Fanfiction: Uma chance com Taylor Lautner – Capítulo 43: Três sentimentos.


Capa: Aléxia Augusto
Texto/Fic: @ValzinhaBarreto

ATENÇÃO:

Narração de Taylor Lautner – Perspectiva.
Narração dos últimos acontecimentos/Redizer dos fatos.

Abri meus olhos de uma forma imperceptível, para que Sally não visse que eu apenas fingia dormir, era possível ver seu olhar triste, cansado não fisicamente, mas psicologicamente, a forma desesperada com que olhava o relógio mostrava sua aflição pelos nossos últimos momentos juntos...


Após me admirar e velar meu sono por alguns minutos, Sally se levantou e foi até a cozinha, desci as escadas e vi que ela preparava o café da manha, então retornei ao quarto e fingi que ainda dormia, mas percebi sua aproximação pelo leve som que vinha das xícaras e talheres que ela trazia na bandeja em suas mãos.

Me odiei por ter que deixá-la, sendo tão dedicada, e esse sentimento se intensificou quando ela me abraçou de forma tão carinhosa convidando-me a levantar para degustar o café da manhã especial, que ela havia preparado. Ainda assim a ignorei levando-a a desistir e colocar a bandeja sobre a cama, mas a surpreendi abraçando-a de forma inopinada ao ponto de quase deixar que tudo caísse no chão...

Sally nada disse, apenas ficou inerte com o pensamento longe enquanto eu mantinha meus braços envoltos da sua cintura beijando delicadamente seu pescoço... Ali olhando a forma tão dolorosa em que nosso amor terminaria desejei nunca tê-la correspondido, pois nunca imaginei ver seus olhos penetrados nos meus. Sally tentou me dizer o que havia preparado para o café da manhã, mas a interrompi beijando com a maior intensidade que dispúnhamos no momento de forma que a levei a se entregar ao sentimento ardente retribuindo com igual ou maior intensidade...

Eu não me sentia cansado fisicamente, me sentia diferente de um jeito que eu nunca havia me sentido, era como ter um vazio no peito preenchido com fraqueza, tristeza, dor, era óbvio que eu estava errado, mas não conseguia fazer o que era certo, não pude reagir... Eu podia ficar com ela, ou levá-la comigo, e algo gritava que eu me arrependeria por não fazer o que era certo, quando deveria.

Atordoado pela minha consciência, que me lembrava de que eu me arrependeria de tê-la abandonado, já era clara a minha decisão, eu a deixaria para seguir sua vida já que não podia prever o que viria, mas a outra decisão que tomei foi a de dar a Sally os últimos momentos mais surpreendentes que eu pudera oferecer...

Pegando-a no colo e deitando-a sobre a cama toquei minhas mãos em sua pele tão branca fazendo-a sentir apenas carícias serenas, toquei meus lábios sob o dela, beijando-a de forma pacífica e compassada, olhando seu rosto rosado minuto a minuto, acariciava seus cabelos com afagos briosos fazendo-a suspirar e estampar um semblante dotado de extrema singeleza, e sussurrei um pedido de desculpas em seu ouvido que ela mal pode ouvir... Eu não queria deixá-la mais apavorada do que estava, e deixei que ela expusesse seus sentimentos em carícias que ela julgava serem banais, sendo para mim a mais interessante emoção que poderia sentir.


Sally tocava suas mãos levemente no meu rosto, então o deitei sob a palma da sua mão mostrando toda a carência que eu sentia dentro de mim, eu precisava da conexão que havia entre nós dois, entre a nossa pele, nossos corpos, eu precisava dela mais um pouco, já que a perderia, e isso doía ainda mais nela saber que eu a queria, mas que meu querer não era o suficiente.

Eu nunca vivi com mulher alguma, o que vivi com Sally, sempre me envolvi de maneira superficial temendo demonstrar que gostava de pequenos gestos... Eu sentia tanta dor em partir que não queria fazer sexo, queria apenas ficar abraçado e dando o carinho que ela merecia ganhar por todos os dias da sua vida, mas ela queria ir mais além das carícias, me deixando em um impasse frente à sensação gostosa das suas mãos nos meus cabelos, dos nossos beijos, as mordidas leves que eu dava em seu corpo macio, pálido, e às vezes com traços pueril de tão puros.

Sally tentou de todas as formas me convencer a levá-la comigo, mas resisti, e após uma dura discussão proferi palavras para deixá-la com raiva... Tudo que eu dizia, ainda que cruel e doloroso, era proposital... Suas lágrimas descendo pelo seu rosto destruíam minha paz, sendo substituída por culpa e vulnerabilidade, aproveitando-se disso Sally abraçou-me pela cintura de forma que não pude rejeitar sua ação, então me virei colocando minhas duas mãos em sua face e pedi desculpas pela minha breve irritação, confiando na minha fraqueza, Sally fez um último pedido sussurrando ao meu ouvido “Faz mais uma vez comigo?”.

Olhei novamente seus olhos tão azuis, seu cabelo tão macio e tracei um plano em segundos que a deixaria furiosa. Tomei Sally em meus braços, desci as escadas e deitei-a lentamente no sofá beijando de forma a tirar-lhe o fôlego... Eu não podia ir se a visse chorando, ou se ela implorasse para eu ficar, eu precisava ir sem que ela visse...

Atendendo seu pedido fiz amor com ela pela última vez deixando as coisas de acordo com o plano que eu havia traçado para que ela não pudesse me ver partir... Sally esboçou em sua face doce um sorriso sincero tocando levemente em sua própria camisola vermelha com rendas pretas incitando-me a subi-la lentamente enquanto beijava suas coxas, umedecendo meus lábios e beijando-a em inquietas magnitudes... Lancei um olhar sobre sua barriga e beijei seu umbigo carinhosamente subindo até seus seios onde terminei de retirar a camisola retomando com outro beijo... 

Apesar de todo prazer era doloroso saber que aquela era nossa última noite, e não era a última por causa dela e sim por minha causa... Eu nunca deveria ter ficado com ela, eu deveria ter deixado com que ela me odiasse como da primeira vez que a deixei sair de Los Angeles sem sequer levá-la ao LAX, ou sem dizer o porquê de toda a minha indiferença.

Mantive meus olhos nela até vê-la se entregar ao sono lentamente, e quando ela adormeceu desfiz todos os rastros que minha presença havia deixado. Levei comigo os lençóis que haviam testemunhado nossas noites, a caixa do sexy shop e tudo que pudesse lembrá-la do quanto eu a amava... Fui cruel ao fazer isso, mas naquele momento parecia fácil deixar tudo arrumado e ir embora sem dizer adeus...

Ela me odiaria por deixá-la dessa forma, sem o direito de um último beijo, um abraço, e tudo que ela ainda tinha para dizer, mas esse era o plano.

Ao armazenar todas as evidências do quanto fomos felizes durante todo aquele tempo, olhei uma última vez no seu rosto sereno, acariciei seus cabelos e dei-lhe um beijo estando Sally adormecida, tive apenas 10 segundos para dizer adeus...

Eu podia ficar com Sally e enfrentar todas as consequências da minha decisão, mas naquele momento parecia mais fácil abandoná-la, e isso pesava muito no meu coração. Eu sabia que ela não merecia minha aversão, ela havia dado o seu melhor em favor de mim, e eu não era capaz de fazer nada por ela...

O medo do amor, e o quanto eu amava Sally me fizeram desistir dela, eu não queria me sentir tão dependente de alguém, e tão envolvido emocionalmente em um relacionamento que me fazia perder o juízo, eu tinha medo do misto de emoções que tomava conta das minhas ações enquanto eu estava com ela...

Depois de viver intensamente cada momento ao lado dela, senti que não podia viver sem ela, eu a queria mais que tudo e isso me assustou, não só a mim, mas a minha família e ao Tarik. Sally sugou tudo que antes era importante para mim, inconscientemente e involuntariamente ela me deixou tomado por um sentimento que me deixava vulnerável, ao ponto de não me importar com nada, qualquer pessoa que me conhece bem saberia que para eu transar com alguém em um carro, eu só poderia estar drogado, e era isso que Sally representava naquele momento, uma droga que eu não podia viver sem.

Ao estar com ela nada no mundo importava nem minha imagem, carreira, nada, e esse era um dos motivos pelos quais eu estava me afastando e pelo qual Tarik resistia tanto em aceitar nós dois juntos.

Sally significava muito para mim, mas não podia significar tudo... O medo foi um dos sentimentos que destruíram nosso amor, mas não foi o único, e era vergonhoso ver o quanto minha covardia desfez cada degrau que eu e Sally construímos, mas eu não me importava muito, eu não queria enfrentar ninguém, tão pouco a mídia ao assumir um romance publicamente, ainda mais que eu era tomado por ações incoerentes ao estar com ela...

Eu era capaz de fazer qualquer coisa, sem me importar que fotografassem ou filmassem e isso era perigoso. O ideal seria que eu assumisse Sally como minha namorada e construísse limites para nossa relação, para nossos sentimentos, para nossa imagem em público, no entanto, preferi abdicar da única mulher que me amou sem querer nada em troca, e abdicando de toda a felicidade que o amor havia preparado para mim, condenei Sally a se tornar uma mulher magoada, ela sentiria medo dos homens, ela temeria pelo seu coração partido, pelas feridas deixadas, e o pior de tudo, ela poderia nunca mais confiar em ninguém, ou deixar de acreditar no amor, e isso seria realmente uma tragédia, porque pior que o medo de amar, é nunca mais querer amar novamente.

Dois sentimentos tomaram meu coração, mas o medo e a covardia eram apenas o começo do pacto de sentimentos nocivos ao meu coração. Ao sair da casa da Aléxia, fechei a porta lentamente, e ao mesmo tempo fechei também a do meu coração, jurei nunca mais me entregar a ninguém, o amor dói menos e ninguém nunca havia me falado sobre essa face do amor, essa face cinzenta que suga a cor da vida, dos meus dias e de tudo que antes me fazia feliz e que agora não era mais nada.

Ao encontrar Tarik no aeroporto parei para autografar os livros de duas fãs que do nome ainda me lembro bem, Bianca Almeida e Caroline Monteiro que testemunharam o meu estado mental deplorado ao visualizar Tarik pegar Sally pelo braço e dizer coisas que eu não podia ouvir... Temi que ela fizesse uma cena, mas ela sequer olhou para mim, corri em sua direção, mas ela saiu apressada, entrando Tarik na minha frente, me obrigando a não ir atrás dela para ver o que havia acontecido...

Sally não estava no aeroporto por mim, e sim por Tarik, ela não parecia ser a doce adolescente por quem eu havia me apaixonado... Sua fúria, raiva e rancor me deram calafrios ao ponto de desejar voltar à casa da Aléxia imediatamente para conversar com ela, mas tudo teria sido apenas mais traumático e mais doloroso, afinal, meu plano havia dado certo.

Encontrar os fãs brasileiros adormeceu o medo e a dor que eu sentia por perder Sally tão estupidamente... O encontro, a conferência e o programa do qual participei haviam acontecido na hora perfeita, era exatamente o que eu precisava e ao ter que dizer adeus e voltar a Los Angeles senti um grande gélido em minha alma, eu gostaria de ficar mais, não só por Sally, mas por todos os fãs que mereciam uma dose maior da minha presença.

Ao voltar meus pais me aguardavam para mais uma conversa, mas me recusei a tê-la, apenas assegurei que nunca mais tornaria a ver Sally novamente... Makena vendo meu semblante entristecido não suportou e chorando me abraçou, deixando meus pais ainda mais sentidos ao ver que eu realmente amava Sally...

Todo o tempo que fiquei longe de tudo não foi capaz de me fazer esquecê-la e eu sentia que a amava cada dia mais, até ser tomado pelo terceiro sentimento que seria a minha ruína: a vaidade.

Ouvi uma batida na porta, Makena disse que Kristen me aguardava.

- Oiii Tay? – Saudou Kristen.

- Oi... Tudo bem? – Respondi.

- Sim... Tudo certo. Como foi no Brasil?

- Foi absolutamente perfeito. – Respondi.

- O Rob foi a Londres e eu queria saber se você não quer dar uma volta.

- Vai rolar um jantar na casa do Thor, topa ir comigo? – Convidei.

- Claro... Será ótimo! Sinto falta das nossas conversas.

Kristen e eu fomos ao jantar e apesar da minha falta de ânimo, senti que deveria me entreter um pouco. A voz de Thor ecoava pela grande sala e trazia alguém puxando pela mão direita em minha direção.

- Taylor!!! Quero lhe apresentar alguém! – Disse Thor se aproximando.

- Esta é Ashley Benson!

- É um prazer! – Disse Ashley apertando minha mão e beijando-me o rosto.

Ao ver Ashley fui tomado pelo sentimento da vaidade masculinha, era muito bonita, seus cabelos loiros e seus olhos azuis me lembraram de Sally automaticamente, como todo homem me senti tomado pelo desejo de conhecê-la melhor, afinal eu era solteiro e merecia viver novas experiências, e nada melhor que outra mulher para me fazer esquecer outra...

Ashley sorria muito com tudo o que eu dizia e Thor ficou muito satisfeito ao ver que nos dávamos tão bem... Tudo parecia arranjado, mas eu gostava da sensação de ser desejado, de ser disputado, em menos de uma hora me peguei imaginando como era estar com outra mulher depois de estar com a Sally.

Ashley falou sobre ela, mas manteve seu interesse em saber tudo sobre mim... Eu já não me lembrava da Sally ou dos nossos momentos juntos e sim do quanto Ashley era sensual. Minha vida continuava, e a de Sally também continuaria, ou já continuava apesar do pouco tempo, mas algo me dizia que seria bem mais difícil para ela. 

Era um direito nosso de se apaixonar novamente, e uma vez que nosso envolvimento foi um erro, iniciava outra etapa da minha vida, então deixei a culpa pelo seu abandono, convidei Ashley para ir comigo a um lugar tranquilo, e como ela já estava envolvida não hesitou em acompanhar-me até a outra sala mais cômoda que Thor dispunha a alguns metros da sala de jantar...

Ashley é engraçada, doce, gentil e estava disponível, além de ser muito discreta e bem sucedida, parecia ser uma ótima chance de retomar minha vida amorosa e esquecer de todo o alvoroço que Sally havia feito na minha vida, mas nada era certo e Ashley não disse nada que nos colocasse em um patamar além da amizade, mas o mais impressionante, é que só dependia dela.

Imaginei se não seria estranho beijar a forma dos lábios de Ashley, assim como sentir seu cheiro, que também era bom, mas não era o que eu queria... Tomado pela vaidade, não pensei no quanto seria para doloroso para Sally se ela soubesse que eu já flertava com outra em tão pouco tempo.

Eu não pensava em nada, além de mim mesmo... Eu estava decido a superar tudo, e isso me fez ver que eu não fiquei com a Sally porque eu não queria enfrentar nada para ficar com ela, porque eu tinha medo do que eu sentia e no fundo no fundo um dos motivos que mais pesaram era a ideia de não poder ter outra mulher senão ela.

Eu queria sair com outras pessoas, não queria me prender ou me envolver tanto... Eu era jovem demais para um sentimento de tamanha magnitude, seja por medo, covardia, ou vaidade, esses três sentimentos entraram no meu coração, mas por falta de experiência eu não percebia que enquanto eles não saíssem do meu coração, eu nunca poderia ser feliz...


 
 
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