Fanfiction: Uma chance com Taylor Lautner - Capítulo 50 - Untitled!
Fanfic/Texto: @ValzinhaBarreto
Capa/Designer: @jessica_keli
Ilustração: @alexiaaugusto
Beta: Daya Engler
Música tema: Untitled - Simple Plan
Ashton me
abraçava na cama, ambos calados enquanto eu recebia seu afago terno em meu
cabelo e minha mente processava tudo o que havíamos feito, e pela primeira vez
senti medo de mim mesma, embora a sensação boa daquele momento viajasse por meu
corpo. Tudo até aquele momento tinha sido maravilhoso, mais até do que eu podia
imaginar. Entretanto, era inegável a estranha a sensação de ter outras mãos em
mim senão as do Taylor.
Por mais
que eu tivesse desejado aquele momento; por mais que meu corpo e uma parte de
mim estivessem satisfeitos, recebendo positivamente a sensação de bem-estar que
Ashton e seus carinhos provocavam em mim; por mais que em minha razão eu
soubesse que tinha direito aquilo, a ter um homem que me tratava como se eu
fosse o bem mais precioso em seus braços; por mais que meu ego feminino
apreciasse e estivesse enaltecido por ter um homem lindo como Ashton e com qualidades que iam além do que eu imaginava,
estava ali junto de me mim, e principalmente que eu estivesse orgulhosa de ter
sido suficiente pra ele, porque eu tinha sido, eu sabia, sentia isso em minhas
entranhas. E finalmente por mais que a raiva, um sentimento que havia
sutilmente se instalado dentro de mim, me empurrasse acima me dando forças para
seguir a diante, outra parte de mim estava um caos completo duelando bravamente
contra todas estas coisas citadas.
Eu tinha
medo. Medo por mim e pelo próprio Ashton, a incerteza e dúvida de não saber
como iríamos ficar dali em diante, se iríamos continuar ou parar, e fingir que
nada ocorreu. Se o que houve de alguma forma iria afetar negativamente nossa
relação. Medos e mais medos, que vinham acompanhados de um montão de dúvidas
que tornavam ainda difícil imaginar o que viria pela frente. E, esta incerteza,
a insegurança acompanhando-a, somente me fazia mais angustiada.
Mas o pior
é que apesar disso tudo, eu me sentia um tanto culpada de estar ali nos braços
dele. Na minha cabeça, isto era irracional porque eu tinha direito a isso. No
entanto, meu coração estava murcho, choroso, zangado e me acusando de traição,
causando-me uma leve sensação; o bastante para afetar e causar dissabores em
meu regozijo feminino.
Odiosamente,
era com Taylor que eu queria estar, era nos braços dele, os dedos dele afagando
meus cabelos. Não Ashton ou qualquer outro. Somente nos dele, do homem que
fazia questão de salientar que não me queria, porque era isso, ele não me
queria, seu sentimento não era suficiente para que ele lutasse por mim, por
nós.
Minha razão
brigava de igual para igual com meu coração. Quem ganharia? Eu não fazia a
mínima ideia. Somente sabia que naquele processo eu era quem sofria.
Vi a forma
tão cadenciada com que Ashton se vestia para me deixar em casa e me peguei
pensando em como eu havia terminado. Como me deixei levar por tais impulsos a
ponto de esquecer que aquelas ações há um tempo atrás nunca seriam minhas?
Eu havia me
igualado ao Taylor... Eu havia sito sido tão ou mais perversa do que ele, mas
estava feito e eu não podia voltar atrás, e mesmo sabendo que ele tinha o
direito de viver a vida me odiei por ter que seguir minha também...
Não movi
minha cabeça para os lados – eu não tinha me igualado a ele, porque diferente
dele, eu dei tudo por nós e ele sabia que eu estava disposta a largar tudo, e
enfrentar tudo e todos por nós, bastava apenas uma decisão, uma só palavra dele
pra que hoje estivéssemos juntos, mas ele não pensou assim ou não quis. Não
podia seguir me culpando, embora às vezes isso fosse difícil, embora doesse, eu
não podia seguir achando que a culpa era somente minha. Ele tinha seguido a
vida dele e eu também deveria seguir a minha.
Era vergonhoso
admitir, mas mesmo com algumas doses de paixão desejava incessantemente ter a
dose completa de amor que somente Taylor poderia me dar... A satisfação que
senti com Ashton foi apenas momentânea e eu poderia repetir, mas até quando?
Por quanto tempo eu seria capaz de ter um homem que não fosse Taylor Lautner?
Meus
pensamentos voavam como um vento vagaroso e de baixo assovio, distantes,
compenetrados e irrelevantes já que não me levariam a alugar nenhum. Eu sabia
que não poderia tê-lo, mas não... Ainda assim, não conseguia deixar de amá-
lo...
Ao voltar
ao Hotel lá estava minha “morena” sentada no sofá com seus olhos fixos no anjo
loiro que havia sido seu primeiro e único amor, mal aceitava ela que por trás
de sua beleza angelical, havia um anjo mal, Nícolas revirava a mala da Aléxia
em busca de uma agenda que ele havia esquecido.
-
Welcome to the LA¹!!! -
cumprimentei Aléxia, que nem me viu chegar.
-
Sally!!! Oiii!
Seus braços
se enrolaram em volta de mim e eu abracei-a de volta, feliz e aliviada por ter
minha amiga comigo, embora me sentisse um pouco culpada por indiretamente ou
talvez diretamente tê-la trazido para toda esta loucura que agora estava minha
vida.
-
Oiii..., como foi a viagem?
-
Bem... Meu Deus, eu nem te vi chegar.
Nos
soltamos.
- Você
está estava muito concentrada. – brinquei, com um meio sorriso.
- E
então como foi? – ela
claramente ignorou minha cutucada, mudando de assunto e eu me vi voltar para
minha confusão particular.
- Foi
maravilhoso..., mas me sinto um pouco mal agora...
- Mal
por que Sally? – ela
acrescentou num tom de repreensão - Você e Ashton são bem grandinhos.
- Eu
sei, mas é que...
- Mas
o que quê Sally? – ela
me interrompeu, desconfiada. Esta era nossa conexão, Aléxia e eu nos
entendíamos nos olhos:
- Pára
Para com isso.
Respirei
fundo me enchendo de coragem e soltei:
- Eu
me sinto suja agora...
Aléxia
segurou meu braço, deixando-me de frente para ela de forma que pude ver seu
rosto endurecer numa faceta séria, brava, um pouco dura até.
- Você não
é suja, não está suja. Me escutou Sally?
Não é e não está. Você merece ter alguém. Merece seguir a vida, dar-se
uma chance assim como ele deu a si mesmo...
Ouvir
aquilo picou meu coração e eu tomei uma profunda respiração, controlando o bolo
que aquela verdade fez subir por minha garganta.
- Eu
sei disso... Quando estávamos lá foi tudo bem..., - suspirei cansada deixando meus ombros caírem - Agora
me sinto um pouco perdida, envergonhada, nem sei. É estranho, entende?
- É
normal... Ele é o segundo homem que você tem... É normal se sentir insegura e
até estranha.
- É
Sally é normal se sentir insegura e estranha. - Imitou Nícolas zombando.
- Aff!
Não se mete... ! - Aléxia se exaltou - Você é um anormal...
-
Deixa ele Aléxia... , - olhei
para Nícolas, fuzilando-o com o olhar e encerrei aquela conversa - Nem
vale a pena! - Encerrei.. – exalei e puxei uma nova lufada de ar
tentando sorrir enquanto trocava o tema - Bom... Precisamos sair desse hotel e nos
mudar para uma casa.
-
Podemos morar na casa do Ashton...? - sugeriu Nícolas, com seu habitual cinismo descontrolado.
- Cala
boca!
- Ou
podemos morar na casa do Taylor! ...? - ironizou novamente.
- Vai
você morar na casa do Taylor. – eu disse já sem paciência - Ele bem que merece esse castigo.
É..., vou
perguntar dele se ele tem um espaço pra mim na casa dele... Dia onze depois do
boliche, eu pergunto.
- Que
boliche? - Perguntou
Aléxia curiosa.
Meus olhos
se estreitaram enquanto eu ouvia, calada, o desenrolar da história.
- Taylor
me convidou para ir com ele ao boliche dia onze.
- Você
está mentindo! - Bradou
Aléxia fixando seus olhos no cinismo do Nícolas, que por sua vez estava sentado
folheando uma revista Vogue, mas mesmo com a descrença de Aléxia, ele
continuou:
- Ele veio
falar com você ontem à noite. Ele usava uma camisa cinza com três botões no
busto e um boné de New York City. – pacientemente, ele relatou e meus olhos cresceram pasmos - Conversamos
um pouco... Ele se foi logo. - Encerrou Nícolas tranquilamente.
- Porque
dia onze?– Perguntei
quando achei minha voz, ciente do que a data representava e tentei ignorar o
aperto em meu coração, como também me irritei por isto me afetar após tudo.
- Não
sei por que será dia onze, talvez ele só tenha tempo esse dia. O que isso tem a
ver?
- Você
está falando sério ou esse é apenas mais um dos seus jogos? – perguntei
com cuidado.
- Você
está falando sério ou esse é apenas mais um dos seus jogos? – perguntei com cuidado.
- Por
que eu inventaria isso Sally?
- Por
ciúmes dela com o Ashton! - Respondeu Aléxia por mim.
- Eu
não tenho ciúmes da Sally.
- Você
tem sim! . - Disse
Aléxia encarando Nícolas, com deboche.
- Que
se foda... ! Ele vem me buscar e disse para você ir comigo.
-
Mentiroso. - disse eu
sabendo que ele mentia, Taylor não podia fazer isso, não depois do que ele
tinha me aprontado, era muita covardia.
- Eu
ainda não falei com esse Ashton, - Nícolas disse como se fosse o criador do decoro e bons princípios - mas
com Taylor fui claro sobre você.
Meus olhos
quase foram ao chão e eu temi.
-
Claro sobre o que Nícolas? – cautelosa e com muito receio, eu inquiri - Você está brincando, né?
- Não
estou brincando... O cara apareceu aqui e eu bati a real pra ele... Falei mesmo
que você não é dessas meninas que se comem em Hollywood. Que se foda... ! – ele exclamou e eu me vi mais chocada conforme as
palavras deixavam sua boca - Eu não vou deixar que tratem você assim...
Eu sou um idiota com as mulheres, mas até eu sei que você não é uma vagabunda
que deve servir de distração pra esses boys famosos... .- Nícolas
terminou furioso.
- Eu
te amo Nícolas, mas eu te odeio tanto... . – choraminguei descrente que ele tivesse me feito
passar um vexame daquele - Você não disse nada disso Nícolas... –
eu tentei iludida e ele sorriu - Isso não tem graça. - completei.
- Tem
graça sim... Principalmente quando eu perguntei se ele tinha comido Selena
Gomez... – Nícolas
riu e eu o odiei, só não sabia se era por ele despejar sua loucura sobre Taylor
ou pela pergunta em si - Ele veio com um papo de que não é assim que
se trata uma mulher... , sabe... , até que estou gostando mais dele agora.
- Não
goste dele... Isso sobre tratar uma mulher é só um discurso. – avisei amarga; irritada - Ele não me tratou como deveria.
Devia ter vergonha de dizer isso... -
Nícolas se
levantou nervoso e eu percebi que havia falado de mais.
- O
que ele fez? - Perguntou
Nícolas nervoso levantando-se...
-
Nada... Ele só deixou a Sally...
- Por
que ele deixou você? –
Nícolas perguntou se aproximando.
Eu caminhei
para o lado oposto dele, com um falso ar de naturalidade enquanto lhe falava:
- Não
sei... Pergunte isso a ele dia onze quando forem ao boliche,... E porque eu não
vou. Não mesmo... Estou cansada e farta dessa mudança de humor do Taylor...
Acho que ele é louco.
Nícolas
apareceu do meu lado e eu lutei para me manter no lugar ante o susto. Sua face
estava desgostosa e seus olhos analíticos.
-
Você... Vocês... Fizeram aquilo Sally?
Meu rosto
ganhou diversos tons de vermelho.
- Eu
me recuso a responder isso. ! – ralhei e encerrei a conversa - Isto não é assunto teu Nícolas.
Nicolas
podia estar mentindo... , porém, eu esperaria para ver com meus próprios
olhos... Eu estava horrorizada com a probabilidade de aquilo ser verdade... Era
intolerável a ideia de conceber Taylor falando, ou saindo com o Nícolas...
Meu celular
tocava... Era Ashton.
- Oi!
- Oi
Ash.
- Como
você está?
-
Bem... Bem mal... – respondi
ainda aturdida pela conversa com Nícolas e as boas novas.
- Por
que mal? Fui tão ruim assim ontem a noite?
-
Não... Imagina... Claro que não! Deus, não Ash..., foi perfeito... Ontem foi
muito bom... É que meu irmão é maluco e está me deixando maluca também...
- Eu
liguei para lhe dar uma boa notícia.
-
Sério? Isso é muito bom.
-
Eduarda Morais me garantiu que a revista com você na capa sai na semana que
antecede o Oscar...
-
Achei que não daria tempo...
- Ela
teve alguns imprevistos... , mas continua como planejado. – mudei o telefone de orelha.
- Eu gostaria de te pedir desculpas! - Desabafou
Ashton.
- Pelo
quê?
- Não
sei..., talvez por ter sido muito impulsivo... – ele deixou a voz morrer.
-
Então somos dois e eu também te devo desculpas por ter sido impulsiva. – brinquei não querendo que ele entendesse mal, nossa
noite tinha sido maravilhosa e nada podia manchar aquilo, mesmo meu coração
protestando.
E deu
certo, a voz de Ashton soou mais relaxada quando me falou:
- Você
me surpreendeu Sally!
Sorri
agradecendo mentalmente por estarmos ao telefone e ele não ver meu rosto
corado.
- Isso
vindo de um galã como você é um lisonjeio. – me permiti brincar mais um pouco.
Ouvi sua
risada do outro lado da linha fazendo cócegas em minha orelha, contagiando o
meu próprio sorriso.
-
Sério Sally. Gostei muito de estar com você, de sentir você.
Lambi meus
lábios enquanto os mesmos se curvavam em puro orgulho feminino e minhas
bochechas pegaram fogo.
- Eu
também Ashton... –
murmurei, sentindo a necessidade de lhe dizer estas palavras.
-
Certo. Eu preciso ir agora. Até mais Sally.
- Até
mais Ash...Eu iria
desligar, mas ele me chamou de volta:
-
Sally? – eu disse um
“oi” e esperei – Eu realmente gostei muito da nossa noite.
Meu sorriso
se estendeu por meu rosto facilmente e o ouvi sussurrar um beijo antes de
desligar.
Estava tudo
certo. Minha estréia como modelo finalmente aconteceria e eu mal podia esperar
por tudo que isso iria trazer na minha vida. Às vezes me pegava sonhando com a
fama, mas na maioria das vezes eu ficava triste e muito insegura, pois sabia
que nesse ramo disputadíssimo existiam muitas mulheres lindas.
Minhas
chances eram poucas, eu não sabia como proceder na atuação, tinha medo, mas
minha vontade de dar a volta por cima e esfregar na cara daqueles que um dia
zombaram de mim e ainda o faziam era muito maior.
E, era isto
que não me deixava sucumbir ao desespero da insegurança, pois me dava à força
que eu precisava para levantar a cabeça e seguir adiante, tropeçando hora e
outra, ainda assim seguindo em frente.
A ligação
do Ashton me deixou agitada. Aléxia e Nícolas sairiam em busca de uma casa e eu
em busca de uma escola para ter mais aulas de atuação, e tentar conseguir algum
papel... Minha timidez era meu maior desafio, mas eu superaria, tinha que
fazê-lo.
As aulas já
tinham iniciando no local mais próximo de onde eu estava, apesar disso eu
entrei com a turma e no outro dia já iniciei as aulas....
Era dia
onze, Nícolas saiu pela porta muito elegante, usando um look casual. Aléxia
fixou seus olhos nele, enciumada... Seu olhar que brilhava ao vê-lo tão lindo,
ao mesmo tempo se entristecia fixando - os ao chão... Toda a produção não seria para ela...
Não sei
como ela suportava viver assim, era como se para esta bastasse estar perto dele
e impedir que ele acabasse consigo mesmo. Aléxia não poderia viver sem ele, por
isso cuidava da razão da sua vida... Ele era tudo que ela mais queria, o bem
mais precioso que ela poderia ter. Ou acreditava que era...
Uma batida
na porta me causou uma sensação gélida até a espinha... Senti um arrepio eriçar
os pelos de minha nuca e meu coração deu um pulo... E muito embora parecesse
loucura afirmar eu podia sentir aquele perfume no ar... Aquele cheiro que era a
prova de que Nícolas não mentia... Infelizmente era verdade...
Saltando
próximo à porta, Nícolas parecia mais ansioso do que eu...
Naquele
momento eu era incapaz de descrever meu nervosismo e a tensão que se abateu em
meu corpo, mas dos três ali presentes naquele ambiente, a maior tensão era a
que vinha do cara que colocava seu primeiro pé dentro do quarto do Hotel, com
seus olhos fixos em mim...
- Oi! Boa noite?.
- Boaaaa!
Que bom que você veio! Calou
a boca da minha irmã. Eu iria matar aquela criatura loira.
- Tudo
bem Sally? -– cauteloso
Taylor perguntou ao ver que não o cumprimentei.
- Está
tudo bem! .- Respondi
sem maior reação, um esforço sobrehumano devo dizer...
Ao olhar
aquele homem senti raiva, dor, alegria e mais raiva... A imagem dele com Ashley
e os flashes de tudo que passei por causa dele bombeando em minha mente,
alimentando minha irritação e raiva era maior do que a felicidade de vê-lo
novamente. E eu não poderia, me recusava
a me render ao que eu sentia, embora doesse minha alma. Isto não seria nem um
pouco honesto com Ashton, que me vinha ao pensamento a cada segundo, mas
principalmente, não seria justo comigo mesma.
Eu tinha
dado tudo a ele. O melhor de mim. O pouco, aquele pouquinho; mas que era tudo
de mim, o que eu acreditei ser o melhor, o mais puro e verdadeiro que eu tinha,
eu entreguei em suas mãos com um sorriso inocente e esperançoso nos lábios,
acreditando que ele me daria ao menos mínimo, porque o mínimo era aceitável,
meu tolo coração aceitaria. Dei meu
corpo, meu coração e minha alma.
Mas nada
foi suficiente. Eu não tinha sido suficiente para ele. Eu não tinha sido tão
boa quanto àquela que ele exibiu. Na
ilusão dei meu coração a Taylor, crendo que ele era um anjo, que guardaria e
zelaria por meu amor ingênuo, o que eu não sabia é que ele era um anjo caído.
- Eu
Sally preciso conversar com Sally um momento, e então, vamos ao boliche, certo?
Sua pergunta
me trousse para a realidade daquele quarto.
- Sem
problemas... – Nícolas
intercalou seu olhar entre nós dois e o fincou em Taylor - Vamos falar sobre vocês dois
mais tarde. - Ele disse. Sua face que outrora era despojada e
divertida, agora estava séria.
Taylor
pareceu ficar preocupado com a expressão dele, então deu a volta e me olhou
fazendo meu estúpido coração pular em círculos, e o meu desespero ameaçou subir
a borda....
-
Podemos?
Eu queria
dizer que não apesar dos saltos do meu coração, contudo, não queria bancar a
covarde em sua frente, minha dignidade não permitia isso, tampouco.
Inalei
profundamente e empurrei as palavras dissimulando uma indiferença que não
sentia, mas me obrigava a jogá-la no ar:
- Eu
não gostaria, mas acho que não me resta escolha.
Taylor
batia uma mão sob a outra... Nervoso... Fomos até uma área privada do Hotel
destinada a jantares e reuniões particulares e os funcionários abriam a porta
para que Taylor passasse comigo tal quais serviçais o fazem a um rei e rainha.
A cada
passo silencioso eu me perguntava o que ele queria?... O que ele poderia querer
depois de tudo? O silencio esmagador e
angustiante se mesclava ao suspense e o desespero, que por sua vez começava a
efervescer dentro de mim, me deixando mais angustiada e dificultando minha
falsa pose de indiferente, mas ele finalmente falou quando paramos e este se
voltou para mim
- Eu
preciso te pedir uma coisa.
- Eu
não tenho mais nada para dar a você Taylor... – mordi fora.
- Não
se trata disso Sally. – ele
deu um passo a frente e meu sobrecenho crispou, causando um vínculo entre as
minhas sobrancelhas e deixando meus olhos desconfiados em fendas - Só
preciso que faça uma coisa por mim... , - ele acrescentou pedinte - Em
nome de tudo o que houve entre nós...
- Nunca
houve nada entre nós Taylor. – talhei sentindo a raiva sobrepor minha
descrença por suas palavras e coragem de me dizê-las - Só uma aventura que durou, apenas
o quanto o prazer pode durar.
-
Aconteceu sim Sally... – nervosamente, ele disse correndo as mãos pelo cabelo e dando outro
passo pra mim, parecia bravo, irritado e um pouco ofendido, o que me pareceu
uma afronta sem igual - Foi real... Pelo menos para mim...
Apertei
minhas mãos em punhos ao lado do corpo, incrédula que ele pudesse sequer estar
duvidando do que eu sentia, quando lhe dei inúmeras provas de meu amor por ele.
- Tudo
que o que você fez, deixou tudo falso. – moí as palavras sentido as lágrimas se acumularem detrás de meus
olhos, mas não as soltei, embora a rouquidão em minha voz delatasse meu choro
contido - Eu não sei quem é você... Eu nunca pensei que você pudesse fazer tanta
coisa para me ferir... De graça! O que eu fiz pra você? Foi uma ofensa me
entregar da forma que me entreguei? O quê?!
Ele deu outro
passo e eu dei outro atrás. Aquilo era um inferno. Eu não podia tê-lo, porque
ele próprio fazia questão de me lembrar disso sempre que nos encontrávamos. E o
mais insano é que ele fazia sua presença unicamente para me lembrar disso, não
me dava à oportunidade de seguir adiante, de sequer tentar esquecê-lo enquanto
que ele seguia sua vida normalmente sem mim.
-
Sorry Sally... Eu sou um perfeito idiota... Um covarde... Um cara vaidoso,
egoísta e insensato que nunca deveria ter colocado os dedos em você.
- Mas
você colocou Taylor... Você me tirou a chance que eu precisava... E agora eu
nem tenho mais vontade de olhar para você... Eu nem quero você por perto porque
suas ações somente fazem com que eu sinta raiva. Raiva por ter sido tão
estúpida, por ter acreditado em você, por você me machucar ainda mais e eu
permitir isso. Estou com raiva de você por me ferir e de mim por te deixar
fazer isso.
- É
compreensível toda sua raiva e acredite, estou ciente de que mereço seu
desprezo, e concordo que você não fique perto de mim... – suas palavras saltavam no ar apunhalando meu
coração já ferido - Não vim me reconciliar Sally... Só quero te pedir que vá embora.
Engoli o
bolo em minha garganta enquanto a raiva me arranhava a pele deixando-me na
defensiva.
- Você
virou o dono de Los Angeles agora?
- Não
é que eu não queira você aqui. – ele disse, não parecia certo de suas palavras assim como estava sua
face contrariada, confundindo-me - Só não quero você aqui por mim...
Eu tive
vontade de rir, literalmente. Era incrível.
- Não
estou aqui por você Taylor... Por favor, controle seu ego.
- Meu
ego não está descontrolado Sally, mas você está entrando em um caminho sem
volta... Você está sendo alvo de muitas fofocas na internet e você sairá como
vadia, e esse Ashton como o pegador. – ele disse sério, suas palavras duras, mas também pesquei um vestígio
de desespero - Presta atenção... Isso aqui não é brincadeira. Ashton vai pegar pesado
Sally e seus sonhos serão reduzidos ao pó. O glamour mostrado superficialmente
não é tudo que temos em Hollywood, nos bastidores há muitos de conflitos de
interesses envolvidos, muita publicidade a custos dolorosos, chantagens,
calúnias, ambição, soberba, individualismo e, intrigas... Você precisa ficar
longe disso.
-
Ninguém está me chantageando Taylor ou qualquer uma dessas coisas que você
listou. Eu estou com Ashton porque quero... Eu gosto dele... Gosto de estar com
ele... . Gosto da forma que ele me trata, que ele me faz sentir. – soltei as palavras querendo o ferir assim como ele me
feria com as tuas - A única pessoa individualista que conheci foi você. -
Completei.
- Acha
que todas as minhas ações ao deixá-la são apenas influência da minha vaidade,
da minha covardia e do egoísmo? – ele indagou, soava-me magoado - Você realmente pensa isso sobre mim?
- Se
não é só isso Taylor...? Diga - me qual o motivo que levou você a me abandonar
dessa daquela forma tão covarde depois de tudo o que havia houve entre nós?
Ele
enrijeceu, parecia surpreso com minha pergunta.
-
E-e-eu... O motivo existe Sally... -. – ele disse e pausou, parecia
pensar em algo, buscar algo enquanto seus olhos corriam pelo chão antes de
voltarem a se trancarem nos meus - Só peço que me perdoe por tudo e que volte
ao Brasil... Aléxia está sozinha... Você
não pode deixá-la sozinha... Se você não quer voltar por mim, volte por ela...
Bufei
sacudindo minha cabeça para os lados, ligeiramente.
- Seus
argumentos não são válidos, Taylor...
- Por
que não são válidos?
Aléxia
está aqui. – revelei - Não
só ela, como meu irmão, que ... Você já
conheceu.
- O
que Aléxia faz aqui?
-
Vamos morar aqui... E não finja que não se tocou ao ver meu irmão aqui...
Sally... Eu
não acredito que você vai mutilar seu futuro dessa forma... Aléxia deixou sua
faculdade para estar perto de você. E seu irmão...? Nem sei o que ele deixou,
mas isso não é justo com eles... Você vai sacrificá-los?
- Justo? E
você sabe o que é justo Taylor? Pensou em justiça quando me deixou com o
coração partido e sangrando pela segunda vez? Soa-me muito engraçado você se preocupar
agora, quando não se preocupou em sair à furtiva sem sequer me dar um ao Adeus.
Quer falar de sacrifícios? Deixe-me te dizer isso Taylor... Você não tem o
direito deu usar a palavra sacrifício. Você não sabe o que é isso... Você nunca
fez isso... Sua vida é perfeita... Sua família lhe superprotege e lhe apóia em
tudo.
- Eles
não apoiam em tudo... –
cansadamente, ele disse - O apoio que eu mais precisei eles me
negaram... – ele murmurou, sua voz começou a soar desesperada para que
eu entendesse seu ponto - Mas esse não é único motivo pelo qual não
posso ficar com você...
-
Pouco me importa a essa altura quais são seus motivos... – as lágrimas me traíram começando a saltar de meus
olhos, molhando minha face. A dor oprimia meu coração, apertando meu peito de
tal forma que senti dificuldade para respirar, dizer aquelas palavras, a
constatação de um fato não era doce senão o amargo do fel banhando-me a alma -
Só sei que somente há um motivo pelo qual eu não posso ficar com você.
- E
que motivo é esse Sally?
- Eu
não quero mais você...
Ele deu um
passo atrás e através de meus olhos enevoados vi seu peito subir e descer
bruscamente.
- Dói
ouvir isso... Sou até merecedor..., – ele pausou, sua voz apenas um sussurro rouco que só me fazia mais
dolorida - Mas ainda assim dói. - continuou.
- Dói
mais em mim articular essas palavras que outrora julguei impossível pronunciar... – murmurei forçando minha voz soar alta o suficiente para
ele ouvir, sentia meu coração grande demais para o meu peito flagelado - Mas
é que não quero mais você...
- Você
não é minha Sally.... Você não é a Sally que eu amei...
- Não
sou Taylor. – confirmei
suas palavras espremendo meus lábios apertados enquanto tomava fôlego e o bolo
em minha garganta insistia em obstruir minhas palavras - Você me transformou nessa nesta
Sally aqui. Contemple a sua obra. – ele fez uma careta, parecia
aturdido com minhas palavras, mas então, estávamos quites, não? -
Agora não gosta do sabor amargo que você mesmo criou? Olhe para mim Taylor... –
ele não fez, e eu praticamente gritei as palavras, com dor e raiva -
Olhe na droga dos meus olhos e me diz que eu não sou a Sally que você amou.
- Você não é a Sally que eu amei!! -
Taylor
bradou as palavras, seus olhos brilhantes pelas lágrimas presas nestes. Sua
melancolia era tocante, quase desmoronou tudo o que eu havia preparado
mentalmente para dizer a ele. Quase.
Enxuguei
meu rosto com as costas das mãos e montada na irritação, na dor e raiva que
sentia me varrer de dentro pra fora, eu lhe falei, surpresa que minha voz
saísse tão firme:
- Você
está certíssimo.Não
sou mesmo... Mas eu sou uma criação sua... Tudo o que está acontecendo entre
mim e Ashton era para ser eu e você, mas o maior pesar é que você só vê os
rumores, o que os tablóides dizem... Você não vê que oquê importa é estarmos juntos... Todos esses rumores e julgamentos sobre
mim não são verdade e, você, eu e minha família sabemos disso. Isso sim deveria
importar Taylor...
- Está
bem Sally... Eu desisto..., - ele jogou as mãos no ar, sua cabeça balando freneticamente para os
lados enquanto seus olhos me queimavam - Pode ficar aqui... Faça o que quiser... Eu
fiz o que podia... Vou ter que carregar a culpa por tudo o que vai acontecer
com você. – ele disse, crendo mesmo naquelas palavras e era loucura, eu
entendia nada vezes nada.
- Não
há nada que você possa fazer... Acabou Taylor... E sinto que seja hoje o dia
para lhe dizer isso... Mas gostaria de te presentear... A culpa de eu estar
aqui é minha... Você não sabe o que eu sei fazer... Não conhece meus talentos
ou que estou fazendo aqui... Não leve a culpa por nada do que vai acontecer....
Essa carga, não é sua... É minha. Afinal, somos todos responsáveis pelos nossos
atos. É uma carga pessoal e intransferível, então, não tente pegá-la.
-
Achei que você tivesse esquecido o dia de hoje... . – ele disse, ignorando minhas palavras e vi a primeira
lágrima abandonar seus olhos, logo outras fizeram o mesmo caminho –
Desculpe-me. Eu só queria me entender com você! .- disse Taylor
chorando sem conseguir dizer mais nada.
Forcei meus
lábios se curvaram num sorriso e me aproximei, pegando-o desprevenido quando o
abracei.
E ainda com
seu abraço apertado, disse-lhe:
- Happy Birthday² Tay! .
- Thanks.! Thanks³ Sally.! Ele
murmurou, a rouquidão agora provocada pelo seu próprio choro.
Eu o tinha
envolvido em meus braços, ainda que instantaneamente. Não era certo, eu sabia,
mas precisava daquele último mínimo contato. Só isso... Taylor me empurrou
lentamente, se escapando do meu abraço de feliz aniversário e saiu da área
privando em direção ao grande hall do Hotel e por fim na rua, até o carro...
Voltei ao
quarto de Hotel onde puder notar a aflição de Aléxia que estalava os dedos
aguardando meu retorno pouco triunfal.
Nícolas ao
me ver entrar no quarto em tal estado deplorável, desceu a procura do Taylor
para ver se ambos ainda iriam ao boliche.
Eu me
joguei sobre o colo de Aléxia chorando e imaginando como juntar meus pedaços...
Com cada fibra do meu ser, senti arder um desejo que me fez ter memórias
obscuras que se esvaiam em uma dor aparentemente remota. Era um sentimento
nebuloso, o amor que eu sentia havia surgido puro, mas tornou-se malicioso. Fiquei ainda mais confusa com cada palavra
que ele havia dito e por um momento considerei a possibilidade do Taylor
esconder algo que eu não sabia. Era uma hipótese, mesmo que levantada por um
coração ferido, louco para se agarrar em qualquer corda bamba, mas ainda assim
uma hipótese. E me peguei pensando, qual.. Que motivo seria esse que o levou a
abrir mão de mim?
Levantei e
olhei pela janela... Nícolas estava com uma de suas mãos sob o ombro do Taylor,
e eu mal conseguia respirar... Eu gritava, mas Taylor não podia ouvir meu
ressentimento implícito. Quando vi Nícolas o consolando, lutei arduamente para
controlar a vontade de descer e falar tudo o que eu havia dito, mas com outra
escolha de palavras. No entanto, fiquei onde estava, meus pés soldados ao
chão...
O carro se
foi... Nícolas não voltou... O que provava que eles haviam ido ao boliche
comemorar os 21 anos do Taylor. Eu ainda ouvia o eco da sua voz me dizendo para
ir embora, era como o som do vento, vibrante e às vezes harmoniosa, temi perder
minha compostura ao ouvir sua voz em tom tão grave, doeu ver a agressividade
com que ele ficou ao saber que eu não o queria mais...
Eu não
sabia o que fazer com meus sentimentos por ele, ou por Ashton, pensei em qual
seria o potencial da nova tragédia. Não
sei o quanto esse novo amor me feriria e o meu futuro tal qual esse amor era
como uma invisível sombra... Eu sabia que sofreria outra vez... Mas tinha o direito de pelo menos tentar ser
feliz outra vez...
- Welcome to the LA¹: Bem vindo (a) a LA. (Los Angeles).
Happy Birthday² (Feliz aniversário).
Thanks ³ (Obrigada).
Comentário da autora - Agredecimento
Bom gente... É isso aí. Quero agradecer a Jessica Keli por essas capas maravilhosas. A Daya por betar a fic para mim. A Aléxia por me icentivar o tempo todo (rs rs) com sugestões e etc... Quero agradecer a vocês meus leitores que estão comigo a algum tempo. Obrigada e desculpe a demora. Talvez eu poste a fic sábado a tarde porque está muito corrido e temos muitas extensões e vida fora do PC. Porém garanto-lhes que vale a pena. Comentem... Afinal preciso do feedback de vocês para me icentivar. Chorei com esse capítulo... Sozinha eu não teria conseguido. Acho que encontrei uma pessoa que me ajudará muito. Enviada por Deus para abrir meus olhos, para me atentar aos detalhes... A escrita requer dedicação... Paciência meus amores.... No final... No final tudo dá certo e se ainda não deu é porque não é o final. E lembrem-se: A FELICIDADE É UMA BUSCA CONSTANTE!
Absolutamente tudo sobre Taylor Lautner! Aqui você encontra as melhores notícias, vídeos, fotos, entrevistas, dossiês, artigos, fan arts, desenhos e fanfics exclusivas na nossa extensão: Lautner Fanfics - O PRIMEIRO portal de Fanfics de Taylor Lautner no Brasil!
Comente, interaja e volte sempre! URL: taylorlautnermania.com