou com desgosto e uma careta de nojo enquanto me encarava com o olhar estreito.
Endireitei-me e tratei de esclarecer minhas palavras e minha posição quanto a ela. Sally não era nenhuma vagabunda, ela era linda e decente, e minha ainda mesmo dizendo que não, mesmo eu sabendo que não podia ser. Mas ainda assim era minha. E ele tinha que saber que pra mim ela era importante e que acima de tudo eu a respeitava, embora eu tenha tido algumas infelizes atitudes que expressavam o contrário.
“Eu não comi a sua irmã, Nícolas. Eu fiz amor com ela e somente fazemos amor com alguém que é importante para a gente, com a pessoa que amamos.”
Ele me olhou por longos segundos, mas não me senti ameaçado, ele não iria me atacar, o que não queria dizer que ele não estava com raiva. Eu tampouco ficaria feliz se soubesse que um amigo foi pra cama com minha irmã, e pior, tirou sua virgindade mesmo que houvesse sentimento ali.
“Cara, você sabe que eu só não vou quebrar a sua cara agora porque é seu aniversário.”
“Você sempre pode tentar.” Zombei sorrindo moderadamente.
Meu sorriso sumiu quando vi o olhar de Kristen disparar para mim, alarmado, chocado, trazendo-me para a realidade que eu não queria lembrar. Eu a encarei de volta, uma troca de olhar que dizia muita coisa e eu suspirei cansado abaixando meu olhar por um breve momento.
“Você é o irmão de Sally?”
A surpresa em sua voz era nítida assim como seu semblante pasmo quando ela fez a pergunta ao Nícolas, alterando o rumo e clima da conversa.
Levantei meu olhar a tempo de ver Nícolas se voltar completamente para ela, esquecendo-se de que eu era o vilão que tirou a virtude de sua irmã.
“Pode apostar, doçura. Sou eu mesmo em carne e osso.” ele disse “Sally é minha irmãzinha e pelo jeito tem grandes amigos.”
Kristen ignorou suas últimas palavras voltando seu olhar chocado pra mim, havia palavras nele que não precisavam ser verbalizadas como também havia solidariedade.
Ela sabia. Ambos sabíamos. E eu nada podia fazer, minhas mãos e pés estavam atados. E naquele instante, a anestesia começou a deixar de surtir efeito dando espaço para a dor, que começou a se fazer presente.
Kristen se recompôs rapidamente. Se alguém ali tinha percebido sua mudança com certeza disfarçou bem.
“Vamos voltar ao jogo seus bodes.” Ela ironizou, de repente enquanto se colocava de pé “Ainda há muito álcool pra ser ingerido aqui.”
Coloquei-me de pé imitando-a, mas antes que voltássemos ao jogo e as bebidas, ela lançou seu olhar para mim novamente, aquele que dizia ‘vamos conversar depois’ e meus orbes a agradeceram.
Essa foi uma das minhas últimas lembranças exceto pelos poucos flashes de memória de Nícolas tão ou mais bêbado do que eu, me levando até o carro.
E isso era tudo.
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Nop¹: Na gíria americana significa “não”.

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POV SALLY

ansiedade não me permitia dormir e me sentia culpada por acabar com o aniversário do Taylor, eu podia ter esperado outra ocasião, mas na hora da raiva não pensei e disse tudo àquilo de uma forma muito dura, porém necessária.
Sabia que tinha que dizer àquelas palavras que estavam entaladas em minha garganta. Era necessário. No entanto, a necessidade tinha efeitos indesejáveis que eu sinceramente não contava. Sentia-me aliviada, porém havia uma leve onda de culpa beijando-me a pele e meu coração. Mas era melhor assim.
Meus pensamentos iam e vinham. E, várias foram as vezes que olhei no relógio desejando a chegada de Nícolas, que não dava sinal da sua presença até as 04h00min, o que me deixava mais segura quanto à boa sucessão da festa, já que esta havia entrado madrugada a dentro..


Parece que eu não fui capaz de acabar com a festa por completo – pensei. Não que este fosse meu propósito, mas uma partezinha, ruim devo dizer, esperava que isto acontecesse.
A poucos minutos das 04h30min da manhã, comecei a ficar preocupada imaginando diversas tragédias diferentes, que havia feito Nícolas amanhecer. Temi porque ele não conhecia Los Angeles. Pensei que ele poderia ter sido preso ou dormido bêbado na casa de alguém, de um desconhecido ou...
Meus pensamentos foram interrompidos pela gargalhada extravagante que eu conhecia bem.
Oh..., Deus.
A constatação da gargalhada me deixou imóvel, incapaz de abrir a porta e conferir o que eu mais temia: Taylor havia tomado seu primeiro porre.
 “Amor, eu cheguei! Abre aí vai.” Suplicou Taylor do outro lado da porta voltando a gargalhar quando notei o aparecimento súbito de uma Aléxia assustada, abrindo a porta e ficando também chocada com a visão de Nícolas e Taylor de ombros unidos, se apoiando um no outro para ficar em pé. Nícolas estava mais sóbrio porque já era acostumado. Mas Taylor...
“O que houve? Meu Deus! Vocês enlouqueceram? São cindo da manhã!” Disse Alexia puxando Nícolas enquanto eu, perplexa, me esforçava para apoiar Taylor pra que ele não fosse ao chão.
“Quem trouxe vocês?” Perguntei sentindo minha voz ganhar um tom elevado, agudo, quase furioso enquanto lhes jogava as palavras. “Não me diga que dirigiram nesse estado?”

“Calma aí maninha, você sabe muito bem que eu dirijo melhor quanto estou bêbado” Nícolas tentou inutilmente me consolar
“Eu já te disse que eu te considero muito? Não é porque você é meu cunhado não, cara. É serio. Eu gosto muito de você,” disse Taylor levando Nícolas a uma crise de riso e Aléxia a sair de perto para não gargalhar com a cena. “Eu quero dizer uma coisa. Aproveitando que a família Tedesco está reunida.” Taylor saiu da minha tentativa de mantê-lo em pé, tropeçando algumas vezes enquanto eu o olhava, alarmada, com medo de ele cair e bater a cabeça. Suas mãos se levantaram quando tentei ir até ele, me parando. “É o seguinte,” ele disse se colocando de joelho na minha frente de uma forma desengonçado, então, encarou Nícolas e Alexia por alguns segundos, voltando seu olhar pra mim e fez o pedido surpreendente. “Casa comigo Sally?” Antes que eu expusesse qualquer reação no meu rosto, ou em meu corpo e mente chocados, fraquejei com a gargalhada de Aléxia.
“Você está mal Taylor... Bem mal.” Respondi, com um meio sorriso, constrangida.
“Estou mal por que amor? Eu te amo.”
Meu coração pulou e podia jurar que ele suspirou bobamente em meu peito quando as palavras de Taylor penetraram meus ouvidos.
Olhei-o ali, de joelhos olhando-me de forma doce, sua face esperançosa por minha resposta; ébrio. Esse havia sido meu sonho por muito tempo, mas era com ele sóbrio e não possuído pelo efeito do álcool como naquele momento.
Respirei fundo e exalei fortemente, sacudindo a cabeça ligeiramente.
“Você precisa tomar um banho.” Tomei sua mão, puxando-o pelo braço e o forçando a se levantar enquanto Nícolas que estava em um estado melhor, ofereceu seu corpo como apoio para levá-lo ao banheiro.
“Hey, man! Hands off¹!” Taylor exclamou, soando muito indignado e diria que um pouco irritado até “Nícolas, tire suas mãos de mim, cara.”
Nícolas riu alto. “Se eu não tirar as mãos de você o que vai fazer?” Enfrentou-o esperando por uma resposta hilária como se já soubesse o que ele diria.
“Tire as mãos de mim ou me transformo em Lobisomem e engulo você inteiro, palhaço.” Ambos gritaram em coro seguido de uma gargalhada.
Rolei os olhos e balancei a cabeça em descrença.
”Pode deixar Nícolas, eu dou banho nele e você procure tomar um também.”
Nícolas soltou o braço de Taylor e saiu tropeçando em seu coturno desgastado que ele havia usado, quase caindo se não fosse o apoio de Aléxia, que o levou também para tomar um banho na outra suíte.
Olhei para Taylor tão sossegado e vulnerável, que chegava a doer vê-lo naquele estado.
Suspirei e me curvei levando minhas para sua camisa.
“O que você estava fazendo?” Perguntou ele quando comecei a desabotoar os primeiros botões de sua camisa.
Parei meus movimentos e encarei seus olhos por um momento antes de respondê-lo: “Você precisa tomar banho e não posso fazer isso com você vestido.” Expliquei-lhe pausadamente enquanto seus olhos castanhos invadiam os meus, como se lessem meus pensamentos.
Sua face ficou séria de repente.
“Eu acho que o banho é uma desculpa para você abusar de mim.” Ele disse com um ar muito sério, como se retomasse a consciência e quase me enganou.
Os cantos de meus lábios curvaram discretamente e eu voltei a trabalhar nos botões de sua camisa enquanto lhe falava suavemente. “Eu prometo que não vou abusar de você Taylor.” Assegurei me movendo para o cinto e o tirei, logo desabotoando sua calça e abaixando o zíper.
Seus lábios desenharam um sorriso sensual e eu me obriguei a desviar o olhar. Mas eu estava numa encruzilhada, ou olhava para seus olhos que me atraiam ou para seu corpo que me atraia, fazendo-me experimentar um comichão na parte inferior de meu estômago.
“Tudo bem..., eu vou gostar se você abusar um pouquinho.” Ele comentou, a cadencia profunda em sua voz fazendo arrepios correr por meu corpo e minha garganta secou enquanto seus dedos acariciavam meu rosto. Por um momento de fraqueza, me vi inclinando o rosto recebendo seu carinho e degustando da sensação boa, que seus dedos provocavam em contato com a minha pele. Entretanto, assim como o momento veio, ele se foi. Foco Sally. Foco. – repeti para mim em mente e reagrupei minhas forças, retirando suas mãos do meu rosto, tentando evitar uma aproximação maior. “Sua rejeição dói Sra. Lautner, mas concordo que façamos amor apenas depois do casamento. A propósito, você não respondeu se aceita ou não”.
Ele está bêbado, Sally. Bêbado. – repeti em minha mente como se estas palavras fossem um mantra sagrado. Engoli o amargor em minha boca.
“Amanhã eu te respondo.”
Levei-o até o banheiro e o guiei para debaixo do chuveiro. Abri o registro e o jato de água fria caiu em seus cabelos deixando-os caídos sobre sua testa e fez o caminho até seus pés enquanto ele estremecia pela temperatura fria da água. Vi a água descer por seu rosto e acompanhei sua descida por seu peito, abdômen, pélvis e pernas. Era a visão mais quente e convidativa que já tinha visto alguma vez. Senti meu corpo esquentar e minhas bochechas ganharem tons de vermelho enquanto eu tratava de controlar minha respiração e batimentos cardíacos, que ameaçavam sair dos eixos.
Desviei meu olhar para um ponto acima de sua cabeça e pensei na fome do mundo enquanto estávamos ali. Depois de um longo momento, fechei o registro e o ajudei a sair do box. Peguei uma toalha e me apeguei ao meu mantra, e as imagens das crianças famintas que já tinha visto enquanto secava seu corpo e sentia seus dedos afagarem meus cabelos.
Deus, estava difícil. Muito difícil.
“Você ainda me ama?” Ele perguntou de repente atraindo meus olhos e eu percebi que ele me olhava fixamente. Não respondi, apenas fiquei ali, olhando-o. “Porque eu te amo Sally, ainda te amo.” Acrescentou tocando em meus cabelos, novamente levando-me a tirar suas mãos de mim.
Ele podia estar ébrio, mas eu não estava.
“Taylor para com isso, por favor,” pedi já quase sem forças e me levantei deixando a tolha em suas mãos enquanto o guiava até o quarto “Espere aqui que vou pegar uma roupa do Nícolas para você.” Pedi, sentando-o sobre a cama usando somente a toalha e ele ficou sentado, observando-me enquanto eu me afastava do quarto em direção ao outro.
Aléxia estava ajudando Nícolas a se vestir e notei que ele a observava carinhosamente, como se há muito tempo não a visse, suas mudanças físicas pareciam deixá-lo surpreso, como se a visse pela primeira vez. Não queria estragar nenhum momento, mesmo que este fosse regido pelo álcool, contudo, não pude deixar de observar os dois.
“O que foi?” Perguntou Aléxia notando a admiração de Nícolas.
“Nada... Você está diferente Lexi” ele respondeu parecendo estar assustado consigo mesmo; bêbado demais para compreender o motivo da sua observação.
“Você está tão bêbado assim ao ponto de me elogiar?” Perguntou Aléxia descrente do seu comentário.
 “Posso estar bêbado, mas estou sendo sincero. Você sabe que sim. Você me conhece bem”. Ele gracejou dotado de grande esperteza.
“Por te conhecer acho estranho seu comentário Nícolas.” Encerrou Aléxia saindo e me vendo finalmente. Seus olhos se arregalaram tão rapidamente que pensei ter imaginado.
“Quero uma roupa do Nícolas para que o Taylor possa se vestir.” Pedi disfarçando meu constrangimento.
“As roupas dele estão na mala, pode pegar qualquer uma.” Aléxia murmurou um pouco triste.
Lancei-lhe um sorriso rápido.
“Está bem..., vou pegar.”
Peguei uma muda de roupa e retornei ao quarto, desesperando-me por não encontrá-lo. Teria ele saído nu do Hotel? Pensei cética do meu próprio pensamento. Minha dúvida durou até ouvir um barulho vindo do interior do guarda-roupa.
“Taylor o que faz aí dentro?” Perguntei estranhando o fato de ele estar dentro do móvel.
“Estou indo a Nárnia Sally,” ele disse com um ar inocente “Vamos comigo?” Convidou-me, com um sorriso bobo.
“Esse guarda-roupa não vai para Nárnia Tay” Respondi sorrindo, com o intuito de trazê-lo de volta a realidade.
Ele ficou sério por um instante, e então, me jogou no inferno.
“Gosta do que vê?” Ele provocou, puxando a toalha e ficando nu na minha frente.
Sim, eu adoro. Deus, não! Eu não gostava de nada.
“Não se faça de rogado, coloque esta roupa Taylor” Insisti, com a voz um pouco áspera colocando a camisa em seu corpo, ele vestiu toda, conforme eu propunha.
Levei-o até a cama.
“Pode falar Sally. Fala que não me ama mais, que não é esse corpo aqui que você quer. Diz que não é meu sexo que te satisfaz.” Ignorei seus comentários, chateada comigo mesma, com ele enquanto levantava o lençol da cama para ele se deitar, assim que ele se deitou, o cobri. “Deita comigo, prometo me comportar.” Ele arrastou o corpo, dando mais espaço na cama para que eu pudesse me deitar e assim o fiz enquanto uma ideia louca passava na minha cabeça, mas antes que pudesse filtrá-la, as palavras deixaram meus lábios.
“Taylor, me diz a razão de você ter me deixado?” pausei brevemente “Eu sei que pode parecer loucura ainda mais depois de tudo que conversamos, mas eu sinto que deixei algo passar,” virei meu rosto pra ele “Algo que você não está me contando.”
Ele fingiu não ouvir minha pergunta fechando os olhos num sono dissimulado, infelizmente ele acabou adormecendo de verdade...
Exalei languidamente e puxei um novo fôlego. E, decidi me levantar.
Voltei ao outro quarto e vi uma cena que jamais esqueceria: Nícolas deitado no colo de Aléxia que acariciava seus cabelos tão bondosamente, levando-o a um sono profundo.
Eu não havia planejado nada disso. Nem eu, nem Aléxia, tampouco Taylor e Nícolas, mas estávamos todos juntos dependendo um do outro, com nossos sentimentos perdidos e confundidos. Todos nós estávamos cientes de que havia uma conexão entre nós, e não sabíamos o quê o futuro nos reservava.
Contudo, se eu havia sido capaz de resistir ao Taylor, eu sabia que estava pronta para ser quem eu queria ser.


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Hey, Man. Hands Off¹: Hey, cara. Mãos fora. 


Fim..