15 junho, 2013

Fanfiction: Uma chance com Taylor Lautner - Capítulo 50 - Untitled!


Fanfic/Texto: @ValzinhaBarreto
Capa/Designer: @jessica_keli
Ilustração: @alexiaaugusto
Beta: Daya Engler
Música tema: Untitled  - Simple Plan


Ashton me abraçava na cama, ambos calados enquanto eu recebia seu afago terno em meu cabelo e minha mente processava tudo o que havíamos feito, e pela primeira vez senti medo de mim mesma, embora a sensação boa daquele momento viajasse por meu corpo. Tudo até aquele momento tinha sido maravilhoso, mais até do que eu podia imaginar. Entretanto, era inegável a estranha a sensação de ter outras mãos em mim senão as do Taylor.


Por mais que eu tivesse desejado aquele momento; por mais que meu corpo e uma parte de mim estivessem satisfeitos, recebendo positivamente a sensação de bem-estar que Ashton e seus carinhos provocavam em mim; por mais que em minha razão eu soubesse que tinha direito aquilo, a ter um homem que me tratava como se eu fosse o bem mais precioso em seus braços; por mais que meu ego feminino apreciasse e estivesse enaltecido por ter um homem lindo como Ashton e com  qualidades que iam além do que eu imaginava, estava ali junto de me mim, e principalmente que eu estivesse orgulhosa de ter sido suficiente pra ele, porque eu tinha sido, eu sabia, sentia isso em minhas entranhas. E finalmente por mais que a raiva, um sentimento que havia sutilmente se instalado dentro de mim, me empurrasse acima me dando forças para seguir a diante, outra parte de mim estava um caos completo duelando bravamente contra todas estas coisas citadas.

Eu tinha medo. Medo por mim e pelo próprio Ashton, a incerteza e dúvida de não saber como iríamos ficar dali em diante, se iríamos continuar ou parar, e fingir que nada ocorreu. Se o que houve de alguma forma iria afetar negativamente nossa relação. Medos e mais medos, que vinham acompanhados de um montão de dúvidas que tornavam ainda difícil imaginar o que viria pela frente. E, esta incerteza, a insegurança acompanhando-a, somente me fazia mais angustiada.
Mas o pior é que apesar disso tudo, eu me sentia um tanto culpada de estar ali nos braços dele. Na minha cabeça, isto era irracional porque eu tinha direito a isso. No entanto, meu coração estava murcho, choroso, zangado e me acusando de traição, causando-me uma leve sensação; o bastante para afetar e causar dissabores em meu regozijo feminino.

Odiosamente, era com Taylor que eu queria estar, era nos braços dele, os dedos dele afagando meus cabelos. Não Ashton ou qualquer outro. Somente nos dele, do homem que fazia questão de salientar que não me queria, porque era isso, ele não me queria, seu sentimento não era suficiente para que ele lutasse por mim, por nós.

Minha razão brigava de igual para igual com meu coração. Quem ganharia? Eu não fazia a mínima ideia. Somente sabia que naquele processo eu era quem sofria.

Vi a forma tão cadenciada com que Ashton se vestia para me deixar em casa e me peguei pensando em como eu havia terminado. Como me deixei levar por tais impulsos a ponto de esquecer que aquelas ações há um tempo atrás nunca seriam minhas?

Eu havia me igualado ao Taylor... Eu havia sito sido tão ou mais perversa do que ele, mas estava feito e eu não podia voltar atrás, e mesmo sabendo que ele tinha o direito de viver a vida me odiei por ter que seguir minha também...

Não movi minha cabeça para os lados – eu não tinha me igualado a ele, porque diferente dele, eu dei tudo por nós e ele sabia que eu estava disposta a largar tudo, e enfrentar tudo e todos por nós, bastava apenas uma decisão, uma só palavra dele pra que hoje estivéssemos juntos, mas ele não pensou assim ou não quis. Não podia seguir me culpando, embora às vezes isso fosse difícil, embora doesse, eu não podia seguir achando que a culpa era somente minha. Ele tinha seguido a vida dele e eu também deveria seguir a minha.

Era vergonhoso admitir, mas mesmo com algumas doses de paixão desejava incessantemente ter a dose completa de amor que somente Taylor poderia me dar... A satisfação que senti com Ashton foi apenas momentânea e eu poderia repetir, mas até quando? Por quanto tempo eu seria capaz de ter um homem que não fosse Taylor Lautner?

Meus pensamentos voavam como um vento vagaroso e de baixo assovio, distantes, compenetrados e irrelevantes já que não me levariam a alugar nenhum. Eu sabia que não poderia tê-lo, mas não... Ainda assim, não conseguia deixar de amá- lo...

Ao voltar ao Hotel lá estava minha “morena” sentada no sofá com seus olhos fixos no anjo loiro que havia sido seu primeiro e único amor, mal aceitava ela que por trás de sua beleza angelical, havia um anjo mal, Nícolas revirava a mala da Aléxia em busca de uma agenda que ele havia esquecido.

- Welcome to the LA¹!!! - cumprimentei Aléxia, que nem me viu chegar.

- Sally!!! Oiii!

Seus braços se enrolaram em volta de mim e eu abracei-a de volta, feliz e aliviada por ter minha amiga comigo, embora me sentisse um pouco culpada por indiretamente ou talvez diretamente tê-la trazido para toda esta loucura que agora estava minha vida.

- Oiii..., como foi a viagem?

- Bem... Meu Deus, eu nem te vi chegar.

Nos soltamos.

- Você está estava muito concentrada. – brinquei, com um meio sorriso.

- E então como foi? – ela claramente ignorou minha cutucada, mudando de assunto e eu me vi voltar para minha confusão particular.

- Foi maravilhoso..., mas me sinto um pouco mal agora...

- Mal por que Sally? – ela acrescentou num tom de repreensão - Você e Ashton são bem grandinhos.

- Eu sei, mas é que...
- Mas o que quê Sally? – ela me interrompeu, desconfiada. Esta era nossa conexão, Aléxia e eu nos entendíamos nos olhos:

- Pára Para com isso.

Respirei fundo me enchendo de coragem e soltei:

- Eu me sinto suja agora...

Aléxia segurou meu braço, deixando-me de frente para ela de forma que pude ver seu rosto endurecer numa faceta séria, brava, um pouco dura até.

- Você não é suja, não está suja. Me escutou Sally?  Não é e não está. Você merece ter alguém. Merece seguir a vida, dar-se uma chance assim como ele deu a si mesmo...

Ouvir aquilo picou meu coração e eu tomei uma profunda respiração, controlando o bolo que aquela verdade fez subir por minha garganta.

- Eu sei disso... Quando estávamos lá foi tudo bem..., - suspirei cansada deixando meus ombros caírem - Agora me sinto um pouco perdida, envergonhada, nem sei. É estranho, entende?

- É normal... Ele é o segundo homem que você tem... É normal se sentir insegura e até estranha.

- É Sally é normal se sentir insegura e estranha. - Imitou Nícolas zombando.

- Aff! Não se mete... !  - Aléxia se exaltou - Você é um anormal...

- Deixa ele Aléxia... , - olhei para Nícolas, fuzilando-o com o olhar e encerrei aquela conversa - Nem vale a pena! - Encerrei.. – exalei e puxei uma nova lufada de ar tentando sorrir enquanto trocava o tema - Bom... Precisamos sair desse hotel e nos mudar para uma casa.

- Podemos morar na casa do Ashton...? - sugeriu Nícolas, com seu habitual cinismo descontrolado.

- Cala boca!

- Ou podemos morar na casa do Taylor! ...? - ironizou novamente.

- Vai você morar na casa do Taylor. – eu disse já sem paciência - Ele bem que merece esse castigo.

É..., vou perguntar dele se ele tem um espaço pra mim na casa dele... Dia onze depois do boliche, eu pergunto.

- Que boliche? - Perguntou Aléxia curiosa.

Meus olhos se estreitaram enquanto eu ouvia, calada, o desenrolar da história.

- Taylor me convidou para ir com ele ao boliche dia onze.

- Você está mentindo! - Bradou Aléxia fixando seus olhos no cinismo do Nícolas, que por sua vez estava sentado folheando uma revista Vogue, mas mesmo com a descrença de Aléxia, ele continuou:

- Ele veio falar com você ontem à noite. Ele usava uma camisa cinza com três botões no busto e um boné de New York City. – pacientemente, ele relatou e meus olhos cresceram pasmos - Conversamos um pouco... Ele se foi logo. - Encerrou Nícolas tranquilamente.

- Porque dia onze?– Perguntei quando achei minha voz, ciente do que a data representava e tentei ignorar o aperto em meu coração, como também me irritei por isto me afetar após tudo.

- Não sei por que será dia onze, talvez ele só tenha tempo esse dia. O que isso tem a ver?

- Você está falando sério ou esse é apenas mais um dos seus jogos? – perguntei com cuidado.

- Você está falando sério ou esse é apenas mais um dos seus jogos? – perguntei com cuidado.

- Por que eu inventaria isso Sally?

- Por ciúmes dela com o Ashton! - Respondeu Aléxia por mim.

- Eu não tenho ciúmes da Sally.

- Você tem sim! . - Disse Aléxia encarando Nícolas, com deboche.

- Que se foda... ! Ele vem me buscar e disse para você ir comigo.

- Mentiroso. - disse eu sabendo que ele mentia, Taylor não podia fazer isso, não depois do que ele tinha me aprontado, era muita covardia.

- Eu ainda não falei com esse Ashton, - Nícolas disse como se fosse o criador do decoro e bons princípios - mas com Taylor fui claro sobre você.

Meus olhos quase foram ao chão e eu temi.

- Claro sobre o que Nícolas? – cautelosa e com muito receio, eu inquiri - Você está brincando, né?

- Não estou brincando... O cara apareceu aqui e eu bati a real pra ele... Falei mesmo que você não é dessas meninas que se comem em Hollywood. Que se foda... ! – ele exclamou e eu me vi mais chocada conforme as palavras deixavam sua boca - Eu não vou deixar que tratem você assim... Eu sou um idiota com as mulheres, mas até eu sei que você não é uma vagabunda que deve servir de distração pra esses boys famosos... .- Nícolas terminou furioso.

- Eu te amo Nícolas, mas eu te odeio tanto... . – choraminguei descrente que ele tivesse me feito passar um vexame daquele - Você não disse nada disso Nícolas... – eu tentei iludida e ele sorriu - Isso não tem graça. - completei.

- Tem graça sim... Principalmente quando eu perguntei se ele tinha comido Selena Gomez... – Nícolas riu e eu o odiei, só não sabia se era por ele despejar sua loucura sobre Taylor ou pela pergunta em si - Ele veio com um papo de que não é assim que se trata uma mulher... , sabe... , até que estou gostando mais dele agora.

- Não goste dele... Isso sobre tratar uma mulher é só um discurso. – avisei amarga; irritada - Ele não me tratou como deveria. Devia ter vergonha de dizer isso... -

Nícolas se levantou nervoso e eu percebi que havia falado de mais.

- O que ele fez? - Perguntou Nícolas nervoso levantando-se...

- Nada... Ele só deixou a Sally...

- Por que ele deixou você? – Nícolas perguntou se aproximando.

Eu caminhei para o lado oposto dele, com um falso ar de naturalidade enquanto lhe falava:

- Não sei... Pergunte isso a ele dia onze quando forem ao boliche,... E porque eu não vou. Não mesmo... Estou cansada e farta dessa mudança de humor do Taylor... Acho que ele é louco.

Nícolas apareceu do meu lado e eu lutei para me manter no lugar ante o susto. Sua face estava desgostosa e seus olhos analíticos.

- Você... Vocês... Fizeram aquilo Sally?

Meu rosto ganhou diversos tons de vermelho.

- Eu me recuso a responder isso. ! – ralhei e encerrei a conversa - Isto não é assunto teu Nícolas.
Nicolas podia estar mentindo... , porém, eu esperaria para ver com meus próprios olhos... Eu estava horrorizada com a probabilidade de aquilo ser verdade... Era intolerável a ideia de conceber Taylor falando, ou saindo com o Nícolas...

Meu celular tocava... Era Ashton.

- Oi!

- Oi Ash.

- Como você está?

- Bem... Bem mal... – respondi ainda aturdida pela conversa com Nícolas e as boas novas.

- Por que mal? Fui tão ruim assim ontem a noite?

- Não... Imagina... Claro que não! Deus, não Ash..., foi perfeito... Ontem foi muito bom... É que meu irmão é maluco e está me deixando maluca também...

- Eu liguei para lhe dar uma boa notícia.

- Sério? Isso é muito bom.

- Eduarda Morais me garantiu que a revista com você na capa sai na semana que antecede o Oscar...

- Achei que não daria tempo...

- Ela teve alguns imprevistos... , mas continua como planejado. – mudei o telefone de orelha.

 - Eu gostaria de te pedir desculpas! - Desabafou Ashton.

- Pelo quê?

- Não sei..., talvez por ter sido muito impulsivo... – ele deixou a voz morrer.

- Então somos dois e eu também te devo desculpas por ter sido impulsiva. – brinquei não querendo que ele entendesse mal, nossa noite tinha sido maravilhosa e nada podia manchar aquilo, mesmo meu coração protestando.

E deu certo, a voz de Ashton soou mais relaxada quando me falou:

- Você me surpreendeu Sally!

Sorri agradecendo mentalmente por estarmos ao telefone e ele não ver meu rosto corado.

- Isso vindo de um galã como você é um lisonjeio. – me permiti brincar mais um pouco.

Ouvi sua risada do outro lado da linha fazendo cócegas em minha orelha, contagiando o meu próprio sorriso.
- Sério Sally. Gostei muito de estar com você, de sentir você.

Lambi meus lábios enquanto os mesmos se curvavam em puro orgulho feminino e minhas bochechas pegaram fogo.

- Eu também Ashton... – murmurei, sentindo a necessidade de lhe dizer estas palavras.

- Certo. Eu preciso ir agora. Até mais Sally.

- Até mais Ash...Eu iria desligar, mas ele me chamou de volta:

- Sally? – eu disse um “oi” e espereiEu realmente gostei muito da nossa noite.
Meu sorriso se estendeu por meu rosto facilmente e o ouvi sussurrar um beijo antes de desligar.

Estava tudo certo. Minha estréia como modelo finalmente aconteceria e eu mal podia esperar por tudo que isso iria trazer na minha vida. Às vezes me pegava sonhando com a fama, mas na maioria das vezes eu ficava triste e muito insegura, pois sabia que nesse ramo disputadíssimo existiam muitas mulheres lindas.

Minhas chances eram poucas, eu não sabia como proceder na atuação, tinha medo, mas minha vontade de dar a volta por cima e esfregar na cara daqueles que um dia zombaram de mim e ainda o faziam era muito maior.

E, era isto que não me deixava sucumbir ao desespero da insegurança, pois me dava à força que eu precisava para levantar a cabeça e seguir adiante, tropeçando hora e outra, ainda assim seguindo em frente.

A ligação do Ashton me deixou agitada. Aléxia e Nícolas sairiam em busca de uma casa e eu em busca de uma escola para ter mais aulas de atuação, e tentar conseguir algum papel... Minha timidez era meu maior desafio, mas eu superaria, tinha que fazê-lo.

As aulas já tinham iniciando no local mais próximo de onde eu estava, apesar disso eu entrei com a turma e no outro dia já iniciei as aulas....

Era dia onze, Nícolas saiu pela porta muito elegante, usando um look casual. Aléxia fixou seus olhos nele, enciumada... Seu olhar que brilhava ao vê-lo tão lindo, ao mesmo tempo se entristecia fixando - os ao chão...  Toda a produção não seria para ela...
Não sei como ela suportava viver assim, era como se para esta bastasse estar perto dele e impedir que ele acabasse consigo mesmo. Aléxia não poderia viver sem ele, por isso cuidava da razão da sua vida... Ele era tudo que ela mais queria, o bem mais precioso que ela poderia ter. Ou acreditava que era...

Uma batida na porta me causou uma sensação gélida até a espinha... Senti um arrepio eriçar os pelos de minha nuca e meu coração deu um pulo... E muito embora parecesse loucura afirmar eu podia sentir aquele perfume no ar... Aquele cheiro que era a prova de que Nícolas não mentia... Infelizmente era verdade...

Saltando próximo à porta, Nícolas parecia mais ansioso do que eu...

Naquele momento eu era incapaz de descrever meu nervosismo e a tensão que se abateu em meu corpo, mas dos três ali presentes naquele ambiente, a maior tensão era a que vinha do cara que colocava seu primeiro pé dentro do quarto do Hotel, com seus olhos fixos em mim...

- Oi!  Boa noite?.

- Boaaaa! Que bom que você veio! Calou a boca da minha irmã. Eu iria matar aquela criatura loira.

- Tudo bem Sally? -– cauteloso Taylor perguntou ao ver que não o cumprimentei.

- Está tudo bem! .- Respondi sem maior reação, um esforço sobrehumano devo dizer...

Ao olhar aquele homem senti raiva, dor, alegria e mais raiva... A imagem dele com Ashley e os flashes de tudo que passei por causa dele bombeando em minha mente, alimentando minha irritação e raiva era maior do que a felicidade de vê-lo novamente. E eu não poderia,  me recusava a me render ao que eu sentia, embora doesse minha alma. Isto não seria nem um pouco honesto com Ashton, que me vinha ao pensamento a cada segundo, mas principalmente, não seria justo comigo mesma.

Eu tinha dado tudo a ele. O melhor de mim. O pouco, aquele pouquinho; mas que era tudo de mim, o que eu acreditei ser o melhor, o mais puro e verdadeiro que eu tinha, eu entreguei em suas mãos com um sorriso inocente e esperançoso nos lábios, acreditando que ele me daria ao menos mínimo, porque o mínimo era aceitável, meu tolo coração aceitaria.  Dei meu corpo, meu coração e minha alma.
Mas nada foi suficiente. Eu não tinha sido suficiente para ele. Eu não tinha sido tão boa quanto àquela que ele exibiu.  Na ilusão dei meu coração a Taylor, crendo que ele era um anjo, que guardaria e zelaria por meu amor ingênuo, o que eu não sabia é que ele era um anjo caído.

- Eu Sally preciso conversar com Sally um momento, e então, vamos ao boliche, certo?

Sua pergunta me trousse para a realidade daquele quarto.

- Sem problemas... – Nícolas intercalou seu olhar entre nós dois e o fincou em Taylor - Vamos falar sobre vocês dois mais tarde. - Ele disse. Sua face que outrora era despojada e divertida, agora estava séria.

Taylor pareceu ficar preocupado com a expressão dele, então deu a volta e me olhou fazendo meu estúpido coração pular em círculos, e o meu desespero ameaçou subir a borda....

- Podemos?

Eu queria dizer que não apesar dos saltos do meu coração, contudo, não queria bancar a covarde em sua frente, minha dignidade não permitia isso, tampouco.

Inalei profundamente e empurrei as palavras dissimulando uma indiferença que não sentia, mas me obrigava a jogá-la no ar:

- Eu não gostaria, mas acho que não me resta escolha.

Taylor batia uma mão sob a outra... Nervoso... Fomos até uma área privada do Hotel destinada a jantares e reuniões particulares e os funcionários abriam a porta para que Taylor passasse comigo tal quais serviçais o fazem a um rei e rainha.

A cada passo silencioso eu me perguntava o que ele queria?... O que ele poderia querer depois de tudo?  O silencio esmagador e angustiante se mesclava ao suspense e o desespero, que por sua vez começava a efervescer dentro de mim, me deixando mais angustiada e dificultando minha falsa pose de indiferente, mas ele finalmente falou quando paramos e este se voltou para mim

- Eu preciso te pedir uma coisa.

- Eu não tenho mais nada para dar a você Taylor... – mordi fora.

- Não se trata disso Sally. – ele deu um passo a frente e meu sobrecenho crispou, causando um vínculo entre as minhas sobrancelhas e deixando meus olhos desconfiados em fendas - Só preciso que faça uma coisa por mim... , - ele acrescentou pedinte - Em nome de tudo o que houve entre nós...

- Nunca houve nada entre nós Taylor. – talhei sentindo a raiva sobrepor minha descrença por suas palavras e coragem de me dizê-las - Só uma aventura que durou, apenas o quanto o prazer pode durar.

- Aconteceu sim Sally... – nervosamente, ele disse correndo as mãos pelo cabelo e dando outro passo pra mim, parecia bravo, irritado e um pouco ofendido, o que me pareceu uma afronta sem igual - Foi real... Pelo menos para mim...

Apertei minhas mãos em punhos ao lado do corpo, incrédula que ele pudesse sequer estar duvidando do que eu sentia, quando lhe dei inúmeras provas de meu amor por ele.

- Tudo que o que você fez, deixou tudo falso. – moí as palavras sentido as lágrimas se acumularem detrás de meus olhos, mas não as soltei, embora a rouquidão em minha voz delatasse meu choro contido - Eu não sei quem é você... Eu nunca pensei que você pudesse fazer tanta coisa para me ferir... De graça! O que eu fiz pra você? Foi uma ofensa me entregar da forma que me entreguei? O quê?!

Ele deu outro passo e eu dei outro atrás. Aquilo era um inferno. Eu não podia tê-lo, porque ele próprio fazia questão de me lembrar disso sempre que nos encontrávamos. E o mais insano é que ele fazia sua presença unicamente para me lembrar disso, não me dava à oportunidade de seguir adiante, de sequer tentar esquecê-lo enquanto que ele seguia sua vida normalmente sem mim.

- Sorry Sally... Eu sou um perfeito idiota... Um covarde... Um cara vaidoso, egoísta e insensato que nunca deveria ter colocado os dedos em você.

- Mas você colocou Taylor... Você me tirou a chance que eu precisava... E agora eu nem tenho mais vontade de olhar para você... Eu nem quero você por perto porque suas ações somente fazem com que eu sinta raiva. Raiva por ter sido tão estúpida, por ter acreditado em você, por você me machucar ainda mais e eu permitir isso. Estou com raiva de você por me ferir e de mim por te deixar fazer isso.

- É compreensível toda sua raiva e acredite, estou ciente de que mereço seu desprezo, e concordo que você não fique perto de mim... – suas palavras saltavam no ar apunhalando meu coração já ferido - Não vim me reconciliar Sally... Só quero te pedir que vá embora.

Engoli o bolo em minha garganta enquanto a raiva me arranhava a pele deixando-me na defensiva.

- Você virou o dono de Los Angeles agora?

- Não é que eu não queira você aqui. – ele disse, não parecia certo de suas palavras assim como estava sua face contrariada, confundindo-me - Só não quero você aqui por mim...

Eu tive vontade de rir, literalmente. Era incrível.

- Não estou aqui por você Taylor... Por favor, controle seu ego.

- Meu ego não está descontrolado Sally, mas você está entrando em um caminho sem volta... Você está sendo alvo de muitas fofocas na internet e você sairá como vadia, e esse Ashton como o pegador. – ele disse sério, suas palavras duras, mas também pesquei um vestígio de desespero - Presta atenção... Isso aqui não é brincadeira. Ashton vai pegar pesado Sally e seus sonhos serão reduzidos ao pó. O glamour mostrado superficialmente não é tudo que temos em Hollywood, nos bastidores há muitos de conflitos de interesses envolvidos, muita publicidade a custos dolorosos, chantagens, calúnias, ambição, soberba, individualismo e, intrigas... Você precisa ficar longe disso.

- Ninguém está me chantageando Taylor ou qualquer uma dessas coisas que você listou. Eu estou com Ashton porque quero... Eu gosto dele... Gosto de estar com ele... . Gosto da forma que ele me trata, que ele me faz sentir. – soltei as palavras querendo o ferir assim como ele me feria com as tuas - A única pessoa individualista que conheci foi você. - Completei.

- Acha que todas as minhas ações ao deixá-la são apenas influência da minha vaidade, da minha covardia e do egoísmo? – ele indagou, soava-me magoado - Você realmente pensa isso sobre mim?

- Se não é só isso Taylor...? Diga - me qual o motivo que levou você a me abandonar dessa daquela forma tão covarde depois de tudo o que havia houve entre nós?

Ele enrijeceu, parecia surpreso com minha pergunta.

- E-e-eu... O motivo existe Sally... -.  – ele disse e pausou, parecia pensar em algo, buscar algo enquanto seus olhos corriam pelo chão antes de voltarem a se trancarem nos meus - Só peço que me perdoe por tudo e que volte ao Brasil...  Aléxia está sozinha... Você não pode deixá-la sozinha... Se você não quer voltar por mim, volte por ela...

Bufei sacudindo minha cabeça para os lados, ligeiramente.

- Seus argumentos não são válidos, Taylor...

- Por que não são válidos?

Aléxia está aqui. – revelei - Não só ela, como meu irmão,  que ... Você já conheceu.

- O que Aléxia faz aqui?

- Vamos morar aqui... E não finja que não se tocou ao ver meu irmão aqui...

Sally... Eu não acredito que você vai mutilar seu futuro dessa forma... Aléxia deixou sua faculdade para estar perto de você. E seu irmão...? Nem sei o que ele deixou, mas isso não é justo com eles... Você vai sacrificá-los?

- Justo? E você sabe o que é justo Taylor? Pensou em justiça quando me deixou com o coração partido e sangrando pela segunda vez? Soa-me muito engraçado você se preocupar agora, quando não se preocupou em sair à furtiva sem sequer me dar um ao Adeus. Quer falar de sacrifícios? Deixe-me te dizer isso Taylor... Você não tem o direito deu usar a palavra sacrifício. Você não sabe o que é isso... Você nunca fez isso... Sua vida é perfeita... Sua família lhe superprotege e lhe apóia em tudo.

- Eles não apoiam em tudo... – cansadamente, ele disse - O apoio que eu mais precisei eles me negaram... – ele murmurou, sua voz começou a soar desesperada para que eu entendesse seu ponto - Mas esse não é único motivo pelo qual não posso ficar com você...

- Pouco me importa a essa altura quais são seus motivos... – as lágrimas me traíram começando a saltar de meus olhos, molhando minha face. A dor oprimia meu coração, apertando meu peito de tal forma que senti dificuldade para respirar, dizer aquelas palavras, a constatação de um fato não era doce senão o amargo do fel banhando-me a alma - Só sei que somente há um motivo pelo qual eu não posso ficar com você.

- E que motivo é esse Sally?

- Eu não quero mais você...

Ele deu um passo atrás e através de meus olhos enevoados vi seu peito subir e descer bruscamente.

- Dói ouvir isso... Sou até merecedor..., – ele pausou, sua voz apenas um sussurro rouco que só me fazia mais dolorida - Mas ainda assim dói. - continuou.

- Dói mais em mim articular essas palavras que outrora  julguei impossível pronunciar... – murmurei forçando minha voz soar alta o suficiente para ele ouvir, sentia meu coração grande demais para o meu peito flagelado - Mas é que não quero mais você...

- Você não é minha Sally.... Você não é a Sally que eu amei...

- Não sou Taylor. – confirmei suas palavras espremendo meus lábios apertados enquanto tomava fôlego e o bolo em minha garganta insistia em obstruir minhas palavras - Você me transformou nessa nesta Sally aqui. Contemple a sua obra. – ele fez uma careta, parecia aturdido com minhas palavras, mas então, estávamos quites, não? - Agora não gosta do sabor amargo que você mesmo criou? Olhe para mim Taylor... – ele não fez, e eu praticamente gritei as palavras, com dor e raiva - Olhe na droga dos meus olhos e me diz que eu não sou a Sally que você amou.

 - Você não é a Sally que eu amei!! -

Taylor bradou as palavras, seus olhos brilhantes pelas lágrimas presas nestes. Sua melancolia era tocante, quase desmoronou tudo o que eu havia preparado mentalmente para dizer a ele. Quase.

Enxuguei meu rosto com as costas das mãos e montada na irritação, na dor e raiva que sentia me varrer de dentro pra fora, eu lhe falei, surpresa que minha voz saísse tão firme:

- Você está certíssimo. Não sou mesmo... Mas eu sou uma criação sua... Tudo o que está acontecendo entre mim e Ashton era para ser eu e você, mas o maior pesar é que você só vê os rumores, o que os tablóides dizem... Você não vê que o quê importa é estarmos juntos... Todos esses rumores e julgamentos sobre mim não são verdade e, você, eu e minha família sabemos disso. Isso sim deveria importar Taylor...

- Está bem Sally... Eu desisto..., - ele jogou as mãos no ar, sua cabeça balando freneticamente para os lados enquanto seus olhos me queimavam - Pode ficar aqui... Faça o que quiser... Eu fiz o que podia... Vou ter que carregar a culpa por tudo o que vai acontecer com você. – ele disse, crendo mesmo naquelas palavras e era loucura, eu entendia nada vezes nada.
- Não há nada que você possa fazer... Acabou Taylor... E sinto que seja hoje o dia para lhe dizer isso... Mas gostaria de te presentear... A culpa de eu estar aqui é minha... Você não sabe o que eu sei fazer... Não conhece meus talentos ou que estou fazendo aqui... Não leve a culpa por nada do que vai acontecer.... Essa carga, não é sua... É minha. Afinal, somos todos responsáveis pelos nossos atos. É uma carga pessoal e intransferível, então, não tente pegá-la.

- Achei que você tivesse esquecido o dia de hoje... . – ele disse, ignorando minhas palavras e vi a primeira lágrima abandonar seus olhos, logo outras fizeram o mesmo caminho – Desculpe-me. Eu só queria me entender com você! .- disse Taylor chorando sem conseguir dizer mais nada.


Forcei meus lábios se curvaram num sorriso e me aproximei, pegando-o desprevenido quando o abracei.

E ainda com seu abraço apertado, disse-lhe:

- Happy Birthday² Tay! .

- Thanks.! Thanks³ Sally.! Ele murmurou, a rouquidão agora provocada pelo seu próprio choro.

Eu o tinha envolvido em meus braços, ainda que instantaneamente. Não era certo, eu sabia, mas precisava daquele último mínimo contato. Só isso... Taylor me empurrou lentamente, se escapando do meu abraço de feliz aniversário e saiu da área privando em direção ao grande hall do Hotel e por fim na rua, até o carro...


Voltei ao quarto de Hotel onde puder notar a aflição de Aléxia que estalava os dedos aguardando meu retorno pouco triunfal.

Nícolas ao me ver entrar no quarto em tal estado deplorável, desceu a procura do Taylor para ver se ambos ainda iriam ao boliche.

Eu me joguei sobre o colo de Aléxia chorando e imaginando como juntar meus pedaços... Com cada fibra do meu ser, senti arder um desejo que me fez ter memórias obscuras que se esvaiam em uma dor aparentemente remota. Era um sentimento nebuloso, o amor que eu sentia havia surgido puro, mas tornou-se malicioso.  Fiquei ainda mais confusa com cada palavra que ele havia dito e por um momento considerei a possibilidade do Taylor esconder algo que eu não sabia. Era uma hipótese, mesmo que levantada por um coração ferido, louco para se agarrar em qualquer corda bamba, mas ainda assim uma hipótese. E me peguei pensando, qual.. Que motivo seria esse que o levou a abrir mão de mim?

Levantei e olhei pela janela... Nícolas estava com uma de suas mãos sob o ombro do Taylor, e eu mal conseguia respirar... Eu gritava, mas Taylor não podia ouvir meu ressentimento implícito. Quando vi Nícolas o consolando, lutei arduamente para controlar a vontade de descer e falar tudo o que eu havia dito, mas com outra escolha de palavras. No entanto, fiquei onde estava, meus pés soldados ao chão...

O carro se foi... Nícolas não voltou... O que provava que eles haviam ido ao boliche comemorar os 21 anos do Taylor. Eu ainda ouvia o eco da sua voz me dizendo para ir embora, era como o som do vento, vibrante e às vezes harmoniosa, temi perder minha compostura ao ouvir sua voz em tom tão grave, doeu ver a agressividade com que ele ficou ao saber que eu não o queria mais...

Eu não sabia o que fazer com meus sentimentos por ele, ou por Ashton, pensei em qual seria o potencial da nova tragédia.  Não sei o quanto esse novo amor me feriria e o meu futuro tal qual esse amor era como uma invisível sombra... Eu sabia que sofreria outra vez...  Mas tinha o direito de pelo menos tentar ser feliz outra vez...

Assista a música que embalou este momento:
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- Welcome to the LA¹: Bem vindo (a) a LA. (Los Angeles).
Happy Birthday² (Feliz aniversário).
Thanks ³ (Obrigada).

Comentário da autora - Agredecimento

Bom gente... É isso aí. Quero agradecer a Jessica Keli por essas capas maravilhosas. A Daya por betar a fic para mim. A Aléxia por me icentivar o tempo todo (rs rs) com sugestões e etc... Quero agradecer a vocês meus leitores que estão comigo a algum tempo. Obrigada e desculpe a demora. Talvez eu poste a fic sábado a tarde porque está muito corrido e temos muitas extensões e vida fora do PC. Porém garanto-lhes que vale  a pena. Comentem... Afinal preciso do feedback de vocês para me icentivar. Chorei com esse capítulo... Sozinha eu não teria conseguido. Acho que encontrei uma pessoa que me ajudará muito. Enviada por Deus para abrir meus olhos, para me atentar aos detalhes... A escrita requer dedicação... Paciência meus amores.... No final... No final tudo dá certo e se ainda não deu é porque não é o final. E lembrem-se: A FELICIDADE É UMA BUSCA CONSTANTE!
Até o proximo sábado