Fanfiction: Uma chance com Taylor Lautner: Capítulo 56: Face a face


Capa: Eme
Música tema: Begin Again - Taylor Swift
Fanfic/Texto: @ValzinhaBarreto
Iustrações: @alexiaaugusto
Beta: Daya Engler.
POV SALLY

Conforme o tempo estipulado nos contratos, consegui fazer todos os ensaios e estava de volta em casa, com meu CD do Nirvana tentando empurrar minha melancolia janela abaixo, era mais um dia de arrependimento, culpa e saudade dos bons momentos que haviam passado.
Minha reflexão, porém saia da trilha com o toque do meu celular, Kevin era o melhor agente do mundo e parecia querer se jogar na frente de um carro para me proteger caso fosse necessário.
Vagando instantaneamente, atendi.
 “Alo Sally?” Dizia a voz acelerada do meu agente.
“Oi Kevin, como você está?”
“Estou bem e você?” Perguntou ele prenotado.
“Estou no mais completo tédio”. Revelei sobre o fim dos ensaios e propagandas.
“Quer sair do tédio e ainda aumentar seu capital?” Perguntou Kevin, muito animado.
“Faço qualquer coisa para manter minha mente ocupada”.
“Olha, serei sincero, tem um pequeno papel em um Sitcom, fiz algumas ligações e tem uma vaga nesse roteiro apenas para um episódio”.
“Sitcom? Serei sincera Kevin,” disse retribuindo o tom. “Eu nunca atuei, mas tenho esperado por uma chance de entrar nesse ramo e não me importa que seja por 30 segundos apenas. Uma chance é uma chance”.
“Nunca atuou? Você gravou um clipe que lhe rendeu uma indicação ao Video Music Awards, então participar desse sitcom vai ser bom, mas é apenas para um episódio”. Disse ao passo que esclarecia e me incentiva ao mesmo tempo.
“Sim, eu quero ver como eu me saio, minhas aulas de teatro foram poucas, mas tenho visto muitos bastidores e lido alguns livros e técnicas”.
Eu estava em êxtase, era uma participação de apenas um episódio, mas eu queria muito fazer. Comemorei em silêncio enquanto via que os olhos azuis redondos e curiosos de Nícolas me focavam.
 “Que foi maninha?” Perguntou ele com aquele sorriso bobo sem esperanças de que eu o respondesse após tanto tempo sem lhe dirigir a palavra.
“Kevin me conseguiu um papel em um Sitcom”.
“Jura? Isso é maravilhoso Sally! Qual sitcom?” Perguntou ele.
“Eu nem perguntei”. Respondi vagamente, lembrando-me de que realmente não havia perguntado qual era o sitcom.
“Meu Deus Sally, um Sitcom vai ser bom, você pode tirar a prova se deve só cantar e desfilar ou se consegue atuar”. Alertou Nícolas.
“Alexia!” Gritou Nícolas agoniado. “Corre aqui”. Disse esperando-a.
“Que foi?” Perguntou ela se aproximando, com certa curiosidade.
“Sally vai fazer um Sitcom”.
“Jura? Qual?”
“Ela nem sabe ainda”. Ele respondeu animado franzindo a testa, com uma indagação como se desconhecesse algo.
“O que é um sitcom afinal?” Perguntou ele confuso.
“É uma série de televisão com personagens comuns onde existem uma ou mais histórias de humor encenadas em ambientes comuns como família, grupo de amigos, local de trabalho”. Respondi.
“Nícolas, você adora sitcom, mas não sabe o quê adora. Dois homens e meio é um sitcom”. Disse Alexia vendo a face Nícolas se fechar ficando desagradável.
“Você vai conseguir fazer isso Sally?” Perguntou Nícolas preocupado.
“Farei o que puder. Não faz essa cara, sitcom não é um bicho de sete cabeças, em geral são gravados em frente de uma plateia ao vivo e caracterizados pelos "sacos de risadas", embora isso não seja uma regra”. Esclareci tranquilizando-o.
“Tipo Sai de baixo?” Perguntou Nícolas feliz ao ver que eu voltava a falar com ele depois de tanto tempo e ironizando a serie brasileira favorita do papai.
“Precisamos saber qual o sitcom que você vai fazer, e então, nós te ajudamos com algumas cenas”. Disse Alexia empolgada.
“Eu não posso ajudar, não sei atuar”. Disse Nícolas zombeteiro.
“Não sabe atuar? Você é homem, é dissimulado por natureza”. Murmurou Aléxia.
“Dissimulado é aquele velho com quem você tá saindo”.
“O nome dele é Bradley Cooper e ele tem 38 anos”.
“Foda-se, eu vou fazer para uma ligação para Patrick e arrumar umas gatas porque eu mereço”. Disse Nícolas fugindo da conversa.
“Vai lá e faz o que sabe de melhor Nícolas”. Zombou Aléxia.
“O que eu faço de melhor? Você nem sabe o que é melhor Alexia, como poderia saber? Você sai com aquele velho e faz coisas asquerosas. Eu sou um amante profissional, a satisfação é garantida”. Ele disse balançando a língua e esboçando um sorriso safado em seu rosto.
“Eu e Bradley nunca fizemos nada asqueroso, não somos você e a Eduarda”. Provocou Alexia.
“Aff, ela não para de me ligar. Caso ela continue insistindo diga que não estou”.
“Eu não sou sua secretária”. Estalou Alexia agitada.
“Por que você está tão brava Lexi?” Perguntou Nícolas empurrando carinhosamente Alexia sobre o sofá da sala e fazendo cócegas nela.
“Não estou nervosa”. Ralhou ela intrigada, com a aproximação de Nícolas sobre seu corpo. Ele continuava.
“Esse nervosismo é falta”. Provocou ele.
 “Falta do que?” Alexia perguntou tentando se soltar dos braços de Nícolas que a mantinha presa em baixo dele.
“Falta de amor”. Nícolas gracejou dando um selinho nos lábios de Alexia, que cedeu ficando paralisada.
Ele mesmo não esperava cometer tal ação e ficando constrangido, saiu de cima de Alexia e sentou-se ao seu lado no sofá voltando a si. A brincadeira havia causado uma tensão mostrando ao Nícolas que algo havia mudado entre eles.
Fingi não notar a cena e me afastei reflexiva. Era evidente que um clima havia saído daquele momento e mesmo Nícolas pareceu perceber a atração que o havia levado a beijá-la ainda que fraternamente.
Esperei alguns minutos na cozinha para que ambos pudessem se recompor, mas meu meio sorriso se abriu ao voltar à sala e ver o semblante pasmo de Alexia. Com o telefone em mão liguei para Kevin para saber enfim de qual Sitcom eu iria participar.
“Oi Kevin?”
“Oi Sally, como vai novamente?”
“Bem... Eu queria saber um pouco mais sobre o sitcom, esqueci-me de perguntar por mais detalhes”.
 “Eu ainda não tenho muitos detalhes, mas é coisa simples. Depois que você deu sua resposta, liguei para Chuck Lorre, é um roteiro minúsculo, apenas 6 pequenas cenas e 12 falas”.
“Chuck Lorre?” Perguntei levando Nícolas e Alexia a ficarem em choque.
“Ah, meu Deus!” Exasperou Nícolas me pegando no colo e me girando pela casa, com Alexia correndo atrás com igual felicidade. Kevin ouviu os gritos e aguardou. “Chupa Hollywood, minha irmã vai fazer Big Bang: A Teoria!!” Gritou Nícolas pela janela como um retardado enquanto Alexia olhava seu grande amor, com o sorriso e alegria que ela tanto amava.
Voltei a falar com Kevin, agora mais calma.
“Oi Kevin?”
“Oi Sally, Lorre e o elenco, eles estão em uma emergência, então preciso que você vá hoje mesmo para Pasadena. Eu estou esperando ele mandar o roteiro desse episódio e assim que imprimir passo na sua casa para te pegar, assim pode ler o roteiro e gravar suas falas, okay?”
“Claro, vou arrumar minha mala”.
“Eu te encontro mais tarde, vou ver se tem algum voo”.
“Mal posso esperar”.

* * * * *

Eu queria trabalhar e isso não era mais problema, as falas eram simples e eu já havia decorado, mas o problema seriam as expressões que eu tinha que fazer.  A empolgação do Nícolas tomava conta de mim e a sua felicidade por voltar a falar comigo mostrava que ele não era um completo idiota, apenas uma boa parte.
Nícolas era obcecado por séries de humor, e pareceu entrar em luto eterno quando Charlie Harper saiu da serie Dois homens e meio. Charlie era o grande ídolo dele. E seu sonho era morar numa bela casa na praia em Malibu, ser rico e ter uma enorme facilidade de conquistar as mulheres, só faltava o dinheiro porque a facilidade com as mulheres ele já tinha desde a infância, assim como Eduarda havia se rendido, muitas mulheres faziam fila por uma noite com ele.
A raiva que ele tinha pela saída do Charlie era tão grande que se recusou a ver os primeiros 5 minutos da série Dois homens e meio, com a entrada de Walden Schmidt, ele levava isso tão a sério que tinha uma antipatia por Ashton muito antes de começarmos a namorar.
Minha estreia no set de filmagens foi muito tensa e eu estava apavorada, quando cheguei a Pasadena e comecei a ver a gravação do sitcom fiquei apaixonada pelos personagens prodígios Sheldon Cooper e Leonard Hofstadter, mas mesmo os atores me deixando a vontade, eu estava a ponto de ter um ataque cardíaco.
A fala de Sheldon acabou se embaraçando um pouco, mas como havia tido aulas e algumas técnicas de “impro¹” com Fábio Nunes na Wolf Maya, consegui salvar a cena improvisando. Ao término achei que chamariam minha atenção por ousar mudar o roteiro após uma confusão do meu colega de elenco, mas o diretor achou interessante a maneira como deixei a cena mais espontânea.
Terminei as cenas com minha participação no episódio e voltei a Los Angeles com Kevin. A minha participação havia sido noticiada e estava em muitos sites especialistas em sitcoms e séries, havia se tornado um dos momentos mais esperados da temporada.
Após alguns dias notei Nícolas com um olhar vazio, ele refletia sobre algo que o assombrava, senti que ele estava preocupado com algo, mas não quis incomodar aquele momento raro que era quando ele realmente levava algo a sério.
A minha participação no sitcom foi o episódio de maior audiência, o que levou os produtores a me colocarem para mais 6 episódios que foram muito bem aceitos pelo público.
Após receber muitos convites para festas e baladas Vips da elite Hollywoodiana, resolvi que era hora de renovar meu guarda-roupa adolescente e comprar alguns vestidos e roupas mais sensuais deixando de lado meu velho all star e meus jeans rasgados.
Passeando pela Avenida Hollywood Sunset, vi lugares interessantes, algumas grifes que eu já conhecia, vi algumas jaquetas e lembrei automaticamente do Taylor, pensei em como ele fica charmoso nelas, mas meus pensamentos foram cortados, quando percebi que alguém estava me seguindo.
Apressei o passo, atravessei a rua, mas o medo que eu sentia impediu que eu olhasse para ver quem era.
Senti um calafrio, um nervosismo, um medo, contudo, encorajando-me parei e virei para a figura que me seguia. Enfoquei o semblante de garota de aproximadamente 11 anos, seus olhos eram minúsculos, verdes e singelos, seus cabelos curtos estavam um pouco bagunçados pelo vento que soprava naquela tarde, não parecia muito ameaçadora, mas me seguia.
“Posso ajudar?” Perguntei olhando sua face e suas mãos trêmulas.
“Po-pode,” murmurou, a voz da jovem menina desaparecendo.
“Você está se sentindo bem?” Inquiri ante sua palidez.
“Estou”. Disse ela.
“Respira fundo, okay, qual o seu nome?”
“Lindsay”. Respondeu puxando e soltando o ar.
“Vai ficar tudo bem Lindsay, você está perdida?”
“Não... E-eu...” Tentou se expressar, mas sua voz não saia.
A menina aparentemente abalada por algum choque abriu uma pequena bolsa e tirou de seu interior uma câmera digital e, um pedaço de papel e uma caneta. Ao saber do que se tratava, meus olhos se encheram de lágrimas e pela primeira vez na minha vida, senti que eu finalmente era quem eu queria ser.
Tomada por uma súbita coragem e sua voz voltando às cordas, ela olhou-me com grande admiração e sinceridade e me abraçou.
“Eu amo você”. Disse a menina.
“Obrigada”. Agradeci emocionada.
“Eu sou sua fã, eu adoro você, adoro suas fotos e a série. Eu quero um autógrafo. Você pode tirar uma foto comigo?” Ela perguntou desabafando finalmente um pouco perdida e dizendo tudo o que queria em apenas um amontoado de pequenas frases.
“Claro que sim!” Respondi emocionada e com muita empolgação.
“Eu não acredito que estou vendo você na minha frente,” disse a menina mais calma e limpando as lágrimas nos olhos. “Eu tenho você no meu celular”. Disse mostrando seu plano de fundo e em seguida abrindo sua play list que tinha Little House como toque do seu celular.
“Obrigada por tudo meu anjo!”
Eu vi sua face desaparecer ao virar na próxima avenida, com lágrimas nos olhos e um sorriso sincero, ao me afastar não contive as minhas próprias lágrimas que desceram satisfatoriamente pela minha face.
Olhando pela vitrine de umas das grifes da Hollywood Sunset, notei o reflexo  do meu semblante maravilhado e emocionado. Do outro lado da rua, havia alguns grupos de pessoas, eu acenei para elas cumprimentando-as carinhosamente, elas cutucavam uma a outra como se não acreditassem que eu mesma que estava lá.
Naquele momento, nada além do Taylor vinha a minha mente, eu queria falar para ele sobre o quanto tudo que ele me dizia sobre os cuidados com sua imagem, sobre seu respeito, carinho e dedicação aos fãs...
Enquanto caminhava, desejei encontrá-lo na próxima esquina e dizer a ele o quanto eu o entendia mais agora, aquela doce menina era como se fosse uma partícula, uma parte de mim, continuar mantendo sua admiração por mim era o que mais importava naquele momento.
Eu não a decepcionaria. Eu faria todas as cenas dali em diante porque sabia que seria para ela.
Sentia que valia à pena estar nesse ramo e toda a energia emanando daquela fã, da minha fã, fez com que eu entendesse o sentimento do Taylor, com relação a todos as partes do seu ser espalhados pelo mundo, cada fã que ele tinha era como uma partícula que o compunha completamente tornando-o o quê ele era: uma inspiração.
Aquele dia chorei muito ao chegar em casa, pensei na proporção que aquilo poderia tomar. Aléxia chegou em casa mais tarde, trazia consigo um sorriso como se fosse revelar a epifania do século.
Bradley, assim como alguns produtores de Hollywood haviam notado que eu realmente tinha talento, não era apenas um rosto bonito e uma celebridade instantânea. A minha participação no Sitcom me rendeu uma indicação no Teen Choice Awards para a atriz que roubou a cena em seriados, a premiação aconteceria em agosto e seria transmitida pela Fox.
Bradley Cooper havia notado meu destaque e sua amizade com Alexia o incentivou a me recomendar para David O ‘Russel.
Era um papel pequeno em um dos filmes do Bradley dirigidos por David, mas adorei fazer.
O pequeno papel cedido por um diretor indicado ao Oscar era algo significativo, e a recomendação de Lorre e Bradley fizeram com que eu conseguisse minha primeira protagonista para o cinema.
Era algo maior, exigiria mais, pois era a versão cinematográfica do livro, o Best Seller mundial “Insanos” narrava a vida de um casal adolescente separados após passarem no exame para universidades diferentes e que seguiram carreiras diferentes. O destino os separou por muitas vezes, mas nunca foi forte o suficiente para separá-los definitivamente.
Kevin conseguiu um cachê considerável, mas havia algo que me incomodava, em uma das cláusulas do contrato estava o impedimento de que eu pudesse ter qualquer tipo de relacionamento amoroso publicamente. Era estranho, mas me soava comum ao lembrar que Taylor nunca havia dito que namorava ninguém até o término da franquia Crepúsculo. Ainda assim Kevin achou uma proposta muito boa e como eu poderia fazer o espetáculo da Broadway também em Nova York, seria uma chance dupla que representaria um up maior na minha carreira, então eu assinei o contrato.
A personagem “Lucy” conhecia seu grande amor “Josh” no interior do Kansas, e a família dele se mudara para Nova York para a universidade dos sonhos seus pais. Lucy, porém se formou na UCLA, separando-os por um determinado tempo, era uma versão mais moderna de “The notebook”, um dos filmes favoritos do Taylor que o faz chorar.
Eu estava com o roteiro em mãos, mas ainda não sabia quem seria o ator com quem faria par romântico, havia alguns rumores sobre Zac Efron, mas havia um conflito de agenda que impossibilitaria isso. Kevin disse que faltava apenas uma decisão para que pudesse dizer quem seria o protagonista.
As falas eram simples, não havia nenhum desgaste físico exceto muitas lágrimas, gritos e discussões. As cenas seriam gravadas no Kansas, e seriam transferidas para Nova York e por fim em Los Angeles já que o personagem, Josh se transformara em um escritor famoso, com sua história de amor com Lucy e voltava para entregar-lhe o livro, sua última declaração de amor.
Eu mal podia esperar por tudo.

POV TAYLOR
“Ei cara, vamos jogar basquete?” Perguntava a voz de Adam Sandler do outro lado da linha.
“Eu não sei jogar basquete, mas posso ir fazer raiva em vocês”. Comentei.
“Você não sabe jogar? Conversa Esquilo, venha até minha casa mais tarde, Kevin e eu estaremos aqui para um jantar. Salma vem de Paris para fazermos a agenda para a première de Grown Ups 2 e quero muito que você vá para não ficarmos sozinhos no red carpet”. Brincou Adam.
“Ficar sozinhos? Vocês são as pessoas mais engraçadas do planeta, nunca faltarão fãs e admiradores na estreia, okay?”
“Mas é por você que elas gritam ²sexy simbol gostoso!!!” Gargalhou Sandler despedindo-se e desligando em seguida.
Quando Adam disse sexy simbol me lembrei da nova sexy simbol do momento, a loira de 1,70 com samba no pé que havia se entregado a mim também era a mais sexy do mundo nomeada pela People Magazine e a mais desejada na cama eleita pelo público masculino. Era um pesadelo pensar nesse monte de homens desejando um corpo que havia sido apenas meu.
Apesar do grande número de mulheres a minha disposição eu não poderia corresponder a nenhuma delas até me entender comigo mesmo e achar uma solução menos trágica para desenrolar nossa história.
Na verdade, eu não queria me envolver, eu não desejava ninguém além dela e a minha abstinência estava mexendo com a minha cabeça.
Fiquei desesperado com a notícia de que Sally atuaria com Zac Efron. Meu Deus, isso seria daria a ela uma chance de finalmente esquecer de mim, eu não conseguiria expulsar outro da vida dela como fiz com a ajuda maligna do Nícolas.
Foi uma crueldade que fizemos e eu não me orgulhava disso, por isso deixei claro que havia sido um mal entendido, aquele armário maldito adorou me ver implorando por uma oportunidade de explicar as coisas. Eu sabia que Sally não via mais Ashton, pois meu informante me ligava diariamente, mas isso não significava que não poderia ser substituído por outro.
Eu não podia ficar com ela, mas não aguentava mais ficar sem ela. A falta que Sally me fazia me causava um efeito negativo.
Eu me sentia capaz de tudo para ter um momento qualquer que fosse com ela, a saudade não me deixava pensar com clareza, eu precisa ouvir sua voz, sentir seu cheiro. Precisava de uma dose do amor e da satisfação que somente ela era capaz de me proporcionar.
Eu não sabia como faria para tê-la por perto, pensei em vários escapes para a situação em que me encontrava no momento.
 Makena veio em minha direção com um sorriso bobo.
“Telefone para você Tay”. Disse ela com o aparelho em mãos.
“Quem é?” Inquiri sem vontade de falar com quem quer que fosse.
“É seu cunhado”. Respondeu Makena sorrindo.
“Oi Nícolas”. Atendi finalmente.
“Véi, tu tá sabendo da maior?”
“Não conta aí”.
“A Alexia continua saindo com aquele velho nojento, eles vão a Paris este fim de semana”.
“Qual é Nícolas, você vai continuar ligando só para falar mal do Bradley? Esquece ele, esquece isso”.
“Esquecer? O cara tá pegando a Alexia, eu não vou tirar meus olhos dele de forma nenhuma. Ele vai vacilar uma hora e eu vou foder com ele”.
“Esse seu ciúme besta te deixa cego, como você sabe que eles estão ficando?”
“Que ciúmes? Quem é que está com ciúmes aqui? Alexia é como minha irmã, só quero zelar por ela. Eu sou o homem da casa, okay?”
“É claro que você está com ciúmes! Bradley é um cara legal, não tem com o que se preocupar”.
“Eu não sei cara, esse velho, o Bradley, ele não é a pessoa certa, eu sei que não. Ela não o ama nem ele a ama, o cara deve ser um pervertido”.
“Pessoa certa? Isso saindo da sua boca é um veneno para minha inteligência. Nícolas você não reconheceria a pessoa certa nem se ela morasse na sua casa e fizesse seu café da manhã todos os dias”.
“Não entendi, fala de novo para eu gravar aqui e colocar essas suas palavras na minha caixa de coisas, que não fazem sentido e eu nunca vou usar”. Ele brincou ironicamente, mas a verdade, é que ele não entendia o que sentia mesmo.
“Ouça Nícolas. Vou te fazer uma pergunta bem objetiva. Afinal, você já se perguntou o porquê de se preocupar tanto? Já tentou entender o que você sente saindo desse terreno?”
“Que terreno caralho?”
“Seu infeliz, não me xingue. Estou tentando te ajudar. Vou ser bem mais claro... Você já parou para analisar essa sua preocupação ou esse seu sentimento sem levar em consideração o terreno de amizade?”
“Que papo é esse véi?”
“Vou falar na sua língua para que me entenda. Você já analisou a ideia que essa sua preocupação é porque você quer pegar a Alexia?”
“Taylor, quando te encontrar eu vou socar a sua cara. Isso não tem nada a ver. Não quero pegar a Alexia. Só quero cuidar para que ninguém pegue”. Disse ele.
“Por que você não quer que ninguém pegue ela?” Perguntei fazendo-o refletir.
“Não confio nele, nem em ninguém com ela”.
“Por que não confia?” Insisti.
“Eu não sei vou ver isso com meu analista mais tarde”. Disse ele sorrindo.
“Como está Sally?” Perguntei cortando a conversa.
“Ela está bem. Continua sozinha e ouvindo aquela merda o dia todo”.
“Ouvindo o quê?”
“Plateau!” Respondeu Nícolas me deixando intrigado.
“Ela ouve só essa música?”
“Normalmente ouve todos os CDs do Nirvana, mas Plateau ela repete incansavelmente”.
“Por que será?”
“Não sei, mas tenho uma novidade dessa vez,” disse Nícolas sem graça e mudando o tom de voz ficando mais sério. “Sally vai atuar com um gostosão de Hollywood”.
“Quem??” Indaguei preocupado.
“Aquele cara que faz o stripper e deixa as mulheres loucas em Magic Mike!”
“Diga-me que está brincando pelo amor de Deus?”
“É sério”. Ele abaixou a voz. “Eu a ouvi com Alexia sussurrando. Ainda não é oficial, mas é serio!”
“Que horror!! Channing Tatun? Onde ela está agora?” Perguntei assustado e continuei buscando forças para não atirar o telefone contra a parede.
“Esta aqui, ouvindo Nirvana”.
“Faz-me um favor? Nícolas tire Alexia da casa, deixe Sally sozinha, eu estou indo vê-la agora mesmo”.
“Tirar Alexia da casa como?”
“Se vira cara, você não é quadrado. Use seu charme, convide-a para algo que ela não possa recusar. Diga a Sally que quer privacidade com Alexia que ela vai entender”.
“Ah! Lá vem você com esse papo”. Disse Nícolas desligando.
Eu sabia que ele daria um jeito. Avistei a dona Deborah com o jantar na mesa, mas ainda assim não fiquei.
Eu sabia que não podia ficar com ela, mas eu tentaria ficar pelo menos esta noite, eu poderia ter um abraço apertado ou apenas me aproximar o suficiente para ter uma dose do seu perfume, que me embriagaria madrugada afora satisfazendo meu eu mais uma vez.
Eu a queria perto de mim por alguns momentos e eu fingiria que ela era minha. Eu sentia tanta vontade de ter um afago qualquer que fosse. Precisava de apenas um toque para alimentar as minhas forças e encontrar uma solução para desembaraçar tudo que eu havia feito desde que a correspondi.
Por breves momentos imaginei Sally cedendo de algum modo. Ela poderia me colocar para fora, como fez da última vez e estaria no direito dela, mas eu já tinha um não e lutaria pelo sim a qualquer custo.
Não importa se ela diria um oi ou nos vemos em breve, eu precisava ver qual sua reação diante de mim.
Será que ela ainda podia me amar? Será que ela poderia resistir a mim tanto quanto ela era irresistível para mim?
Pensei em bater na porta, mas ela cedeu quando dei o primeiro toque notando que estava apenas encostada.
Era possível sentir seu perfume doce e suave um pouco distante.
Cogitei se bateria novamente, mas o som de um dedilhar do violão duplicou minha curiosidade.
Adentrei lentamente. Ouvi o som do violão que vinha um pouco mais longe da sala. Sentei no sofá tomando coragem para ir até ela ou para desistir definitivamente de uma aproximação que não poderia continuar.
Eu estava apenas a 7 passos dela, mas tentava refletir com clareza sobre como minha presença apenas a machucaria. Seria meu gesto egoísta confrontando sua ingenuidade e eu não suportava ver sua face decepcionada e, sofrida com tudo que eu fazia, mas como eu disse, a saudade não permitia que eu pensasse com clareza. Unicamente queria satisfazer o desejo do meu coração e desfrutar da sua presença, mesmo que minha ausência ou retraimento a ferisse depois.
Um lado da minha consciência gritava ‘Eu não posso ficar com ela’, mas eu o outro lado gritava ainda mais alto, ‘mas eu preciso ficar com ela’, a briga entre minha a razão e meu coração anulavam as forças para desistir de falar com ela.
Era tarde demais, seu perfume era ainda mais forte, e o dedilhar do violão apenas aumentavam o ritmo e sua voz saíra finalmente da sua boca levando-me a um desespero incalculável.
Ela era a encarnação de tudo que eu mais almejava em uma mulher, sua beleza e sua doçura a faziam capaz de tudo.
Ela teria tudo que eu possuía e eu mesmo era todo dela, embora não soubesse que tinha tanto poder sobre mim.
Por segundos pensei na rejeição de Tarik para me proteger desse sentimento e para me livrar das loucuras que poderia fazer por ela ou para ela.
Sally cantava como um anjo, eu não conhecia a letra, mas falava sobre recomeçar. Era ousado achar que poderia cantá-la pensando em mim já que não cabia a eu saber o que se passava em sua mente.
Tomado pela embriaguez do seu perfume e da voz cantando a melodia serena, desejei ficar ali parado para sempre. Eu não precisava de mais nada ou de qualquer pessoa senão dela ali.
Ela sem saber que eu lá estava continuou concentrada, então me aproximei ficando diante dela. Sally tocava tão aplicada, seus olhos fechados insultavam a minha existência por não me permitir desfrutar das suas pupilas azuis celestes e do brilho, que mais representava a luz que clareava a minha vida.
Diante dela ouvi e vi sua expressão enquanto colocava toda sua dor para fora, isso deixava claro porque as letras de suas músicas eram tão aprovadas pelo público, ela conseguia traduzir sentimentos do cotidiano quase imperceptíveis, mas que acompanham cada ser humano em sua rotina cansativa e busca eterna pela felicidade.
Vi minar uma lágrima tímida por debaixo dos seus cílios ao passo que não pude conter que uma lágrima sem muita timidez atingisse meu queixo antes mesmo que a sua saísse por completo.
Não era algo que eu pudesse evitar.
Aproximei-me ainda mais da sua face e a vi abrir seus olhos lentamente visualizando meu rosto e, se entregando as lágrimas, mas sem parar de tocar.
Sally observava minha presença como se fosse um devaneio, um espectro, uma idealização. Em nenhum momento havia curiosidade em seu olhar ou qualquer indagação sobre eu estar ali de fato, ou não.
Ela havia perdido a noção de realidade e eu a trouxe de volta tocando sua face carinhosamente e enxugando suas lágrimas agora mais intensas.
Seus dedos pararam lentamente e o som do violão foi baixando acompanhando sua razão mostrando-lhe que eu estava ali de fato.
Sally colocou o violão sobre a cama e se pôs de pé olhando-me nos olhos. Eu podia finalmente desfrutar dos seus olhos azuis dotados de repleta cordialidade, então a beijei lembrando-me do quanto era bom estar com quem eu amava.


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“Impro¹” – Arte da improvisação – Gíria.
²sexy simbol – Símbolo sexual.




 
 
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