Por Valdineia Barreto
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Jacob Black desolado em Amanhecer-parte I ao pensar que Bella tinha morrido. |
Para uns a pior dor é a dor do parto, para outros não existe dor maior que a dor da traição, há ainda a dor de dente, há uma infinidade e depende do ponto de vista, ou sensibilidade de cada um.
E o que seria a dor?
É aquela sensação desagradável, variável em intensidade e em extensão de localização, produzida pela estimulação de terminações nervosas especiais.
A pior dor que existe não é a dor do parto, da traição, tão pouco a dor de dente.
A dor do parto não dura muito, logo após o nascimento do bebê a mãe esquece toda dor e desconforto.
A dor da traição pode ser superada, pode ser até mesmo perdoada se existir um amor capaz de superar tal ato. A dor da traição é vencida pelo tempo, mais cedo ou mais tarde esse sofrimento chega ao fim e é possível confiar novamente, recomeçar, substituir o traidor por alguém fiel e que realmente mereça seu amor.
A dor de dente pode ser remediada, entorpecida, ou ainda arrancada juntamente pelo que causa a agonia.
Mas a pior dor do mundo, não É temporária.
A pior dor do mundo é a dor da perda definitiva.
A dor de perder alguém para a morte.
Perder quem amamos é a pior dor.
E porque?
Porque a dor da perda definitiva, não é como a dor do parto que logo passa. Não dura horas ou dias, tão pouco passa quando vemos que chegou mais alguém no mundo. É justamente o contrário. A família não esta aumentando, mas sim diminuindo.
Os bebes que nascem vem para este mundo cruel e sabemos disso, mas quem morre vai para onde? Com quem ficam? Quem cuidará deles? O que há após a morte? O fim?
A dor da perda definitiva não é como a dor da traição, porque é muito fácil esquecer alguém que amamos e que nos deu um motivo para merecer nosso ódio. Se você amar o traidor realmente, você pode dar uma segunda chance.
Mas quando quem amamos morre, não sabemos se haverá uma segunda chance para elas, ou para nós quando chegar a hora. A traição provoca um misto de raiva e dor, mas você pode dizer tudo o que sente, dizer o que quer e até mostrar o que está sendo deixado para trás, pode mostrar ao traidor o que ele perdeu.
Mas quando quem amamos morre, a dor é se manifesta ao longo do tempo, é muito mais intensa, é uma dor terebrante, como se estivéssemos sendo perfurados, sangramos por dentro, essa fere a alma.
Quando quem amamos morre, na maioria das vezes não podemos dizer o que sentimos, nem o que queremos, não conseguimos mostrar o que esta ficando para trás. A dor da perda definitiva não pode ser superada, e não podemos substituir quem amamos, o tempo não pode apagar.
A dor da perda definitiva não é como a dor de quem vai embora, pois não podemos nos ver, a certeza que mais machuca é essa, a de que nunca mais nos cruzaremos. É definitivo. Sem volta. E a saudade nunca passa. Ela te acompanha diariamente. Essa dor nunca passa você se acostuma a viver com ela. A dor da perda definitiva se esconde trás do seu sorriso, das suas lembranças e com o passar do tempo você a obriga a adormecer.
Quando quem amamos morre, a dor não é como a dor de dente, não pode ser remediada, entorpecida, ou ainda arrancada, ela fica enraizada. Ela se torna parte de você e vive ali no fundo como um monstro fingindo ser inofensivo.
A dor da perda definitiva não te encontra no equinócio, ela vem à noite, é sua companheira nas madrugadas.
Ela machuca o seu olhar. Sua audição é danificada, sua mente fica agitada.
As pessoas dizem que você está melhor, mas você não sente nenhuma melhora.
Você não pode mais ouvir seu coração bater.
A vida acaba, a sensação é que não só a vida de quem amamos acabou, mas a sua também.
Você gostaria de voltar no tempo e reviver todos os momentos que passaram juntos.
Você se sente incompleto.
Muito de você vai também.
Você é não o único que conhece essa dor.
Todos estão sujeitos a senti-la num ou noutro momento.
O que a morte foi para ele? O que é a morte para você? Grande dor; pesar profundo, nada mais.
Quando quem amamos morre, pilares desmoronam.
Você não consegue encontrar palavras pra dizer.
A dor da perda definitiva deve ser enterrada no fundo onde o sol não brilha.
No fundo da escuridão onde não possa incomodar mais.
Não adianta chorar ou culpar Deus. Não sabemos de nada, tudo ainda ainda é um misterio.
Como seria a morte?
Se você pudesse fazer a morte uma pergunta, somente uma pergunta, o que vecê perguntaria?
O que é a morte? Para uns é uma entidade imaginária da crendice popular, representada, em geral, por um esqueleto humano armado de uma foice com que ceifa as vidas.
Não sabemos o que é, mas sabemos o que significa.
Não se esqueça o principal:
Você ainda tem vida. Viva-a.
Questionar é normal.
Pessoas inteligentes pensam nisso.
Pessoas inteligentes precisam aprender mais ainda.
Sentir medo é normal.
Só há uma coisa a fazer.
Deus.
Confie em Deus.
Ele deu a vida, ele tira.
Se você ainda tem vida, aproveite.
Não se prenda em quem já se foi.
Peça para que Deus tire tudo do seu coração .
Com o tempo será apenas uma dor com a qual você se acostumou.
Lembre-se a dor de perder quem amamos, é a pior dor, mas não é a última dor.
Não desista de sí...
Não se afogue também...
Você ainda têm tempo.
FONTE:
http://valdineiabarretocoelho.blogspot.com/2011/10/cronicas-de-uma-dor_07.html