Crônicas de uma fã de Taylor Lautner em Los Angeles

— Acorda Luana, você tem aula!

Era a voz da minha mãe e a prova de que mais uma vez eu e Taylor Lautner não passava de um sonho, mais um para a minha coleção de sonhos diurnos...

— Só mais cinco minutos mãe, please?

— Nem pensar...Você passa a noite em claro por causa de um cara que nem sabe que você existe e a vida continua aqui fora! Bem vinda ao planeta terra minha filha, é hora de estudar.

Ao chegar na escola, meu dia foi compensado, logo na entrada minha best friend me aguarda, Raquel, 17 anos, mulata a la globeleza de abalar quarteirão.

— Já entrou no Twitter? Disse Raquel.

— Bom dia pra você também - respondi.

—  Taylor nem apareceu no PCA.

— Não pensei que ele apareceria.

— Alguma novidade, além da não aparição no People Choice Awards?

—  Não! Respondeu Raquel com súbito desânimo.

— Lá vem a desgraça! exclamou Raquel.

Olhei, apesar de saber que nem valia a pena. Era a Sara, Team Edward sem noção que dedicava todos os dias da sua vida a fazer das nossas prazerosas horas na escola um verdadeiro inferno.

— Ei, Luana e Raquel, Taylor Lautner estava lindo no PCA, aquele terno preto lhe caiu muito bem...Aff, esqueci, ele é de 2011! Oh god, como sou atrapalhada...

— O clone do capeta juntou-se às suas duas best Lady biebers, Luiza e Kelly. 

— Já foi tarde - Pensei! Mais um dia de tédio, pobre, sem Taylor Lautner e ainda tendo que conviver com os conflitos mais ridículos que alguém pode enfrentar. É oficial: eu odeio a minha vida! Queria sumir daqui...

MESES DEPOIS...

Los Angeles, cidade dos carros, sempre quis visitar, não por suas belezas, ou por tomar café olhando as montanhas... Eu queria olhar o rosto sereno que arrebatou meu coração em segundos. Conhecer Taylor Lautner era tudo que eu queria. Mal pude acreditar quando minha mãe me disse que iríamos a Los Angeles. Não somos ricos, então apesar de desejar muito nunca pensei que isso pudesse realmente acontecer, mas... A vida às vezes provoca surpresas inesperadas.

Meu pai é professor universitário da USP e escreveu sua tese de doutorado sobre os imigrantes que vão a Los Angeles em busca de realizar sonhos que incluem fama e fortuna e devido a essa tese traduzida em 4 idiomas, foi convidado para participar de um congresso onde defenderia sua tese na UCLA (University of Califórnia, Los Angeles), com direito a dois acompanhantes a tudo  pago e reserva no luxuoso hotel em Mondrian Los Angeles 8440 Sunset Boulevard West Hollywood, CA 7.6 mi SE.

Fiz as malas, despedi-me das melhores amigas, dei uma última olhada no site Taylor Lautner Mania pelo celular antes de entrar no avião. Dormir estava fora dos meus planos, eu não conseguia pensar em nada a não ser em contemplar pessoalmente o homem dos meus sonhos.

Eu tinha tanta coisa pra dizer a ele, falar do tanto que sofri quando ele desapareceu, tocava uma música, era do Coldplay “In my place” eu desejei que Taylor Lautner ficasse em meu lugar ainda que por alguns minutos para que ele pudesse sentir a angustia que eu sinto, e a saudade que machuca tanto o meu peito, queria que ele soubesse de cada traço que meu rosto deu ao vê-lo sorrir e ainda que sentisse rolar em sua face angelical cada lágrima que a ausência dele me fez derramar.

Ao chegar ao LEX, comecei a chorar, as pessoas nem paravam para olhar, na correria comum do cotidiano.... Eu estava emocionada, pois perdi a conta de quantas vezes vi Taylor Lautner passar por lá. “Eu estou em Los Angeles” tentei mentalizar porque eu mal podia acreditar.

— O que vieram fazer a Los Angeles? Perguntou o loiro da alfândega.

— Nem ouvi meus pais responderem...Meus pensamentos em Taylor Lautner eram gritantes.

— Bem vindos a Los Angeles senhor e senhora Arruda.


— Obrigada! Respondemos em coro.

Quando cheguei ao hotel fiquei congelada com paisagem do lugar, como tudo era tão perfeito... Cada coisa, cada cor, cada detalhe, tudo combinado ao design...Fiquei em êxtase. Era meu primeiro dia e eu queria sair e explorar...

Com meu fone de ouvido sai a procurar por Taylor Lautner mesmo sabendo que eu poderia não encontrar, quando se tem 17 anos e está na cidade dos seus sonhos, o que custa procurar por aquele que tanto te fez sonhar? Nessa hora não adiantava Back to December ou If this was a movie, Taylor Swift não podia me ajudar. Achei a música perfeita, Photograph, somente Deff Leppard impediria o meu coração de parar!

Eu sabia que a cidade era grande demais, mesmo assim, sai e andei a pé observando cada detalhe, pode parecer bobo, mas eu repetia em pensamento “respiramos o mesmo ar” . Em cada rosto que eu via buscava encontrar aquele olhar fascinante moldado pelas suas sobrancelhas aveludadas e negras como as minhas noites sem ele. Qual a chance de eu esbarrar com Taylor Lautner? Adiantaria eu procurar? Como toda fã de Taylor Lautner eu sabia que nada custava tentar...Talvez fosse o destino eu vir para Los Angeles justamente na semana do KCA! Será que Taylor Lautner vai aparecer para pegar o prêmio de durão do ano e levar um banho slime como manda a tradição?

CONTINUA...