Fanfiction: Uma chance com Taylor Lautner – Capítulo 40: Sombras do passado.
Capas: Jéssica Keli & Eduarda Mautner
Ilustrações: Aléxia Augusto
Texto/Fanfiction: @ValzinhaBarreto
Música Tema : Try - Pink
Enfrentar
Tarik me fez dar espaço a uma nova pessoa, menos destemida, e mais confiante eu
diria, mas o mais importante era que eu me sentia bem sendo esta nova pessoa,
eu adorava essa sensação de reciprocidade.
De volta em
casa pude pensar com clareza e refletir sobre o que havia feito. A imagem
dolorida do Taylor me vinha à mente, mas minha consciência sempre me fazia lembrar-me
de seu tão injusto abandono. Confesso que a irritação de Tarik Kanafani me fez
pensar no que eu disse de forma súbita, mas eu ainda não havia pensado na
possibilidade real da ameaça que eu representava para ele, ficava claro que a
minha teoria de que eu era apenas mais uma aventura na vida do Taylor, era
falsa, e eu realmente tinha um poder sobre ele... Porque não usá-lo? Eu
desprezava o poder... Tudo que existia era orgulho próprio e uma ferida que
Taylor deixou aberta.
Peguei meu
celular para ligar para Ashton, mas ele tocou antes que eu pudesse discar o
segundo número, era da concessionária, havia um comprador interessado no meu
carro. Peguei o carro da Aléxia e fui até lá, fiquei surpresa em ver que se
tratava de uma compradora, eu não a vi, mas o representante me mostrou sua
proposta e era relativamente muita boa, não tive muito tempo para analisar,
apenas passei o documento para a compradora, Allison Garman, sem mais
perguntas, o carro estava vendido e era apenas isso me importava e que me
mantinha no Brasil.
Ver as
fotos do Taylor chegando a Los Angeles me fez chorar, porque eu ainda tinha
esperanças de que ele aparece e me levasse com ele. Eu havia perdido uma
batalha, mas a guerra estava ainda começando... Ainda levaria um determinado
tempo até fechar a compra e transferir o dinheiro da venda do carro para minha
conta.
O ensaio
que Ashton arranjou seria apenas dia 1º de fevereiro, e mesmo com as dicas que
ele me deu eu não conseguiria fazer um bom ensaio, então iniciei um curso de
modelagem pela manhã para aprender sobre técnicas de fotografia, poses, como me
portar e desfilar na passarela, caso eu conseguisse contrato com alguma grife,
ou marca de roupa comum.
Eu iria
fazer um ensaio para a Ford Models porque Ashton conseguiu, mas não significava
que as fotos seriam publicadas por alguma revista.
Durante a
tarde iniciei um curso da Escola de atores “Wolf Mania”, o curso tinha duração
de 6 meses, isso significava que eu seria obrigada a ficar mais seis meses no
Brasil. Ashton disse que eu deveria fazer o curso e após chegar em Los Angeles
fazer uma especialização, segundo ele seria mais difícil estudar artes cênicas
em Los Angeles.
Eu não
podia chegar a Los Angeles somente com a minha determinação, eu precisava de
experiência. Eu tinha três meses para estudar antes de fazer o ensaio em Los
Angeles e então teria que voltar ao Brasil e concluir os três meses restantes
na Escola Wolf Maia, para só então ir morar em Los Angeles.
Fiquei
perdida no primeiro mês, cheguei a pensar que realmente não era meu ramo, mas
mesmo assim me aprofundei, a Escola de Atores criada por Wolf Maya era nova,
criada 2001 com o objetivo de descobrir, preparar e lançar novos atores para os
mercados de Televisão, Cinema, Teatro, Publicidade, e outros, devido ser uma
ótima indicação, escolhi essa.
No segundo
mês inicie as aulas de teatro quando conheci Nathália Timberg, especialista em
Teatro Profissional, por quem desenvolvi uma profunda admiração. Ela parecia
ser a pessoa mais sábia do mundo, e quando ela falava eu sentia que podia ser a
profissional que ela julgava ser excelente. Após a última aula da sexta-feira,
resolvi puxar assunto com Nathália, eu desejava que ela me desse um conselho,
ou que fosse sincera comigo me dizendo que eu não levava jeito e então parasse
de perder tempo:
- Oi
Nathália. Tenho gostado muito das aulas. Você é uma inspiração. Isso não deve
soar como um elogio, eu sei, mas queria que soubesse.
- Eu
agradeço Sally. Você tem progredido muito, precisa melhorar sua postura diante
das câmeras. Você não fica nem um pouco natural, fica tensa e ainda é muito
inexpressiva.
- Eu
sei disso... Tenho me esforçado, e vou me esforçar ainda mais... Tem sido
difícil decorar os textos, eu nunca tive boa memória.
-
Quanto à memória, existem cursos capazes de melhorar a capacidade de absorção e
retenção de informações por bastante tempo.
- Vou
me informar a respeito disso, Nathália. Obrigada pela sua atenção. – Encerrei indo embora.
Ao chegar
em casa Aléxia parecia ter visto um fantasma, mas não disse nada. Eu logo
imaginei que fosse Taylor envolvido em alguma polêmica de novo romance que me
faria me aprofundar ainda mais na minha depressão. As aulas de modelagem
terminariam em 2 meses, e eu só teria que continuar com as aulas da Wolf Maia.
Ao conferir
na internet fiquei chocada ao ver Taylor, sua mãe, seu pai e Sara Hicks em
Phoenix, Arizona, acompanhando os jogos da Makena. Todos os sites falavam sobre
a reconciliação dos dois, e eu entrei em profundo desespero, pois eu sabia que
seus pais eram a favor de que eles ficassem juntos.
Mesmo
sabendo que tudo poderia ser boato era triste ver Taylor com sua ex-namorada,
eu entrei no www.taylorlautnermania.com e os artigos diziam que eram apenas amigos, mas eu não conseguia ver
ela como uma amiga do colegial, e sim como o primeiro amor dele. Aléxia ouviu o
som que saia do meu quarto, ela sabia que para eu estar ouvindo pela terceira
vez a música, Yellow, da banda Coldplay, algo estava errado.
- Tudo
bem Sally? – perguntou
Aléxia retoricamente!
-
Não... Parece que Taylor voltou com Sara.
- Não
acho que seja isso.
- Sério?
Então o que é?
- Acho
que não tem clima entre eles dois.
- Quem
se importa com o clima. Quem está com ele é ela e não eu.
- Eu
sou sua melhor amiga e por isso sou muito suspeita para dizer isso, mas estou
sendo sincera ao dizer que essa garota não tem a mínima chance de competir com
você.
-
Nossa... Aléxia... Você sabe como me animar... Mas Taylor não me interessa
mais. Não preciso competir com ninguém. Ele não significa mais nada.
-
Sei... Eu já disse isso há um tempo... E eu descobri que estava mentindo para
mim mesma.
- Do
que está falando Aléxia?
- Ele
me ligou... Depois de todo esse tempo... Perguntou por você e pelos seus
pais... Eu ainda o amo Aléxia, mesmo depois de todo esse tempo e sem nunca ter
me correspondido, ele ainda é tudo que eu mais quero. Eu chego a odiar ele...
- Eu
sinto muito amiga... Queria poder concertar o buraco que o Nicolas deixou. Eu
também odiei muito ele. Sumir como ele sumiu...
- Não
odeie seu irmão por minha causa Sally.
- Ele
não abandonou só você Aléxia... A mim também... Ele ficou obcecado com essa idéia
de ser cantor e jogou sua vida fora. Ele deve ter fracassado na música e tem
medo de admitir que o papai estivesse certo.
- E
você está fazendo o mesmo Sally. Meus pais se ofereçam para custear seu curso
de medicina e você quer ser modelo... – Encerrou Aléxia saindo tristonha.
Aléxia
tinha razão. Meu irmão mais velho, Nicolas, foi embora de casa há dois anos sem
dar notícias do seu paradeiro. Meu pai e ele brigavam muito porque ele só vivia
em shoppings, casas de show cantando e não queria um trabalho sério como meu
pai mesmo dizia. Um belo dia, ele se foi, e nem sequer me disse adeus.
Aléxia e
Nicolas eram amigos de infância, crescemos em São Paulo, e ela sempre foi
apaixonada por ele, mas loiro com olhos azuis e muitos músculos sempre foi
muito cobiçado desde a adolescência. Aléxia por sua vez, era gorda, usava
óculos e aparelhos nos dentes, só depois que seus pais ascenderam
economicamente ela conseguiu melhorar sua aparência a menos de um ano.
Aléxia fez
dieta, e cuidava muito da sua aparência, mas nunca permitiu que ninguém se
aproximasse dela. Quando voltei de Los Angeles achei que ela estava namorando
após atender seu telefone a cada trinta minutos e falar sempre reservadamente,
depois descobri que ela estava apenas dando informações sobre mim para o
Taylor.
Eu também
não era umas das mais populares, também usava óculos e minha mãe fazia uma
trança no meu cabelo, meu pai ainda não estava formado, começou muito tarde por
causa do Nícolas e porque seus pais, meus avós moraram com a gente até meus nove
anos. A adolescência foi uma fase difícil. Aléxia e Nícolas estudaram na mesma
sala desde a 2ª serie, e ela fazia todos os trabalhos dele enquanto ele apenas
jogava futebol e mexia com as meninas.
Meu irmão
era um galinha desbocado que nunca amou ninguém além dele, mas ele é meu irmão
e assim que Aléxia melhorasse o humor, eu pediria o telefone dele para ligar e
dizer às verdades que estavam engasgadas há dois anos. Minha mãe era
completamente obcecada por ele. Seu primeiro filho, sempre foi seu favorito. Já
eu sempre fui mais ligada com meu pai, só depois do envolvimento com álcool me
afastei. Nícolas me deixou sozinha cuidando deles, e depois que voltei de Los
Angeles passei a ter meus próprios problemas e não podia ficar sendo babá dos
meus pais.
Nicolas e
eu cantávamos na igreja e toda vez Aléxia chorava. Ele tem uma voz linda... Não
sei como ele pode ter me deixado sozinha com meus pais. Ele sabia sobre os
problemas com bebida e nem se importou em partir. Parece que estou condenada a
viver sem os homens da minha vida que insistem em partir.
Falar do
Nicolas deixou Aléxia depressiva, e isso me assustava, porque ela o amava após
dois anos e sem nunca ter tido nenhum envolvimento amoroso, como eu poderia
esquecer Taylor? Evitei falar nisso e fui fazer exercícios para decorar meus
textos para a aula de teatro no dia seguinte.
Ao chegar à
Wolf Maia, meu celular tocou, era Ashton. Conversamos um pouco em inglês e
percebi que Nathália Timberg, estava próxima a mim, junto a duas estudantes que
me observavam com tom de reprovação. Eu havia me atrasado devido à conversa com
Ashton.
-
Vamos lá meninas... Todas para a sala de espelhos – Disse Nathália indo na frente.
-
Sally, Marina e Larissa, prestem atenção.
Duas de vocês três poderão ter a chance de se soltar mais participando
de uma peça de teatro. Eu acho que será bom um contato com a platéia e
aplausos. Vou fazer um teste.
Larissa era
uma garota doce, tinha lábios grossos, conversamos por alguns momentos, mas
Marina era meio antipática, loira metida a besta, filhinha de papai que nunca
teve que batalhar por nada. Ela não gostava de mim, e eu pouco me importava. Eu
não passei no teste, mas Larissa e Marina sim, e isso me deixou feliz,
obviamente mais por Larissa.
- A
apresentação será no teatro Nair Belo, então vão as duas para lá e vistam os
uniformes de líder de torcida. E você Sally, quero que veja uma peça na
íntegra. Haverá mais oportunidades.
A peça era
sobre uma comédia musical de líderes de torcida chamada “Coração americano”
produzida por Fábio Nunes. Em síntese, a peça falava sobre problemas que os
jovens norte-americanos enfrentam nas escolas e do outro lado do palco os
problemas enfrentados pelos jovens no Brasil. Parecia ser muito engraçado.
Então... Enquanto elas faziam o ensaio, voltei em casa para me arrumar e voltar
à noite para assistir a apresentação da Larissa.
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