Texto/Fanfic:
@ValzinhaBarreto
Beta:
Daya
Engler
Música
tema: Lembranças de amor (Vítor e Leo).
Nota da autora:
Vocês não entendem o quanto esse capítulo é especial para mim. Meus agradecimentos à minha beta ninja, às essas músicas e meu Deus, Taylor Lautner como esse homem consegue ser tudo isso? Acho que gastamos muito tempo revivendo uma dor e nos esquecemos de quanta felicidade tivemos antes dela ter sido causada. É como se a dor importasse mais e isso é errado. Momentos felizes devem pesar e no fim apenas fica a pergunta: Valeu a pena? Em breve mais coisas serão desvendadas, coisas inimagináveis. Obrigada a equipe TLM por tudo. E vocês leitores, não vou dar um presente a vocês para quem comenta mais. Deixo à vossa avaliação, mas nada melhor do que ter a opinião de vocês! Nada de zoar minha música tema okay? #Sertanejo. (Val Barreto).
O
olhar de Nícolas acompanhou minha face a cada traço que esbocei pasma a procura
de um pouco de lógica para as palavras que Taylor havia escrito naquele
bilhete, ele não sabia que havia me surpreendido de tal forma. Era preferível
assim.
Revestida da sensatez que eu dispunha continuei tentando entender porque ele havia se expressado daquela forma, reli a mensagem várias vezes em busca de algum sinal, alguma mudança, o que havia acontecido? E todas as desculpas? Era isso mesmo? Taylor tinha dado a entender que existia um amanhã para nós dois?
Era
isso que as palavras no bilhete pareciam dizer. Taylor havia induzido sobre um
futuro para nós dois, porém eu poderia interpretar errado mais uma vez as suas
palavras, entretanto eu pensei logicamente por um momento e espantei a euforia antes
que ela perfurasse meu coração, a minha razão ainda governava meu eu e minha
consciência não me deixou levar por tão pouco, era uma surpresa, mas tudo me
causou apenas curiosidade. Somente isso. Não me permiti ir além.
Taylor
não podia fazer isso. Não podia simplesmente dizer que haveria mais vezes como
se tudo o que passou fosse simplesmente apagado com sua nova ação ou me
iludindo esporadicamente com uma noite intensa, não seria tão fácil, pois ainda
doía, seu abandono, as injustiças, e das sensações negativas que eu conhecia.
Um
pouco de tudo fazia-se presente lembrando-me novamente que sou eu quem sai com
o coração dilacerado, aliás, eu não queria mais fazer parte de nada disso, estava
cansada dessa expectativa, do seu humor louco, da sua falta de atitude. Eu não
queria mais vezes com ele, seria apenas duplicar essa dor antiga e retardar
mais um abandono.
Em outros tempos poderia dizer que optei
racionalmente por não me render, mas num sentido mais abrangente, não senti
vontade de me render, não fiquei tentada, apenas surpresa e curiosa para
entender sua súbita tomada de decisão, se é que havia de fato uma decisão ou
foram apenas palavras impensadas, caneta e papel inútil em mãos.
A
curiosidade movia cada músculo do meu corpo, imaginei se ele continuaria com o
surto romântico daquela manhã ou talvez pudesse ser apenas efeito da noite
igualmente intensa para ele. Logo sua indecisão estaria de volta nas lamúrias
de sempre.
Chorei
de raivas ao pensar no quanto suas palavras seriam certas se ditas há um tempo,
mas agora eram interpretadas de forma estranha, não tinha o mesmo efeito ao meu
coração, ou sequer puderam atingi-lo até a ocasião.
Os
11 buquês de rosas iriam ter várias sucessões peculiares de momentos que nunca
imaginei terem sido marcantes para ele, lembro-me de Nícolas dizendo “Homem
não liga para essas coisas, não se importam com datas ou momentos”, ele
poderia ser assim, mas logo eu constataria que Taylor não.
Nícolas
leu o bilhete em voz alta para saber o que havia me tocado tanto, notei um
sorriso bobo na face de Aléxia, talvez desejasse ouvir tais palavras dele, ou estivesse
apenas orgulhosa do seu protegido.
“Mas
que exagero é esse? Eu vou ter que me mudar daqui!” disse Nícolas espirrando
pela casa graças a sua alergia a algumas espécies de flores, nesse caso, rosas
vermelhas.
“Não
é exagero Nícolas é carinho” justificou Aléxia.
“Carinho?
Amanhã essas rosas terão murchado e quem se lembra disso? Eu preferia dar um
presente que a fizesse a mina se lembrar de mim, não rosas que murcham e logo
são esquecidas” Disse ele afastando-se do vaso com água que Aléxia colocava um
dos buquês.
“As
rosas deixarão de existir Nícolas, mas o gesto vai ficar. As ações também
marcam a vida das pessoas, não só objetos”.
“Eu
preciso é sair daqui ou vou ter um ataque!” falou indo para seu quarto
espirrando cada vez mais.
A
conversa dos dois me deixou ainda mais reflexiva, ele queria mesmo mudar suas
ações? Ele realmente acreditava que sua ação mudaria as anteriores? Porque ele
ousava dizer que haveria mais vezes? Pelo menos disse que dependia de mim, e
graças a isso, não existiria mais noites como aquela.
Após
o bilhete esperei que ele aparecesse por todo o dia, senti um toque dualista, curiosa
para ver quais seriam seus argumentos e muito intrigada por ele me dar
esperanças finalmente. Não que as quisesse a essa altura, para nada serviam.
Ceder
e procurá-lo sequer passou pela minha mente, seria pouco inteligente, seria
doloroso e de certa forma humilhante, ele não poderia me ter a hora que
quisesse, eu não permitiria que ele me reduzisse a alguém sempre a sua
disposição. Em dado momento eu era prioridade, em outro apenas uma opção para
sua satisfação pessoal.
***
Mesmo
no dia seguinte ele não foi à minha casa, sequer ligou para o Nícolas, para mim
ou Aléxia, ele havia se arrependido? Pouco me importava esses questionamentos
face aos meus compromissos diários, assim segui para a reunião com Channing e
onde conheceria os outros membros do elenco na primeira mesa redonda do
roteiro.
À
noite eu teria uma participação em um documentário que seria passado no
programa da Oprah onde eu deveria falar um pouco sobre mim, sobre minha relação
com a música, como comecei, mas isso não seria possível sem a participação de
Nícolas e Aléxia que haviam sido meus parceiros desde o grupo de louvor na
igreja desde a infância.
Aléxia
e Nícolas chegaram antes de mim no estúdio, enquanto eu tentava chegar o menos
atrasada possível, Kevin havia me pego de surpresa com esse documentário e isso
havia causado um choque na minha agenda, mas não recusei.
Um
toque tímido soou do meu celular, um SMS, desbloqueei o protetor de tela e vi o
nome de Taylor Lautner e um pequeno torpedo que dizia “¹Mais coisas serão reveladas,
não me esqueça, arrepiarei os pelos do seu braço... Te ensinarei a dançar...” , suas
palavras me eram familiar, mas não recordei, era uma musica, mas qual? Minha
memória me traia e minha cabeça matutava o enigma, era estranha a forma como
ele agia, estava moderando não só suas palavras, mas suas ações, não entendia o
porquê daquilo tudo.
Peguei
no volante e segui com destino ao estúdio pulando as faixas do som do carro em
busca de recordar de qual música era o trecho. Eu não respondi o torpedo,
apenas o ignorei e continuei minha busca.
Vi
o visor do celular aceso, era outro torpedo dele “Esqueceu a trilha sonora que
embalou nosso amor?”, estremeci em um misto de raiva e culpa, eu
realmente não me lembrava da musica, tão pouco a qual ocasião que a canção
havia marcado nossa relação.
Uma
sensação nostálgica tomava conta do clima do carro, exceto pelo cansaço de
tentar descobrir de qual música se tratava e o mais importante, o porquê de ele
lembrar depois de todo esse tempo.
Ignorei o segundo torpedo tal qual fiz com o primeiro,
eu não sabia a resposta, e me dei o direito de continuar sem saber ou de
esperar que ele revelasse no terceiro torpedo, mas ele não o fez.
Desci e segui pelo corredor encontrando
Nícolas e Aléxia a minha espera para gravar os depoimentos. Aléxia sentiu minha
tensão assim que passei pela porta, e Nícolas a admirava sem que ela
percebesse, ele enfocava seus cabelos negros como se nunca tivessem os visto
antes.
“Tudo
bem?” Alexia inquiriu sem meios termos.
“Claro!”
respondi respirando mais fundo e rematei: “Depois te conto”.
Nícolas
viu o mistério e sorriu com os lábios cerrados como aquele olhar de quem trama
algo, eu já o tinha visto diversas vezes por toda minha vida. Ele ficou sério
novamente, seu celular tocava. Ele se afastou de nós para atender. Estranhamos
o porquê da privacidade, isso era pouco usual ante sua cara de pau, ele não se
importava em quem ouvia nada e sempre dizia o que queria sem meios termos.
“E
aí boy?” Nícolas disse ao atender ficando em silencio em seguida.
“Sim,
coloquei lá onde você pediu” respondeu a algo que a pessoa do outro da linha
havia perguntando.
Nícolas
deu uma volta em círculo e perguntou ao telefone:
“O que eu vou ganhar em troca?”
Sorriu
e desligou sem mais.
Nós
duas fingimos não ouvir a conversa. Não havia sentido algum nela. Entramos no
estúdio para responder as perguntas da entrevista para que o documentário fosse
produzido.
Eu,
Aléxia e Nícolas estávamos diante de um microfone como nos velhos tempos, antes
que começar as perguntas senti um aperto no peito por tudo que havíamos passado
juntos. Tínhamos toda uma história juntos.
“Como
vocês se conheceram?” perguntou o repórter a Nícolas deixando Aléxia sem graça
ao lembrar.
“Eu
a salvei” disse Nícolas causando um sorriso forçado em Alexia e deixando-me
emocionada novamente.
“É
verdade, ele me salvou de levar uma surra na escola” ela explicou olhando
Nícolas profundamente causando um sorriso no repórter.
“Conhecemos-nos
ao mesmo tempo” expliquei “Nícolas se meteu nessa briga com os garotos da
escola e eu estava com ele”.
“Quando
vocês começaram a cantar juntos?” perguntou para Alexia.
“Depois
da escola nossas famílias se tornaram amigas, o pai da Sally se tornou advogado
do meu pai, depois acabamos frequentando a mesma igreja e lá fazíamos parte de
um grupo de louvor” esclareceu Aléxia.
“Aléxia
canta melhor que eu e Sally” disse Nícolas elogiando-a. O repórter olhou Alexia
e dirigiu a próxima pergunta e ela:
“Sabemos
que Nícolas toca violão muito bem, vimos seu vídeo tocando ²Patience, e Sally tocando Litlle house e
você Alexia, também toca?” perguntou o repórter.
“Sim...
Toco Legião Urbana desde os 7 anos, mas não tocamos somente violão. Nós três
fizemos aula de piano por 8 anos seguidos, mas Nícolas sempre dava um jeito de
faltar por causa de alguma do futebol ou alguma garota, então, ele não se sente
muito seguro, mas Sally é a melhor de nós três” disse Aléxia levando todos ao
riso.
“Já
prestaram atenção que cada um de vocês diz que o outro é bom? No fim talvez
todos sejam muito bons.” Disse o repórter da Oprah.
“Sim”
respondemos juntos.
“Podem
cantar alguma para nós?”
“Nós
três?” perguntou Aléxia assustada.
“Sim.
Temos algo para vocês” disse o repórter abrindo duas cortinas com um palco e
com todos os instrumentos de uma orquestra.
“Meu
Deus!” disse Aléxia vendo o piano negro.
“O
violão azul é meu” disse Nícolas agarrando o que era mais fácil e dando o outro
violão a Aléxia.
“O
piano vai ficar mesmo para mim?” perguntei temendo após tantos anos sem tocar.
O nervosismo tomou conta de mim.
“Há
quanto tempo não toca piano?” perguntou o repórter.
“Não
toco desde os 17 anos quando” respondi constrangida e sentando na cadeira
passando o dedo no teclado.
“O
que vamos tocar?” perguntou Aléxia apavorada.
“Não
sei” respondi.
“Eu
sei” disse Nícolas surpreendendo. “Vamos tocar e cantar Make no mistake (She’s
mine). Você faz a segunda voz e toca piano Sally. Eu e Alexia iremos alternar”
falou comandando.
“Quem
começa?” perguntou Aléxia.
“Você!”
eu e Nícolas constatamos.
Iniciei
o piano emocionada, eu ainda lembrava as notas, segui arrepiada com o solo de
Aléxia, ela era surpreendentemente boa, sua entonação de voz colocava fim a sua
imagem tímida, pois sua voz era tão potente que deixou todos maravilhados como
quem encontra um tesouro enterrado a séculos, era isso que ela era: preciosa.
(APERTE O PLAY E OUÇA O TRIO CANTANTO)
Aléxia cantando tinha uma serenidade e
superioridade ao cantar. Era intrigante como ela conseguia fazer ecoar aquele
vozeirão sem nenhum esforço. Sua face permanecia pacífica e imponente.
Nícolas ficou sentido com o fim da musica e
saiu da sala deixando todos surpresos. Ele havia ido chorar sozinho?
Aléxia
e eu voltamos para casa após todas as tentativas de que ele atendesse o
celular. Ele saiu a pé, mas não o encontramos mesmo após duas voltas em carros
separados pelo quarteirão.
Ao
chegar, eu estava tão sensível com tudo que sequer lembrei que o Taylor não
havia aparecido. Sentei-me na cama e senti algo me machucar, levantei, eu havia
me sentado sobre algo. Um CD?
Enrolado
por uma fita de cetim vermelha estava o CD escrito em sua capa “Ouça
uma a cada dia” coloquei para tocar, e reconheci imediatamente a
primeira faixa de 11 músicas que haviam sido gravadas. Onze? Parei por um
momento intrigada novamente.
A
conversa sem sentido do Nícolas agora fazia mais sentido do que nunca. Assim
que terminou de tocar a entrada do violão, eu já sabia de qual musica era o
trecho que ele havia enviado, Green Eyes, da banda Coldplay, a ouvimos quando
ficamos confinados no Hotel Mondrian na Sunset Boulevard West Hollywood, Los
Angeles, agora, somente agora tudo fazia sentido, as imagens de suas carícias
me vieram a mente, mas as expulsei da mesma forma como vieram.
Respeitando
sua vontade devolvi o CD da embalagem e deitei na cama imaginando qual o
proposito daquilo tudo, mas minha preocupação com Nícolas gritava em meus
pensamentos enquanto Aléxia tentava entender seu surto.
Ele
apareceu às 3 horas da madrugada, bêbado, e não disse uma palavra sequer. Não perguntei
sobre ele ter colocado o CD na minha cama a pedido do Taylor. Ele não estava em
condições de falar, ou estava fingindo estar mais bêbado do que estava.
Tentamos
levá-lo ao banheiro para tomar banho e melhorar, mas sua recusa nos fez desistir,
ele fez algo inédito, trancou a porta do quarto e se isolou, ele nunca se
preocupou em fechar a porta mesmo quando acessava o red tube ou assistia filme
pornô. O que o incomodava tanto? Qual o motivo da fuga?
**
Nícolas
acordou, mas não saiu para o café da manhã. Eu ansiava por um minuto de
conversa come ele para saber se ele tinha colocado o CD a pedido do Taylor,
contudo ele tão-somente saiu após o meio dia e sem muito interesse na conversa.
“Foi
você quem deixou um CD em cima da minha cama?”
“Tem
provas de que fui eu?” ele respondeu perguntando friamente.
“Não
fale comigo nesse tom, essa é uma pergunta simples, apenas quero saber se você
deixou um CD a pedido do Taylor!”.
“Só
sei que nada sei” zombou a versão maléfica do Sócrates.
“Não
sabe? Aposto que não sabe a razão do surto ontem à noite quando saiu do estúdio
daquela forma”.
“Esse
é o grande problema de vocês. Sempre acham que eu não sei de nada, que eu não
sinto, que eu não entendo. Eu escolhi não saber, não sentir e prefiro continuar
sem entender. Sabe por que? Porque não preciso de toda esse desse monte de
sensações entranhas confundindo a minha cabeça. É uma escolha, mas que droga!”
exclamou zangado voltando ao quarto destinando a Aléxia em seu último olhar
antes de sair.
Não
intervimos. O deixamos em seu quarto com
sua raiva aparentemente desconhecida. Ouvíamos apenas ele tocando violão
repetindo sempre a mesma musica, apenas tocando À via láctea, Renato Russo, só
tocava como se nenhuma outra pudesse explicar seus sentimentos, ou como ele
preferia falar “sensações estranhas”.
Alexia,
por sua vez não se conteve.
“Sally,
há algo errado com ele. Não é ressaca, o que será?”
“Nunca
o vi dessa forma. Normalmente não importa sua raiva, ele leva tudo na esportiva,
encarna o ²Felipe Neto e diz Foda-se, sorri e segue a diante”. Concordei sobre
seu estado.
“O
que faremos com seu irmão?”
“Vou
pensar em algo enquanto ouço a musica do dia.”.
“Musica
do dia?” Alexia perguntou encafifando.
“Taylor
me enviou nossa trilha sonora e devo escudar uma musica por dia”.
“Ele
se lembra das musicas que vocês ouviram juntos?” estranhou duplamente.
“Parece
que sim” revelei sorrindo.
Voltei
ao quarto em busca de ouvir a musica. Dessa vez, não era rock alternativo,
nesse dia ouvi Shoot of Love, nada melhor que ACDC para me levar de volta a
ocasião da musica, senti uma pontada apurada ao lembrar-me da forma tão lenta
como ele iniciou algo que sinceramente nunca pensei que fosse tão bom...
A
sensação realmente era de tirar o fôlego, recordei de sentir seus cabelos sob
minha virilha, de como roçavam de uma forma tão sintonizada mais parecendo um
conjunto de sensações combinadas que deram a mim o melhor efeito de prazer que
eu poderia ter.
Olhei
ao redor do quarto organizado e pensei na forma alucinada que aquela
experiência nunca experimentada havia causado. Por um momento ressurgi a imagem
das nossas roupas espalhadas pelo chão.
Ao
fim da musica dei graças pelas lembranças se esvaírem como brisa. Eu sentia
calor, procurei por um copo de água vendo o sorrido de Aléxia estampado em sua
cara.
“Shoot
of love?” indagou curiosa, pois a ouvi em alto volume.
“Pois
é. Acredite, ouvimos ACDC e não foi só essa vez” respondi sorrindo e me
preparando para a pergunta que viria.
“O
que essa musica de lembra?” perguntou indiscreta.
“Foi
ouvindo essa musica que Taylor fez sexo oral em mim pela primeira vez” falei
cobrindo a face, mas não sentia vergonha de verdade, éramos amigas ao nível
máximo, compartilhávamos tudo.
“OMG!”
Aléxia disse surpresa.
***
No
terceiro dia, Taylor também não me procurou ou sequer enviou torpedo dessa vez.
Era difícil entender o que ele estava fazendo. Se ele havia se arrependido do
bilhete e rosas, porque insistia com as musicas me fazendo relembrar de tudo?
As
reflexões não me levavam a lugar algum, nada fazia sentido, coloquei a terceira
faixa finalmente indo ao túnel do tempo literalmente com When a Man loves a woman de Johnny Rivers.
Na época que ele tocou e cantou essa musica
para mim, estranhei seu gosto por uma musica antiga para a nossa geração, mas
era a canção de amor do seu pai e da minha mãe, “Eu adoro os clássicos” quase pude escutar novamente sua voz
dizendo.
Ouvi
uma batida na porta, era muito cedo, quem seria a essa hora? Perguntei-me
abrindo a porta vendo um rapaz de meia idade usando um uniforme no Hotel que eu
tinha me hospedado enquanto aguardava a comic-con. Um funcionário do Mondrian?
O
homem carregava um carrinho/mesa do Hotel com um café da manhã reforçado como o
serviço de quarto que eles ofereciam. Eu reconheci rapidamente tudo que ele
descarregava em cima da mesa. Era meu tão estimado café na cama que Taylor
havia me proporcionado. Ele pagou um funcionário do Mondrian para me levar café
da manhã à domicílio? Não sabia que eles ofereciam esse serviço.
Se
a intenção era me fazer sentir sua falta, sua missão estava cumprida, sentei e degustei
de uma pequena porção de tudo que havia degustando do quanto era mais saboroso
quando ele dividia comigo.
Em
seguida, Aléxia e Nícolas saíram para o café da manhã, e em minutos ele devoraria
tudo. Eu nunca desejei que ele fizesse isso tanto quando neste dia. Eu não
queria olhar tudo sem a imagem dele me observando enquanto comia.
Voltei
ao quarto e desfrutei novamente da voz de Johnny Rivers lembrando-me das suas
ações seguintes, do seu sorrindo judicioso, do seu beijo que me fazia sentir
que nosso comprometimento ilusivo era para toda a vida, como o de seus pais.
Essa
musica precisa ser ouvida mais que uma vez, apertei o play e a ouvi mais uma
vez antes de me entregar a uma sessão de fotos para a Vogue Magazine. Quando um
homem ama uma mulher.
APERTE O PLAY E OUÇA ANTES DE CONTINUAR A LEITURA
***
Desejei
ouvir a musica do quarto dia, mas perdi a hora e sai em direção à agência para
encontrar Kevin para uma reunião de emergência. Sua voz do outro lado da linha
parecia afoita, mas ao chegar me alegrei, era uma boa notícia. Eu havia sido
confirmada para o musical os Miseráveis finalmente. Eu iria dali a um mês para
Nova York me apresentar nesse espetáculo da Broadway.
Kevin
disse que cumpriríamos nossa agenda em Los Angeles nos dez dias seguintes e que
após isso, eu deveria sair de férias à Paris que eu tanto desejava visitar e
rever meus pais e meus amigos no Brasil. Isso deveria ser feito antes de
começar o filme com Channing e o espetáculo, ambos em Nova York.
Ao
chegar em casa, me perguntava qual seria
a faixa quatro do CD, mas antes que pudesse tocar no aparelho de som,
meus olhos percorreram por cima da cama ao notar uma caixa quadrada e fina
coberta por um aveludado vermelho. Taylor havia enviado algo novamente. O que poderia ser? Questionava-me antes de
abri-la.
Abri
verificando o que tinha em seu interior me surpreendendo com o que havia. Fechei
a caixa desacreditada e abri novamente. Tratava-se de um valioso colar em outro
maciço, tinha um aspecto dourado, brilhante e combinava com o design da joia,
nunca vi nada igual, possuía uma estrela com pequenos diamantes em cada ponta. Em
seu interior havia uma cavidade vazia de uma estrela menor e na parte traseira
tinha uma inscrição muito pequena que dizia “³And it was called Yellow”, esse
trecho eu reconheceria a qualquer custo, era a música Yellow, Coldplay, falava
sobre nessa cor, sobre uma canção que havia sido chamada de amarela.
Recordei-me do momento que passamos
juntos, de quando a ouvimos, e do quanto fiquei satisfeita quando ele disse que
também gostava da voz de Chris Martin.
Enquanto a musica tocava eu imaginava o
convite que ele me havia feito aquele dia“Quer tomar banho na chuva
comigo? Me lembro de ouvi-lo perguntar.
Enquanto revivia em pensamento a
sensação dele me puxando pela mão em direção ao exterior do hotel, recordei de
sua mão me guiando até aquele pequeno jardim. Por
um instante senti o frio como naquele dia quando os primeiros pingos gelados
caíram em meu corpo. As suas palavras românticas ditas naquela ocasião vagavam
pela minha mente deixando-me pesarosa.
Quando ele me disse que se pudesse ser
a chuva não cairia tão fria eu senti que suas palavras ainda estavam guardada
em uma parte de mim, íntima e oculta para evadir angústias remotas.
Naquela ocasião Taylor e eu nos
preparávamos para nosso primeiro adeus, meu coração bateu mais lento quando
recordei da forma dolorosa como ele disse “Amanhã a essa hora sei o quanto você
estará longe, mas quando a chuva cair eu sempre vou te sentir”, ouvi minha
mente trazendo a tona como uma promessa que ele havia feito, todavia não sabia
se ele de fato me sentia sempre que a chuva caía.
Eu não me lembrava mais dessas suas
palavras até aquele momento.
Por
todo o dia tentei entender Taylor, tirei o colar da caixa e coloquei em meu
pescoço visualizando no espelho, ele parecia ter sido feito sob medida pra mim.
Porque
Taylor mantinha a distancia? No mínimo ele fazia com que minha postura me
derretesse em dúvidas, devido seu comportamento. Ele não buscava aproximação?
Adormeci com a dúvida na cabeça e a caixa
aveludada em mãos.
***
“Deve ser difícil ver tudo
chegando ao fim” me lembrei de ouvi-lo dizer na nossa
última noite em Los Angeles, as lembranças estavam mais presentes, a música do
dia, trazia o cenário novamente ao som de Fix You, mais um dia de Coldplay.
Aléxia
terminava de colocar o almoço à mesa. Eu permanecia zangada porque não entendia
o que Taylor fazia.
Se ele queria voltar porque não aparecia e me
dizia isso olhando em minha face? Porque não me encarava com suas desculpas?
Ouvi
uma batida na porta, enervei, será que agora ele havia mandado o almoço? Perguntava-me
correndo para atender a porta, mas não havia entregador, era o próprio.
Taylor
nada disse, apenas ficou parado na porta com os olhos no colar que ele havia me
dado, pareceu feliz por me ver usar. Ele também tinha uma estrela, só que
menor. Ele deu um passo à frente e pegando o pingente do meu colar, passou seus
dedos sobre a estrela e pegando a sua colocou uma dentro da outra, meu pingente
com e estrela maior tinha uma cavidade em que a sua estrela, menor se encaixava
na minha. Eu não havia pensado nisso, era um colar duplo, algo para nós dois.
Enquanto
eu observava os colares unidos, ele aproveitando-se da minha distração me puxou
para fora da casa me empurrando na lateral da porta, contra a parede e me
beijou. Lutei, até que ele me soltou. Ouvi uma gargalhada, Nícolas ressurgia da
sua crise ao ver o meu duelo e o beijo roubado.
“Woow,
Taylor Lautner, desse jeito você enfraquece a amizade!” falou Nicolas olhando
em seguida para Aléxia que sorriu, não por mim ou pelo Taylor, mas pela
ressureição de Lázaro. O seu amado havia saído da depressão?
“Por
que enfraquece?” perguntou Taylor entrando na casa e cumprimentando enquanto eu
recuperava o ar que o beijo havia me tirado vendo-o com um vista certeira.
“Enfraquece
a amizade enfiando sua língua na garganta da minha irmã dessa forma. Tem que
rolar um drink antes” falou zombando.
“Desculpe”
pediu sorrindo.
“Estou
brincando cunhado. Você chegou na hora certa, Aléxia fez lasanha, você gosta?”.
“Adoro”
afirmou sentando-se à mesa com o cinismo do Nícolas. Era contagioso?
“Novidades?”
perguntou Nícolas.
“Nenhuma
e você?” Taylor perguntou.
“Tenho
uma sim. Daqui a alguns dias eu vou sair na Oprah” Nícolas revelou.
“Ah,
ela é ótima” Taylor deixou claro já que a conhecia.
“Você
verá Aléxia cantar. É imperdível. Fizemos um documentário para um programa
especial sobre a Sally. Cantamos juntos como nos velhos tempos” falou Nícolas
tirando um enorme pedaço de Lasanha enquanto Taylor arregalou os olhos
desconhecendo seu apetite.
“Oh,
boy. Você não é humano” comentou.
“Que
delícia. Está perfeita como sempre” Nícolas elogiou.
“Não
vai comer?” perguntou Taylor me vendo apenas observando.
“Sim...
irei agora mesmo” falei inserindo o garfo.
“Que
coisa preta é essa aqui?” perguntou Nícolas apontando uma ervilha escura.
“O
que?” perguntamos olhando dentro do prato.
“Um
carrapato. Tem um carrapato dentro da lasanha!”.
“Eca!”
disse Aléxia perdendo o apetite.
“Seu
nojento. Estamos no meio de uma refeição e você faz isso” falei largando o
prato enquanto ele gargalhava satisfeito.
“Me
dá um carrapato desse aí, parece suculento” Taylor falou inserindo o garfo na
ervilha no prato do Nícolas e colocando na boca.
“Nojentos!”
eu e Aléxia falamos colocando os pratos na pia.
Eles
se levantaram da mesa sorridentes como duas crianças.
“Posso
falar com você?” perguntou Taylor quebrando o gelo e superando o riso com a
história do carrapato.
“Pode
falar” concordei.
“Quero
falar no seu quarto pode ser?” ele pediu.
“Tanto
faz” falei simplesmente.
Finalmente
ele tentaria me beijar novamente e eu lhe diria o que estava engasgado, ele
pensou que me tinha em mãos, mas eu não iria ceder. Ele não sabia o que o
esperava.
“Como
vai a carreira?” perguntou disfarçando o assunto.
“Vai
muito bem, obrigada” respondi.
“Você
pode me devolver aquele pendrive? Tem umas fotos da Makena no torneio de vôlei
e ela está me cobrando”. Ele disse.
“Posso
sim” falei abrindo a gaveta e pegando. De fato havia mesmo fotos dela nos seus
arquivos.
“Obrigado”
agradeceu.
“De
nada” agradeci em contrapartida.
“Até
mais” disse saindo do quarto me deixando parada como um poste, ele só podia
estar brincando. Depois do bilhete, as rosas, o CD, o colar, ele apenas
apareceu e foi embora sem nada dizer?
Intrigante. Imaginei vendo-o desaparecer porta
a fora. O que ele quis fazer com aquele beijo? O que ele queria afinal?
***
Nos
6º dia, a musica foi Please Forgive, Bryan Adams, seu toque me faziam lembrar
de quando ele foi até onde eu estava no Brasil, na casa da Aléxia. A voz do
Bryan me levou de volta as palavras que ele me disse no carro que havia me
presenteado. Repassei suas desculpas,
elas pareciam sinceras naquela época. “Eu fui o idiota Sally. Tenho sido desde que
nos conhecemos! Mas como eu disse, não é essa a lembrança que quero que tenha
de mim. Não quero que terminemos desse jeito” isso doeu em mim naquela ocasião
e agora pareciam ainda me afetar.
Eu
não sabia ao certo o que eu sentia, mas era a forma como aquelas palavras
saíram da sua boca voluntarias e cravadas de dor. Recordei dele admitindo seus
erros, ainda não era tão fadigoso ouvir suas desculpas, mas agora eu não
suportava mais.
A
maneira como os dias foram passando as músicas traziam a tona momento que
haviam sido marcantes para mim e pelo visto para ele também, quer fosse pela
musica Just a kiss de Lady Antebellum e todas as outras que havíamos ouvidos juntos
desde o primeiro encontro ou por todas as outras.
Não
sei o que ele queria. Quanto mais os dias passavam, mais intrigada eu ficava.
No último dia, e na última canção, senti um vazio tomando conta de mim quando a
música falhou, parecia não ter áudio. Senti raiva por isso, mas não me
entreguei sequer por um momento. Deitei na cama e fiquei confusa pensando em
todas as possibilidades até que Aléxia bateu na porta do meu quarto.
“Ajude-me
amiga?” pediu ela.
“Claro,
com o que?” perguntei.
“Nícolas
quer que eu acompanhe em um jantar hoje à noite com um cara que ele diz ser
agente dele” ela falou sorrindo.
“Nícolas
tem um agente?” perguntei assustada.
“Parece
que o documentário da Oprah foi bem proveitoso para ele” respondeu Aléxia.
“Quer
um vestido novo?”
“Sim...
Quero que me ajude a escolher” explicou Aléxia.
“Okay,
vamos ao shopping.” Falei empolgada pegando minha bolsa e passando por Nícolas
que deu uma piscada descarada para Aléxia antes de ela sair pela porta.
Chegamos
ao shopping, escolhemos um belo vestido, um par de sapatos, bolsa e uma
corrente linda para que ela o acompanhasse na reunião com seu agente.
Era
estranho pensar nisso. Nícolas seguiria uma carreira? Aliás, seguiria a
carreira dos seus sonhos finalmente?
Antes
que saíssemos Nícolas apareceu na loja, estranhei ele saber onde estávamos, mas
ela poderia ter enviado um torpedo sem que eu visse.
“Aléxia,
eu vi a hora errada da reunião, temos que ir, vista o vestido no provador e
vamos daqui mesmo” ele falou apressado.
“Como
você faz isso? No seu primeiro dia de reunião vai chegar atrasado? Porque não
me disse nada?” perguntei chateada.
“Depois
eu te explico maninha” disse me dando um beijo no rosto e arrastando Aléxia
para o provador da boutique saindo em dois um minutos.
“Esse
vestido é um presente” ela disse me dando um embrulho antes de sair. Eu o
adorei, moderno e elegante, ela o pagou antes de sair. Apenas peguei e voltei
para casa. A porta estava encostada, temi.
Nícolas
a havia deixado encostada ao sair às pressas?
Abri
a porta.
A
sala estava um pouco escura, com poucos cômodos iluminados. Ouvi um estalar de
um isqueiro, estremeci. Duas velas foram acesas quando concebi a imagem do
Taylor vestindo um smoking elegante e vindo em minha direção.
Ele
se aproximou pegando o pacote das minhas mãos tirando o vestido de festa. Com
um olhar enigmático. Ele tocou meus ombros tranquilamente descendo as alças do
meu vestido curto e baixando até que ele caísse ao chão.
Ao
fim, em posse do novo vestido, vestiu-o em mim sem qualquer toque suspeito,
apenas me ajudou a vesti-lo.
Guiando-me até a mesa, abriu o menu do jantar
e fez o meu prato enchendo nossas taças de vinho.
Não
havia um sorriso sequer em sua face. Permanecia sério. Ele agia tão
delicadamente como se houvesse ensaiado para aquilo.
“Por
favor, coma” incentivou.
Tentei
comer, mas eu estava tão intrigada e em choque com a forma como fui trapaceada
por ele, Nícolas e Aléxia que me perguntei como não percebi a farsa antes.
“O
que você quer com tudo isso?” perguntei.
“Não
quero nada que você não queira” respondeu vagamente.
“O
que pensa que está fazendo?” indaguei enfastiada.
“O
que precisa ser feito” disse evasivamente me irritando.
“Você
não pode fazer isso comigo. Armar isso tudo achando que vou me render a sua
produção toda. Quem pensa que sou Taylor?” bradei.
“Eu
não fiz nada Sally. Só penso as melhores coisas sobre você. Apenas quero lhe
fazer uma pergunta” ele disse se levantando da cadeira e me puxando.
“Qual
a música nº 11?” ele perguntou.
“Você
gravou errado ou deu algum problema, ela toca, mas não ouço nada”.
“Eu
não gravei errado amor. Eu apenas guardei para ouvirmos juntos” revelou ligando
o aparelho de som e me puxando para dançar.
Ele
me abraçou apertado quando começou a tocar Just give me a reason, da Pink.
Sensualmente ele me guiava pela sala dançando seguindo ritmo da música. Taylor
beijou meu pescoço arrepiando os pêlos dos meus braços e sussurrou ao meu
ouvido “Promessa cumprida” e me rodou enquanto dançávamos sequentemente.
“Que
promessa?” perguntei não entendendo o comentário.
“Arrepiarei
os pelos do seu braço... Te ensinarei a dançar...” falou beijando-me de tal
forma que mesmo me debatendo não pude evitar.
(¹ “Mais coisas
serão reveladas, não me esqueça, arrepiarei os pelos do seu braço... Te
ensinarei a dançar...” (Green Eyes –
Coldplay – Capítulo dez: 24 horas de amor – 1ª parte .
(² Patience – Música de Guns Roses).
(³Felipe Neto – Ator, vlogueiro boca suja que
ganhou fama após vídeos em uma serie no You Tube criticando assuntos da era
moderna, o culto ao “eu” e as modinhas adolescentes, bandas coloridas, ídolos
tens, etc).
(4 “And it was called Yellow” “E foi chamada de "amarela” – Frase da música, yellow,
Coldplay).