Fanfiction: Uma chance com Taylor Lautner – Capítulo 66: Lost!


Queridos leitores, sei que tem sido uma barra ficar tanto tempo sem a fic, mas fiquei de férias somente dia 12 de dezembro e agradeço por esperarem porque valeu a pena para mim que tirei 10 no meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), meu projeto foi aprovado sem ressalvas. Porém, a parte mais difícil é a monografia que já comecei porque nas férias preciso adiantar. Estou sendo excessiva, mas gostaria de entendessem minhas razões. Voltando a fic eu disponho hoje o momento decisivo da fic e peço desculpas por tudo que aconteceu, às vezes achamos que sabemos tudo e Taylor nos surpreende não é mesmo? É sempre mais fácil julgá-lo do que tentar entendê-lo. Isso é a lei da vida e se aplica em casos da vida real. Leia o capítulo 66 Lost e não se esqueçam de comentar, por favor, porque realmente preciso da opinião de vocês. Peço que compartilhem o post que está na Page ou na minha linha do tempo para avisar a todos que leem que o capítulo foi postado. Esse foi o capítulo mais difícil da minha vida e talvez por isso tenha ficado preocupada em deixar tudo muito claro. Agradeço a minha equipe por estar tão presente com este trabalho. Ao Robson Basílio pela capa e trailer tão perfeitos para esse momento delicado da fic. Agradeço a Aléxia Augusto (Também irei postar a fic/spin-off “O diário de Aléxia”). Obrigada minha beta ninja Daiane Engler por respeitar essa fic a ponto de dar tanto de si e por me ajudar a deixar tudo limpo e claro. Levamos isso muito a sério e vocês sabem disso. Obriga a todos os leitores que ficaram perguntando na ask, site, e-mail, Twitter, fan page, no chat do meu face pessoal e até por torpedo no meu celular, o interesse de vocês é minha motivação. Peço que ao acabar ler, ouçam a música tema. Boa leitura.
Capa: Robson Basílio.
Texto/Fic: @ValzinhaBarreto.
Beta: Daya Engler.
Música tema: Lost – Coldplay.
Personagens participantes:
Taylor Lautner e Sally Tedesco.
Personagens coadjuvantes:
Nícolas, Aléxia, Tarik Kanafani e Makena Lautner.


Trailer do capítulo:


POV TAYLOR

         Eu ainda pude sentir o último vestígio do perfume de Sally quando sai pelo corredor... Um aperto no peito me fez sentir uma angustia infinita enquanto seguia os passos de Tarik até minha suíte.
         Ele passou pela porta deixando-me ainda mais tenso, eu poderia colocar fim a tudo aquilo naquele exato momento, mas em todas as estratégias que criei em minha mente, nenhuma delas me levavam a uma solução menos dolorosa.
         Dizem que a verdade liberta, mas no meu caso ela me aprisionava cada vez mais.

         Tarik me observava ciente de que eu havia chegado ao limite e embora toda a confusão que viria, eu não poderia mais sustentar aquela situação, mas a mesma astúcia que o dava vantagens, seria a mesma que o derrubaria.
         Olhei em sua face e não pude controlar a raiva que me consumiu a partir do momento que ele xingou a Sally, antes mesmo que decidisse fazê-lo meus punhos cravaram-se em sua face fazendo-me desejar dar muito mais.
         Tarik correu com as mãos onde havia levado o soco e tentou se levantar, porém atordoado e afoito, teve dificuldades, talvez não esperasse por isso.
         O maldito pôs-se de pés, mas antes que proferisse qualquer um de seus discursos sujos, cerrei meus punhos e aproximei-me ainda mais dele focando seu olhar vazio e humilhado pela agressão.
         “Seu filho da puta, saia da minha frente agora e nunca mais xingue Sally. Entendeu? Nunca mais!” Falei empurrando-o contra parede. Ele fechou os olhos achando que eu o socaria novamente.
         Tarik se soltou da minha prensa na parede e andou em círculos ao redor, como uma cobra prestes a dar o bote, ele logo lançaria seu veneno.
         “Nunca mais encoste em mim dessa forma entendeu?” ele disse assustado.
         “Jura? Vai tomar no cu! Eu encosto agora mesmo, quem vai me impedir? Você? Covarde miserável!” Falei vendo-o recuar dois passos para trás.
         “O que? Mais que diabos? Preciso dizer o que está em jogo aqui?” Ameaçou gesticulando com suas mãos trêmulas.
         “Foda-se o que está em jogo. Você está demitido. Desapareça!” Falei avançando em sua direção prestes a perder o controle.
         Tarik olhou-me com uma desenvoltura maior que de costume. Infelizmente notei algo mais no ar e precisava saber o que era antes de arriscar a imagem da Sally.
         Eu já havia me deixado levar pelo impulso. Quando escutei seu argumento estúpido e ofensivo, respirei fundo, eu precisava ter certeza de que possuía clareza total antes de continuar a conversa com o desgraçado.
         “Claro que sei Tarik. Acha que devo lembrar-lhe que você pode ser preso?” Falei contendo a respiração e me controlando mentalmente. Não tive medo de manter minha posição e meus argumentos deixando-o perplexo para estabelecer os novos termos.
         Eu não podia ser intransigente ou irracional. Procurei a voz da razão, e ainda que muito distante, ela me ofereceu possibilidades para encerrar seus golpes baixos.
         Tarik, mesmo surpreso com minha postura, olhou-me aparentemente convencido de que ganharia aquela batalha.
         “Eu acho que nem todas as cartas estão na mesa Tay” disse com um meio sorriso. Repensei minhas próximas palavras temendo uma possível revelação ou simples blefe. O que esperar do infeliz?
         “Você pegou as fotos minhas e da Sally na sacada do Hotel. Eu paguei por elas. Seu papel era pegá-las do paparazzi e entregá-las a mim, desde o início você articulou isso, mas agora não me importo mais” desprezei seus trunfos contra mim.
         “Como não se importa?” Indagou e continuou: “Ashton, Sally, Ashley, tanta gente será prejudicada por sua insolência”. Comentou parcialmente admirado, porém sua aflição para me manter ao seu controle transparecia na forma apavorada com que mantinha sua chantagem, há exatamente um ano.
         “De novo esse lixo? Enfia tudo isso no seu cu cara, porque sinceramente, é o que significa para mim agora, porco filho da puta. Vá à imprensa e me exponha. Foda-se você e a mídia, foda-se simplesmente” falei empurrando-o para fora da minha suíte.
         Tarik virou sua face em minha direção e com um olhar vazio, forçou contra a porta que tentei bater em sua cara e sussurrou pausadamente:
         “Acha que isto é tudo?” ele indagou deixando-me temoroso e antes que pudesse pensar no que poderia ser, minhas mãos se colaram em seu pescoço forçando-o prazerosamente, eu queria esganá-lo naquele momento.
         Um segundo pensamento trouxe a razão de volta ocultando minha raiva por um momento, afinal, o que poderia ser pior do que ser chantageado e correr o risco de ver a mulher que eu amava nua em todos os sites de fofoca?
         Ao passo que refletia, tirei minhas mãos de seu pescoço deixando-o respirar novamente. Ele recuperou o ar e me encarou seguro.
         O tormento agora parecia cair sobre em porções dobradas e novamente certificava-me de que cada passo de Sally em direção à fama, afastava-a de mim.
         O sangue ferveu ainda mais em minha veia e temi perder o controle, porém eu estava a um passo de fazê-lo engolir sua chantagem responsável por tantos abandonos, mas haviam muitas facetas naquela situação e eu precisava refletir sobre elas cautelosamente.
         Ele colocou seus malditos pés empurrando a porta e falou seguro com a maldade estampada em seu rosto:
         “Acho que você deve ouvir o que tenho a dizer”. Disse entrando na suíte novamente.
         “Só sai porcaria da sua boca, então, não estou disposto a ouvir mais nada”.
         Dito isso, senti uma força interna e uma imensa vontade de esmurrar e colocar ele para fora aos pontapés, porém, eu precisa saber o que havia além de velha chantagem.
         “Seria trágico se além das fotos de vocês nus, as pessoas soubessem do seu cunhado violento” Tarik disse entrando dentro da suíte novamente.
         “O que? Nícolas?”
         “Você sabia que Nícolas é um delinquente juvenil? Ele espancou um garoto quase até a morte no colegial. Ele foi até preso”.
         “Isso não é problema meu, entenda isso de uma vez idiota, eu não ligo, não me importo, Okay? Porra! Chega disso, não vou mais mandá-lo sair, eu vou enfiar essa sua cara no seu cu, quer mesmo isso?”
         “Isso não é seu problema? Não é um problema seu que a mãe da Sally a tenha trocado por uma garrafa de álcool? Ou que seu querido pai tenha sido tão incompetente ao ponto de deixar um pedófilo que estuprou e matou uma criança de 2 anos livre da prisão? Tudo bem. Não é problema seu”.
         “Cala a boca!” Gritei fazendo-o se afastar e continuei com a respiração ofegante e possesso pela raiva: “Isso é mentira” Falei me aproximando ainda mais agressivo.
          “Que merda, Taylor, pode me enforcar o quanto quiser e até me matar, mas nada vai mudar, sabe por quê? Porque é a verdade” Sussurrou saindo das minhas mãos e caindo de joelhos ao chão.
Tarik tentava recuperar o fôlego para tentar disseminar suas chantagens e veneno que não mais cabiam em sua boca.
         “Cara? Eu só quero saber por que diabos você faz tudo isso? Esse não é seu trabalho, o que você quer de mim? Quer dinheiro? Quanto? Eu só quero nunca mais ter que olhar para essa sua cara fudida” Esbravejei.
         “Não é quanto e sim o que” respondeu aproximando-se.
         “Você é um tremendo filho da puta mesmo!” Falei ainda mais irritado com seu tom de deboche.
         “Você deve me achar um crápula, mas tudo que faço é por você” Ele disse aproximando-se mais e mais, enquanto eu rezava para controlar minha ira.
         “O que?” indaguei sem entender sua última declaração.
         “Eu faço isso porque eu odeio ver você com ela. Eu odeio como você fica um completo idiota apaixonado, prestes a se jogar na frente de um carro por ela, ou a ansiedade que fica quando fica muito longe, como ela se ela fosse uma droga. Você não entende porra?” Ele disse gaguejando.
         “Vá se ferrar Tarik! Como toda essa chantagem para me manter longe dela pode ser por mim?”
         “Eu gosto de você. Pode entender isso? Só peço que aceite meus sentimentos por você”.
         Tarik avançou em minha direção e empurrando-me contra a porta beijou-me inusitadamente. Seus lábios imprensaram o meus firmemente, forçado, apenas senti uma pressão indesejada e desconfortável, e antes que pudesse pensar, o impeli dando um soco de forma que ele apenas caiu debruçado no chão.
         Vendo-o inconsciente, ainda era difícil de acreditar no que havia acontecido ali, e embora uma parte da experiência que havia adquirido com o amor soubesse que amar nos faz capaz de tudo, ainda não conseguia compreender suas razões, ou talvez não quisesse acreditar naquilo tudo.
         Sai do quarto atordoado em direção ao banheiro. Uma ânsia embrulhou-me o estomago de tal forma que não contive a náuseas, e sai meio zonzo entre meu corpo esgotado da viagem e minha mente confusa, só uma coisa me vinha à mente, eu estava perdido.
         Aquela discussão naquele cenário representava um preço muito alto. Tarik permanecia no chão desacordado. Desesperado, obriguei-me a reelaborar uma estratégia para sair daquela situação de modo que Sally saísse menos destruída possível e embora deixá-la me obrigasse a quebrar minha promessa de nunca mais abandoná-la, eu precisava me afastar até achar uma saída.
         Muitas outras promessas seriam quebradas se Tarik revelasse não só nossas fotos na sacada do hotel, mas a vida se sua família que a incomodava tanto ao ponto de sequer querer compartilhá-la comigo.
         Tarik apenas havia disseminado mentiras, mas ele estava certo quanto ao número de pessoas que seriam atingidas, mas não era a imagem de Ashton ou Ashley que me preocuparam e sim a exposição que Sally sofreria se toda essa história viesse a público.
          Ela seria julgada em meias verdades e exageros da mídia, um trauma que talvez custasse sua carreira e o pior, afetaria sua vida e de sua família de uma forma cruel.
         Imagine todos os problemas da família de Sally expostas e a culpa que isso causaria aos seus pais, ao Nícolas, mas ela certamente seria a maior prejudicada, pois ela escolheu a fama e ao escolher isso muitos artistas se tornam escravos de uma boa imagem.
         Mágoa, sofrimento e danos irreparáveis a afetaria de tal forma que talvez nunca mais fosse à pessoa doce que era, eu não podia permitir isso, mesmo que custasse a minha felicidade, vê-la feliz era o que realmente importava para mim.
         Não era eu e Sally que seriamos expostos e sim toda sua família, e Tarik sabia o quanto eu zelava pela preservação da imagem, pela união, e esse tipo de desvios de conduta, exagerados por Tarik para dar mais ênfase ao meu desespero, fez-me temer ainda mais, afinal esses fatos fazem qualquer família ter sua estrutura abalada.
         Ela não suportaria essa exposição.
         Eu não queria que Sally lidasse com aquilo, não agora que estava em um momento de ascensão de sua carreira, de toda forma, o seu envolvimento no mundo da fama, foi por minha causa, pelo menos inicialmente, Sally esforçou-se para entrar no meu mundo, porém mal sabia ela que pior do que entrar, era sair ilesa dele.
          Eu estava disposto a nos sacrificar mais uma vez por isso, era o mais certo naquele momento, mas eu não fazia ideia do quanto aquilo iria me custar caro, ela nunca me perdoaria por esse abandono, eu faria mais uma vez o papel do cara confuso, mas como todo bom ator, o interpretaria com êxito, mas a vida não é um filme, o roteiro muda o tempo inteiro e novos elementos surgiam a todo o momento.
         As coisas ficaram mais claras depois que a homossexualidade de Tarik foi revelada, mas não foi justificada, pois o fato de ele ter esse sentimento e não ser correspondido, não dava direito a ele de condenar meu futuro com Sally.
         Se amar é um direito de todos e ser amado é privilégio de poucos, Sally podia até me odiar, mas eu a amava mais do que tudo e a todos, e Tarik infelizmente não poderia ser correspondido, porque eu não podia mudar o que eu que eu era.
         Talvez o destino quisesse assim, mas depois de ver sua crueldade e do que era capaz de fazer, eu estava obstinado a destruir as amarras que ele havia criado para me manter ao seu controle.
         Alguém havia passado informações a ele sobre a intimidade da família de Sally e eu precisava descobrir e analisar cada detalhe antes de tomar uma iniciativa para colocar fim ao pesadelo que estava vivendo.
         Eu já podia sentir a dor em meus ossos, era hora de dizer adeus mais uma vez, porém eu não podia olhar em seus olhos novamente, eu não suportaria vê-la chorar, eu não podia nem me despedir cara a cara, pois certamente fraquejaria.
         Lágrimas me encheram os olhos quando decidi que a deixaria, mas não havia nada que eu pudesse fazer, eu estava perdido e nada movia meus pensamentos senão uma forte dor de cabeça de tanto refletir em busca de uma saída, mas nada era capaz de me propor uma solução viável para todos os lados.
         Makena havia chegado horas depois com meus pais para acompanhar o primeiro dia das filmagens de Tracers, mas não a vi, pois quando desembarquei ao Hotel, só queria ter Sally em meus braços.
         Quando cheguei à Nova York, eu estava certo de que nunca mais ficaria longe dela por tanto tempo, notei o quanto a situação que nos envolvia era cruel.
         Movido por uma intenção de protegê-la, eu apenas afundava ainda mais em tantas mentiras e meias verdades que não eram nada além de ameaças, mas o que fazer quando é sua felicidade que está em jogo?
         Quando você analisa tudo que fez na vida, percebe o quanto seus erros foram necessários para formar o ser que é atualmente, mas nunca percebemos que os obstáculos nos preparam para a luta continua que é viver nesse mundo.
          Um mundo onde o individualismo é cultuado e o amor se arrasta para ocupar seu espaço, era assim que eu sentia, em uma guerra entre o amor e o orgulho, ou de certa forma, um pouco dos dois.
         Seus olhos azuis me vinham à mente fazendo-me ainda mais fraco, ela esperava minha volta em seu quarto, e seu perfume parecia querer me arrebatar até onde ela estava.
          Vê-la seria apenas intensificar ainda mais a dor que ela sentiria, contudo, nada se comparava ao flagelo que iria causar em meu coração ao partir o seu novamente.
         Pensamentos vêm e vão quando pensamos na forma menos trágica de dizer adeus, mas a despedida embora cruel é inevitável, e assim sendo, fugir de nós mesmo parece uma boa saída para abandonar quem sabemos que não podemos viver sem.
***         
POR SALLY

 Uma sensação estranha tomou-me por um momento. Taylor sumiu pelo corredor e meu coração parecia desesperado demais para uma simples conversa entre um agente e seu chefe,
         Ele o havia demitido? Falariam sobre as causas legais? Preferi nem pensar no desenrolar da conversa.
         Eu não conseguia pensar em nada, apenas no semblante agoniado do Taylor e de seu último olhar doloroso ao sair. Eu sentia que mais uma vez eu seria destruída, mas não sabia se dessa vez resistira.
         Coloquei a jaqueta e abri a porta me deparando com um serviçal do Hotel com o punho levantado, pronto para bater na porta. Ele me entregou um envelope. Era uma carta.
         Abri o envelope sentindo meu coração bater mais rápido enquanto um pressentimento ruim apertava meu peito.  A letra era dele, Taylor, a mesma caligrafia dos bilhetes, das músicas no CD.
         “Uma carta? Não fazia sentido. Por que Taylor me escreveria uma carta?” Notei certa umidade com um borrado de tinta de caneta no final e mesmo antes de ler a primeira palavra, questionamentos me vieram à mente.
         O que poderia haver ali que ele não poderia me dizer pessoalmente? Em um minuto estávamos juntos e no outro ele me enviava uma carta?       
         Confusa, meus olhos correram sobre as letras, cada vez mais descrentes enquanto lia:
        
         “Querida Sally. O que constrói um amor verdadeiro, não são os acertos, nem os momentos felizes que passamos juntos, mas sim, a resistência dele aos nossos erros e a superação dos momentos difíceis. Eu perdi a conta de quantas vezes ouvimos Coldplay juntos. Eu mesmo já cantei para você, mas agora, acho que essa será minha última música para você. Eu fui um tolo ao pensar que poderíamos ficar juntos. Mais uma vez mesmo levando você ao mais profundo tédio, repito, que eu não queria machucar você. Quando eu lhe dei uma chance, eu sabia do risco que lhe envolveria e por isso me culpo por tudo que você passou e pela terrível dor que vai sentir agora. Por favor, nunca duvide por um segundo que eu te amo. Mesmo que meus atos digam o contrário, eu faço tudo por você. Eu preciso te dizer adeus mais uma vez. Será a última vez meu amor, porque eu sei que você nunca vai me perdoar por isso. Saiba que eu irei me lembrar de você em cada dia de sol, em cada palavra de todas as poesias, e não importa o quanto lhe doa, acredite, dói mais em mim. Não me procure, porque eu não quero mais ver você. Tudo o que vivemos foi apenas um sonho bom e que eu nunca vou esquecer, mas nossa história, nosso amor, acaba aqui. Não somos mais nada. Me perdoe, mas i just got lost!”.

         A última palavra de sua carta havia sido coberta diversas vezes pela caneta e pela tinta fresca. Onde deveria estar assinado seu nome, havia apenas um borrão umedecido.
         Uma dor foi crescendo no peito, desacreditada em todas aquelas palavras. No primeiro momento pensei que a carta fosse apenas uma brincadeira.
         Ele só poderia estar brincando comigo, mas a dor ia me consumindo lentamente conforme tudo o que ele havia dito era interiorizado.
         Permaneci surpresa, e um pouco volúvel por alguns minutos, eu esperava que ele batesse a minha porta a qualquer momento e me dissesse que havia exagerado na brincadeira pedindo-me desculpas, mas ele não apareceu, deixando-me novamente sem nada.
          Minhas mãos suavam e lágrimas me cobriam a face. Tudo aquilo parecia ser demais para o meu coração, ele não podia me dizer adeus daquela forma, ele não poderia me abandonar mais uma vez, não depois de tudo.
         A sensação que tomava conta de mim fazia tremer cada músculo do meu corpo, era como se eu não fosse capaz sobreviver ao sentimento que se apossava do meu coração.
         Era cruel a forma como ele havia jogado tudo aquilo solto em cima de mim, cada palavra, cada revelação, a despedida medíocre, deixavam-me desacreditada que aquilo pudesse ser verdade, mas era.
         A dor mostrava que era real, eu a senti crescer tornando-se quase insuportável, eu iria explodir se eu não tivesse mais do que aqueles fragmentos do adeus mais desumano que já havia experimentado.
         O segundo momento, igualmente doloroso me fez chorar por mais uma vez ter acreditado nele, por ter sido tão idiota ao ponto de achar que ficaríamos juntos.
         Taylor havia sugado tudo de bom que aqueles momentos nos causariam e quando teríamos que enfrentar algo juntos, apenas dizia adeus.
         Covarde e confuso, o velho Taylor estava de volta e eu não queria voltar a vê-lo nunca mais. Ele estava certo em sua carta, naquele momento eu sabia de que nunca o perdoaria.
         Eu poderia tentar entender suas palavras, mas tudo soava como um enigma. Eu apenas lia e relia o pedaço de papel incrédula tornando meu psicológico abalado, aquilo me afetou fisicamente.
         Uma fraqueza e uma dor intensa tomou-me tão repentinamente que quase não fui capaz de me mover para chegar até a porta. Eu precisava de ajuda.
         Senti meu coração bater acelerado e meu corpo tremia, soando frio, apenas senti a fraqueza tomar a força que me mantinha em pé.
         Segui pelo corredor do Hotel quando avistei uma jovem que me parecia familiar, visualizei seu rosto, então minha vista escureceu e vi tudo se apagar lentamente. Senti medo, mas ao mesmo tempo um alívio por aquela dor ser amenizada, ainda que brevemente.
         “Você está bem?” ouvi uma voz longe quando acordava com o forte cheiro de álcool nas minhas narinas. 
         Eu não consegui responder, seu rosto tirava qualquer força que eu pudesse dispor para falar algo.
         “Um médico está a caminho, você consegue se levantar? Este é o seu quarto?” indagou olhando a porta entreaberta.
         “Sim, é este” respondi apoiando-me em seu corpo para me levantar. Ela me ajudou a entrar no meu quarto e auxiliando-me até a cama da minha suíte, olhou-me preocupada.
         “Deite-se aqui, beba um pouco de água” ela ofereceu olhando na porta aguardando a ajuda que estava a caminho.
         “O que aconteceu?” indaguei surpresa ignorando o obvio.
         “Você desmaiou”.
         “Obrigada por me ajudar”.
         “Não precisa agradecer, eu me chamo Makena”.
         “Eu sou Sally”.
         “Eu sou Makena” disse a menina.
         Tão deslumbrante quanto ele, Makena possuía um olhar intenso e brilhante, suas pequenas mãos entregaram seu nervosismo, ela sabia sobre nós.
         “Você parece uma Barbie de tão perfeita” seus lábios disseram quando fomos interrompidos pela chegada do médico enviado pelo hotel.
          Após me examinar, o médico diagnosticou uma queda de pressão e apenas recomendou que eu descansasse um pouco saindo em seguida.
         Makena permaneceu no quarto por alguns minutos, mas nada disse. Eu não toquei no nome do Taylor, nem com ela nem com ninguém por muito tempo.
         Provavelmente Makena estava no hotel junto com seus pais para apoiá-lo nas gravações de Tracers.

***
         Taylor não havia mais ligado para mim, nem eu para ele. Pelo menos ele estava ficando longe o que de certa forma me fazia bem.
Eu estava mais sensível do que o comum, mas pelo tombo que levei com aquela carta, eu segui firme, porém dar explicações sobre mais um fora não estava na lista de coisas que eu gostaria de fazer, esse era um caminho doloroso, ouvir sermões ou sentir pena por ser abandonada era difícil, preferi um atalho.
          Mesmo não relevando nada sobre nosso rompimento, Alexia percebeu que havia algo de errado em minha voz ao telefone e antes que pudesse pedir que não viesse à Nova York, ela batia na porta e trazia o loiro diabólico consigo.
         “Oi maninha!” disse entrando fazendo uma careta que me fez falta nas semanas que se passaram.
         “Oi”.
         “Como estão indo as gravações?” Perguntou Alexia dando-me um longo abraço e me puxando para o quarto.
         Nícolas seguiu até o frigobar como de costume. Sua fome insaciável estava alertando sobre a hora de alimentar o monstro que morava em seu estômago.
         Alexia estava diferente, embora sua preocupação comigo fosse evidente, mas havia algo mais.
         “O que houve Sally?”
         “Nada. Eu e o Taylor não damos certo”.
         “Por quê?”
         “Eu não sei Lexi, nem importa mais”.
         “Vocês se amam”.
         “Eu não o amo mais, sério. Eu superei”.
         “Quer falar sobre isso?”
         “Não. Eu não quero mais tocar no nome dele”
         “Tudo bem... Eu entendo”.
         “E as novidades?”. Indaguei vendo um sorriso em seu rosto.
         “Conheci alguém”.
         “Oh my God, me conte os detalhes”.
         “Você não vai acreditar Sally”.
         “Então me conta logo”.
         “Como você sabe, eu gravei aquele clip com Curtis Jackson”.
         “O cara do 50 cent ficou afim de você?”
         “Não... Não é ele, mas conheci uma pessoa lá, eu já conhecia, na verdade, ele era para mim como o Taylor era para você”.
         “Ah! Justin Timberlake? Eu me recuso a acreditar”.
         “Eu ainda não acredito, mas eu e ele nos beijamos”.
         “Seu primeiro beijo?”
         “Na verdade, meu primeiro beijo foi aquele selinho que Nicolas me deu no sofá”.
         “Esse foi sido mais intenso?”.
         “Foi. Eu senti coisas estranhas, foi o melhor momento da minha vida”.
         “Espero que você tenha mais sorte em se envolver com seu ídolo do que eu tive, porque se Justin Timberlake for tão confuso quanto o Taylor, melhor se afastar”.
         “Eu não sei. Foi inesperado. Não sei o que vai ser, mas saímos algumas vezes, cantamos juntos em um clip que será lançada em duas semanas”.
         “Isso será constrangedor para mim” brinquei.
         “Por quê?”
         “Nada. Lembrei de Mirrors. Esquece!”.
         “Mirrors está concorrendo ao Vídeo Music Awards”.
         “Espero que ganhe, mas vai ser difícil com Miley Cyrus, Swift, One Direction”.
         “Você também foi indicada Sally”.
         “Eu sei, mas nem pensei da minha performance ainda”.
         “Ele está concorrendo a melhor performance sem camisa”.
         “Eu sei, por isso não gostaria de ir à premiação, não quero vê-lo depois da carta amaldiçoada que ele me mandou”.
         “Ele terminou por carta?”
         “Sim... Parece que ele é das antigas”.
         “Nícolas e Robson estão virando Los Angeles de cabeça para baixo”.
         “Eu posso imaginá-los. Não deve haver um bar sequer que não tenham ido ainda”.
         “Ele saem o tempo todo. Nícolas está pior do que nunca. Eu sofri quando Rob chegou, eles sempre falando das conquistas do Nícolas na noite”.
         “Eu sinto muito e pode doer o que eu vou te dizer Aléxia, mas eu não sei se Nicolas vai mudar, às vezes penso que sim, mas ele logo consegue reduzir minhas esperanças ao pó”.
         “Sei... E as gravações?”
         “Está indo bem. Channing é incrível”.
         “E o contrato?”
         “Logo assumiremos o namoro publicitário”.
         “Quanto tempo de gravação?”
         “Dois meses e meio e já estamos finalizando, depois é só edição e volto a Los Angeles”.
         “Eu estou pirando sem você”.
         “Eu também Lexi, não vejo a hora de voltar”.
         “Promete que vai ao VMA? Estou ansiosa para ver a performance do Justin e ele vai ao Brasil alguns dias depois, me leva?” Alexia pediu fazendo biquinho.
         “Okay, você venceu. Irei por você porque me recuso a ver o índio novamente”.
         “Eu sei que você não quer falar dele, mas Nícolas e Rob vão com ele ao VMA e acho que estão tramando alguma coisa para a premiação”.
         “Santo Cristo, o Nícolas vai matar os fãs do Taylor do coração”.
         “Deita no meu colo que estou com saudades de te fazer cafuné”.
         “E eu de recebê-los”.
         Deitei no colo de Alexia e planejei diversas formas de evitar um encontro com Taylor no VMA. Eu não precisava de muito para me sentir melhor, apenas do colo amigo, das suas palavras de incentivo e eu necessitaria bem mais de Aléxia nas etapas que viriam.
         Meu coração partido estava lutando para curar as rachaduras pelo seu abandono e depois de muitos dias sem olhar a carta, finamente resolvi escutar a música grifada na última palavra da frase, era sua última música para mim, Lost, Coldplay, a trilha sonora do nosso amor.
         A música me dizia tudo e nada, eu não entendia o que ela tinha a ver com tudo que tinha acontecido, mas a mensagem da música eu entendi, ele estava perdido e de certa forma eu estava também.
         Movida por uma dor inerente que me perseguiu por dias, tentei ser forte o bastante para me deixar imune a tudo que eu sentia. Eu não poderia olhar em seus olhos novamente, não poderia ouvir sua voz, ou sentir seu cheiro, eu não queria nada que viesse dele, que me lembrasse de sua existência.
         Desejei dias de neve porque o calor lembrava-me de dos dias de sol que passamos juntos na Austrália e de alguma forma, tudo parecia ter sido apenas um sonho e o pesadelo estava de volta.
         Faltava pouco para terminar o filme, e a última coisa que eu queria era ter certeza de que Taylor nunca mais voltaria a minha vida. Andando pelo set, me perguntava quantos já haviam sentido aquela dor na cidade que nunca dorme. Pensei em quantas pessoas naquela cidade tão grande sentiam o mesmo que eu, ou quantos haviam sobrevivido, porque de certa forma, uma parte de mim morria a cada dia que sua lembrança me machucava.
         A raiva me enchia de uma forma que não sobrava espaço para nada, e a menos de 1 mês para terminar meu longa, eu estava pronta para o espetáculo da Broadway “Os miseráveis”, cantar poderia recompensar um pouco de todo o desconforto do meu coração partido.        Eu só não podia ouvir a voz do Chris Martin tão cedo, ela era a prova viva de que minhas ações para esquecê-lo estavam sendo quase diluídas junto com o desespero que fluía a cada vez que relembrava o conteúdo da carta.
         Minha mente associava as palavras escritas com o som de sua voz, elas saiam tortuosas e machucavam-me como se a ponta das letras tivessem superfícies cortantes.
         Por trás de cada palavra, embora me enchesse de raiva, era como se atrás dela ele houvesse escondido uma dor, uma tensão. Elas soavam lentas, hesitantes e calavam-se por um instante, mas naquele momento eram apenas palavras e dizeres tão óbvios que não me possibilitavam entender o sofrimento e a agonia expressada na insegurança e incerteza que ele sentia.
         Não sei se toda essa raiva é certa, mas de algum modo todas as lembranças boas já vividas tornaram-se apenas um pingo de tinta em uma imensa tela branca e nada preenchia o vazio do meu coração, senão a raiva pelo abandono do meu amado.
         Mantive-me ocupada durante o dia, mas quando a noite caía, a madrugada torva-se sombria porque eu não tinha o brilho dos seus olhos que outrora iluminava minha vida, o amor havia me dado tudo, palavras doces, abraços aconchegados, beijos calorosos e noites intensas e quando perdi isso, uma parte de mim se foi também.
         Olhando para trás não entendi como pude ser tão cega em não perceber os sinais de que as coisas não terminariam bem, tantas foram às vezes que notei em seus olhos uma doçura que saia áspera ao pronunciar as palavras em sua boca.
          Talvez fosse apenas mera falsidade cada palavra de amor que ele havia me dito, ou talvez minha busca insana por ser correspondida me fez ser mais iludida do que poderia ser.
         Eu já deveria ter me acostumado entre tantos adeus que saíram de sua boca e já deveria saber que desculpas eram instantâneas e que sua mente confusa daria lugar a mais angustia que levava a alegria de tudo.
         Mesmo o sol que antes me aquecia, era agora apenas uma lembrança do inconsequente amor que senti um dia, amor de verão, amor verdadeiro, amor de fã, a essa altura eu não sabia mais discernir, apenas deixei meu coração voar por cada lembrança antes de dizer adeus mentalmente.
         O que resta de um amor? Afinal, o que resta dos beijos que foram dados, das palavras doces, dos abraços apertados, das noites intensas? O que resta quando damos tudo que bom que tínhamos dentro de si e nada é capaz de trazer de volta nem um pequeno fragmento de alegria que antes existia no coração?
         As evidencias dos passos mal dados, apenas refletiam a consequência da decisão que eu tomei, eu escolhi me entregar, me comprometer, mas ele nunca me deu garantias.
         A culpa no final, era parcialmente minha, eu estava louca por tudo que ele podia me oferecer, fui embriaga pelo seu perfume, pelas frases impensadas que saíram de sua boca e por sua beleza singela que fazia com que cada ação sua fosse um sonho.
          Encontrei o amor, a dor e desilusão, e esta última era a que prevalecia a maior parte do tempo. Meu coração despedaçado era a prova de que não havia como sair ileso de um sentimento tão profundo.
         Odiei-me por tê-lo amado tanto. Odiei-me por dar a ele o que havia de melhor em mim, e do fundo do meu coração, seria capaz de esganá-lo por ter sido um tremendo filho da puta e ferrar a sinceridade e pureza que havia em mim.
         Esse amor bandido havia me roubado pela última vez, ele não poderia se aproximar de mim novamente, mas não podia parar somente nisso, não dava apenas para tentar esquecer as feridas que ele havia deixado, eu precisava bem mais que me curar, precisava feri-lo do mesmo modo.
         Uma sensibilidade maior que o normal tomava conta de mim, e a única coisa que eu queria era ver seu rosto molhado pelas lágrimas que eu havia chorado, eu o odiava com tanta ou maior intensidade que eu o havia amado.
         Havia algo de diferente em mim, tudo estava mais agudo, mais constante e embora a incógnita ainda perdurasse, meus dias eram movido a uma vontade inerente de encontrá-lo e fazê-lo engolir cada palavra que ele havia me dito até então.
         O percurso para minha recuperação estava sendo longo e difícil, mas a vida nem sempre acontece como esperamos, e mesmo traçando planos para serem seguidos, às vezes temos que mudar a rota.
          A vida segue seu curso, isso está muito além de nós, talvez ainda existisse uma parte muito importante do Taylor em meu interior, esse poderia ser o que me salvaria da ruína. Pior que um coração partido, só um coração rancoroso movido por um triste adeus. 


 
 
© Taylor Lautner Mania - 2014. Todos os direitos reservados.
Design por: Robson Tecnologia do Blogger