Queridos leitores, sei que tem sido uma barra ficar
tanto tempo sem a fic, mas fiquei de férias somente dia 12 de dezembro e
agradeço por esperarem porque valeu a pena para mim que tirei 10 no meu TCC
(Trabalho de Conclusão de Curso), meu projeto foi aprovado sem ressalvas.
Porém, a parte mais difícil é a monografia que já comecei porque nas férias
preciso adiantar. Estou sendo excessiva, mas gostaria de entendessem minhas
razões. Voltando a fic eu disponho hoje o momento decisivo da fic e peço
desculpas por tudo que aconteceu, às vezes achamos que sabemos tudo e Taylor
nos surpreende não é mesmo? É sempre mais fácil julgá-lo do que tentar entendê-lo.
Isso é a lei da vida e se aplica em casos da vida real. Leia o capítulo 66 Lost e não se esqueçam de comentar, por
favor, porque realmente preciso da opinião de vocês. Peço que compartilhem o
post que está na Page ou na minha linha do tempo para avisar a todos que leem
que o capítulo foi postado. Esse foi o capítulo mais difícil da minha vida e
talvez por isso tenha ficado preocupada em deixar tudo muito claro. Agradeço a
minha equipe por estar tão presente com este trabalho. Ao Robson Basílio pela
capa e trailer tão perfeitos para esse momento delicado da fic. Agradeço a
Aléxia Augusto (Também irei postar a fic/spin-off “O diário de Aléxia”).
Obrigada minha beta ninja Daiane Engler por respeitar essa fic a ponto de dar
tanto de si e por me ajudar a deixar tudo limpo e claro. Levamos isso muito a
sério e vocês sabem disso. Obriga a todos os leitores que ficaram perguntando
na ask, site, e-mail, Twitter, fan page, no chat do meu face pessoal e até por
torpedo no meu celular, o interesse de vocês é minha motivação. Peço que ao
acabar ler, ouçam a música tema. Boa leitura.
Capa: Robson Basílio.
Texto/Fic: @ValzinhaBarreto.
Beta: Daya Engler.
Música tema: Lost – Coldplay.
Personagens participantes:
Taylor Lautner e Sally Tedesco.
Personagens coadjuvantes:
Nícolas, Aléxia, Tarik Kanafani e Makena Lautner.
Trailer do capítulo:
POV TAYLOR
Eu ainda pude sentir o último vestígio do
perfume de Sally quando sai pelo corredor... Um aperto no peito me fez sentir
uma angustia infinita enquanto seguia os passos de Tarik até minha suíte.
Ele passou pela porta deixando-me ainda
mais tenso, eu poderia colocar fim a tudo aquilo naquele exato momento, mas em
todas as estratégias que criei em minha mente, nenhuma delas me levavam a uma
solução menos dolorosa.
Dizem que a verdade liberta, mas no meu
caso ela me aprisionava cada vez mais.
Tarik me observava ciente de que eu
havia chegado ao limite e embora toda a confusão que viria, eu não poderia mais
sustentar aquela situação, mas a mesma astúcia que o dava vantagens, seria a
mesma que o derrubaria.
Olhei em sua face e não pude controlar
a raiva que me consumiu a partir do momento que ele xingou a Sally, antes mesmo
que decidisse fazê-lo meus punhos cravaram-se em sua face fazendo-me desejar
dar muito mais.
Tarik correu com as mãos onde havia
levado o soco e tentou se levantar, porém atordoado e afoito, teve
dificuldades, talvez não esperasse por isso.
O maldito pôs-se de pés, mas antes que
proferisse qualquer um de seus discursos sujos, cerrei meus punhos e
aproximei-me ainda mais dele focando seu olhar vazio e humilhado pela agressão.
“Seu filho da puta, saia da minha
frente agora e nunca mais xingue Sally. Entendeu? Nunca mais!” Falei
empurrando-o contra parede. Ele fechou os olhos achando que eu o socaria
novamente.
Tarik se soltou da minha prensa na
parede e andou em círculos ao redor, como uma cobra prestes a dar o bote, ele
logo lançaria seu veneno.
“Nunca mais encoste em mim dessa forma
entendeu?” ele disse assustado.
“Jura? Vai tomar no cu! Eu encosto
agora mesmo, quem vai me impedir? Você? Covarde miserável!” Falei vendo-o
recuar dois passos para trás.
“O que? Mais que diabos? Preciso dizer
o que está em jogo aqui?” Ameaçou gesticulando com suas mãos trêmulas.
“Foda-se o que está em jogo. Você está
demitido. Desapareça!” Falei avançando em sua direção prestes a perder o
controle.
Tarik olhou-me com uma desenvoltura
maior que de costume. Infelizmente notei algo mais no ar e precisava saber o
que era antes de arriscar a imagem da Sally.
Eu já havia me deixado levar pelo
impulso. Quando escutei seu argumento estúpido e ofensivo, respirei fundo, eu
precisava ter certeza de que possuía clareza total antes de continuar a
conversa com o desgraçado.
“Claro que sei Tarik. Acha que devo
lembrar-lhe que você pode ser preso?” Falei contendo a respiração e me
controlando mentalmente. Não tive medo de manter minha posição e meus
argumentos deixando-o perplexo para estabelecer os novos termos.
Eu não podia ser intransigente ou
irracional. Procurei a voz da razão, e ainda que muito distante, ela me
ofereceu possibilidades para encerrar seus golpes baixos.
Tarik, mesmo surpreso com minha
postura, olhou-me aparentemente convencido de que ganharia aquela batalha.
“Eu acho que nem todas as cartas estão
na mesa Tay” disse com um meio sorriso. Repensei minhas próximas palavras
temendo uma possível revelação ou simples blefe. O que esperar do infeliz?
“Você pegou as fotos minhas e da Sally
na sacada do Hotel. Eu paguei por elas. Seu papel era pegá-las do paparazzi e entregá-las
a mim, desde o início você articulou isso, mas agora não me importo mais”
desprezei seus trunfos contra mim.
“Como não se importa?” Indagou e
continuou: “Ashton, Sally, Ashley, tanta gente será prejudicada por sua insolência”.
Comentou parcialmente admirado, porém sua aflição para me manter ao seu
controle transparecia na forma apavorada com que mantinha sua chantagem, há
exatamente um ano.
“De novo esse lixo? Enfia tudo isso no
seu cu cara, porque sinceramente, é o que significa para mim agora, porco filho
da puta. Vá à imprensa e me exponha. Foda-se você e a mídia, foda-se
simplesmente” falei empurrando-o para fora da minha suíte.
Tarik virou sua face em minha direção e
com um olhar vazio, forçou contra a porta que tentei bater em sua cara e
sussurrou pausadamente:
“Acha que isto é tudo?” ele indagou
deixando-me temoroso e antes que pudesse pensar no que poderia ser, minhas mãos
se colaram em seu pescoço forçando-o prazerosamente, eu queria esganá-lo
naquele momento.
Um segundo pensamento trouxe a razão de
volta ocultando minha raiva por um momento, afinal, o que poderia ser pior do
que ser chantageado e correr o risco de ver a mulher que eu amava nua em todos
os sites de fofoca?
Ao passo que refletia, tirei minhas
mãos de seu pescoço deixando-o respirar novamente. Ele recuperou o ar e me
encarou seguro.
O tormento agora parecia cair sobre em
porções dobradas e novamente certificava-me de que cada passo de Sally em
direção à fama, afastava-a de mim.
O sangue ferveu ainda mais em minha
veia e temi perder o controle, porém eu estava a um passo de fazê-lo engolir
sua chantagem responsável por tantos abandonos, mas haviam muitas facetas
naquela situação e eu precisava refletir sobre elas cautelosamente.
Ele colocou seus malditos pés
empurrando a porta e falou seguro com a maldade estampada em seu rosto:
“Acho que você deve ouvir o que tenho a
dizer”. Disse entrando na suíte novamente.
“Só sai porcaria da sua boca, então,
não estou disposto a ouvir mais nada”.
Dito isso, senti uma força interna e
uma imensa vontade de esmurrar e colocar ele para fora aos pontapés, porém, eu
precisa saber o que havia além de velha chantagem.
“Seria trágico se além das fotos de
vocês nus, as pessoas soubessem do seu cunhado violento” Tarik disse entrando
dentro da suíte novamente.
“O que? Nícolas?”
“Você sabia que Nícolas é um
delinquente juvenil? Ele espancou um garoto quase até a morte no colegial. Ele
foi até preso”.
“Isso não é problema meu, entenda isso
de uma vez idiota, eu não ligo, não me importo, Okay? Porra! Chega disso, não
vou mais mandá-lo sair, eu vou enfiar essa sua cara no seu cu, quer mesmo
isso?”
“Isso não é seu problema? Não é um
problema seu que a mãe da Sally a tenha trocado por uma garrafa de álcool? Ou
que seu querido pai tenha sido tão incompetente ao ponto de deixar um pedófilo
que estuprou e matou uma criança de 2 anos livre da prisão? Tudo bem. Não é
problema seu”.
“Cala a boca!” Gritei fazendo-o se
afastar e continuei com a respiração ofegante e possesso pela raiva: “Isso é
mentira” Falei me aproximando ainda mais agressivo.
“Que merda, Taylor, pode me enforcar o quanto
quiser e até me matar, mas nada vai mudar, sabe por quê? Porque é a verdade” Sussurrou
saindo das minhas mãos e caindo de joelhos ao chão.
Tarik tentava recuperar o fôlego para tentar disseminar
suas chantagens e veneno que não mais cabiam em sua boca.
“Cara? Eu só quero saber por que diabos
você faz tudo isso? Esse não é seu trabalho, o que você quer de mim? Quer
dinheiro? Quanto? Eu só quero nunca mais ter que olhar para essa sua cara
fudida” Esbravejei.
“Não é quanto e sim o que” respondeu
aproximando-se.
“Você é um tremendo filho da puta
mesmo!” Falei ainda mais irritado com seu tom de deboche.
“Você deve me achar um crápula, mas
tudo que faço é por você” Ele disse aproximando-se mais e mais, enquanto eu
rezava para controlar minha ira.
“O que?” indaguei sem entender sua
última declaração.
“Eu faço isso porque eu odeio ver você
com ela. Eu odeio como você fica um completo idiota apaixonado, prestes a se
jogar na frente de um carro por ela, ou a ansiedade que fica quando fica muito
longe, como ela se ela fosse uma droga. Você não entende porra?” Ele disse
gaguejando.
“Vá se ferrar Tarik! Como toda essa
chantagem para me manter longe dela pode ser por mim?”
“Eu gosto de você. Pode entender isso?
Só peço que aceite meus sentimentos por você”.
Tarik avançou em minha direção e
empurrando-me contra a porta beijou-me inusitadamente. Seus lábios imprensaram
o meus firmemente, forçado, apenas senti uma pressão indesejada e desconfortável,
e antes que pudesse pensar, o impeli dando um soco de forma que ele apenas caiu
debruçado no chão.
Vendo-o inconsciente, ainda era difícil
de acreditar no que havia acontecido ali, e embora uma parte da experiência que
havia adquirido com o amor soubesse que amar nos faz capaz de tudo, ainda não
conseguia compreender suas razões, ou talvez não quisesse acreditar naquilo
tudo.
Sai do quarto atordoado em direção ao
banheiro. Uma ânsia embrulhou-me o estomago de tal forma que não contive a
náuseas, e sai meio zonzo entre meu corpo esgotado da viagem e minha mente
confusa, só uma coisa me vinha à mente, eu estava perdido.
Aquela discussão naquele cenário representava
um preço muito alto. Tarik permanecia no chão desacordado. Desesperado,
obriguei-me a reelaborar uma estratégia para sair daquela situação de modo que Sally
saísse menos destruída possível e embora deixá-la me obrigasse a quebrar minha
promessa de nunca mais abandoná-la, eu precisava me afastar até achar uma
saída.
Muitas outras promessas seriam
quebradas se Tarik revelasse não só nossas fotos na sacada do hotel, mas a vida
se sua família que a incomodava tanto ao ponto de sequer querer compartilhá-la
comigo.
Tarik apenas havia disseminado
mentiras, mas ele estava certo quanto ao número de pessoas que seriam
atingidas, mas não era a imagem de Ashton ou Ashley que me preocuparam e sim a
exposição que Sally sofreria se toda essa história viesse a público.
Ela seria julgada em meias verdades e exageros
da mídia, um trauma que talvez custasse sua carreira e o pior, afetaria sua
vida e de sua família de uma forma cruel.
Imagine todos os problemas da família
de Sally expostas e a culpa que isso causaria aos seus pais, ao Nícolas, mas
ela certamente seria a maior prejudicada, pois ela escolheu a fama e ao
escolher isso muitos artistas se tornam escravos de uma boa imagem.
Mágoa, sofrimento e danos irreparáveis
a afetaria de tal forma que talvez nunca mais fosse à pessoa doce que era, eu
não podia permitir isso, mesmo que custasse a minha felicidade, vê-la feliz era
o que realmente importava para mim.
Não era eu e Sally que seriamos
expostos e sim toda sua família, e Tarik sabia o quanto eu zelava pela
preservação da imagem, pela união, e esse tipo de desvios de conduta,
exagerados por Tarik para dar mais ênfase ao meu desespero, fez-me temer ainda
mais, afinal esses fatos fazem qualquer família ter sua estrutura abalada.
Ela não suportaria essa exposição.
Eu não queria que Sally lidasse com
aquilo, não agora que estava em um momento de ascensão de sua carreira, de toda
forma, o seu envolvimento no mundo da fama, foi por minha causa, pelo menos
inicialmente, Sally esforçou-se para entrar no meu mundo, porém mal sabia ela que
pior do que entrar, era sair ilesa dele.
Eu estava disposto a nos sacrificar mais uma
vez por isso, era o mais certo naquele momento, mas eu não fazia ideia do
quanto aquilo iria me custar caro, ela nunca me perdoaria por esse abandono, eu
faria mais uma vez o papel do cara confuso, mas como todo bom ator, o
interpretaria com êxito, mas a vida não é um filme, o roteiro muda o tempo
inteiro e novos elementos surgiam a todo o momento.
As coisas ficaram mais claras depois
que a homossexualidade de Tarik foi revelada, mas não foi justificada, pois o
fato de ele ter esse sentimento e não ser correspondido, não dava direito a ele
de condenar meu futuro com Sally.
Se amar é um direito de todos e ser
amado é privilégio de poucos, Sally podia até me odiar, mas eu a amava mais do
que tudo e a todos, e Tarik infelizmente não poderia ser correspondido, porque
eu não podia mudar o que eu que eu era.
Talvez o destino quisesse assim, mas
depois de ver sua crueldade e do que era capaz de fazer, eu estava obstinado a
destruir as amarras que ele havia criado para me manter ao seu controle.
Alguém havia passado informações a ele
sobre a intimidade da família de Sally e eu precisava descobrir e analisar cada
detalhe antes de tomar uma iniciativa para colocar fim ao pesadelo que estava
vivendo.
Eu já podia sentir a dor em meus ossos,
era hora de dizer adeus mais uma vez, porém eu não podia olhar em seus olhos
novamente, eu não suportaria vê-la chorar, eu não podia nem me despedir cara a
cara, pois certamente fraquejaria.
Lágrimas me encheram os olhos quando
decidi que a deixaria, mas não havia nada que eu pudesse fazer, eu estava
perdido e nada movia meus pensamentos senão uma forte dor de cabeça de tanto
refletir em busca de uma saída, mas nada era capaz de me propor uma solução
viável para todos os lados.
Makena havia chegado horas depois com
meus pais para acompanhar o primeiro dia das filmagens de Tracers, mas não a
vi, pois quando desembarquei ao Hotel, só queria ter Sally em meus braços.
Quando cheguei à Nova York, eu estava
certo de que nunca mais ficaria longe dela por tanto tempo, notei o quanto a
situação que nos envolvia era cruel.
Movido por uma intenção de protegê-la,
eu apenas afundava ainda mais em tantas mentiras e meias verdades que não eram
nada além de ameaças, mas o que fazer quando é sua felicidade que está em jogo?
Quando você analisa tudo que fez na
vida, percebe o quanto seus erros foram necessários para formar o ser que é
atualmente, mas nunca percebemos que os obstáculos nos preparam para a luta
continua que é viver nesse mundo.
Um mundo onde o individualismo é cultuado e o
amor se arrasta para ocupar seu espaço, era assim que eu sentia, em uma guerra
entre o amor e o orgulho, ou de certa forma, um pouco dos dois.
Seus olhos azuis me vinham à mente
fazendo-me ainda mais fraco, ela esperava minha volta em seu quarto, e seu
perfume parecia querer me arrebatar até onde ela estava.
Vê-la seria apenas intensificar ainda mais a
dor que ela sentiria, contudo, nada se comparava ao flagelo que iria causar em
meu coração ao partir o seu novamente.
Pensamentos vêm e vão quando pensamos
na forma menos trágica de dizer adeus, mas a despedida embora cruel é
inevitável, e assim sendo, fugir de nós mesmo parece uma boa saída para
abandonar quem sabemos que não podemos viver sem.
***
POR SALLY
Uma sensação
estranha tomou-me por um momento. Taylor sumiu pelo corredor e meu coração
parecia desesperado demais para uma simples conversa entre um agente e seu
chefe,
Ele o havia demitido? Falariam sobre as
causas legais? Preferi nem pensar no desenrolar da conversa.
Eu não conseguia pensar em nada, apenas
no semblante agoniado do Taylor e de seu último olhar doloroso ao sair. Eu
sentia que mais uma vez eu seria destruída, mas não sabia se dessa vez
resistira.
Coloquei a jaqueta e abri a porta me deparando
com um serviçal do Hotel com o punho levantado, pronto para bater na porta. Ele
me entregou um envelope. Era uma carta.
Abri o envelope sentindo meu coração
bater mais rápido enquanto um pressentimento ruim apertava meu peito. A letra era dele, Taylor, a mesma caligrafia
dos bilhetes, das músicas no CD.
“Uma
carta? Não fazia sentido. Por que Taylor me escreveria uma carta?” Notei
certa umidade com um borrado de tinta de caneta no final e mesmo antes de ler a
primeira palavra, questionamentos me vieram à mente.
O que poderia haver ali que ele não
poderia me dizer pessoalmente? Em um minuto estávamos juntos e no outro ele me
enviava uma carta?
Confusa, meus olhos correram sobre as
letras, cada vez mais descrentes enquanto lia:
“Querida Sally. O que constrói um amor
verdadeiro, não são os acertos, nem os momentos felizes que passamos juntos,
mas sim, a resistência dele aos nossos erros e a superação dos momentos
difíceis. Eu perdi a conta de quantas vezes ouvimos Coldplay juntos. Eu mesmo
já cantei para você, mas agora, acho que essa será minha última música para
você. Eu fui um tolo ao pensar que poderíamos ficar juntos. Mais uma vez mesmo
levando você ao mais profundo tédio, repito, que eu não queria machucar você.
Quando eu lhe dei uma chance, eu sabia do risco que lhe envolveria e por isso
me culpo por tudo que você passou e pela terrível dor que vai sentir agora. Por
favor, nunca duvide por um segundo que eu te amo. Mesmo que meus atos digam o
contrário, eu faço tudo por você. Eu preciso te dizer adeus mais uma vez. Será
a última vez meu amor, porque eu sei que você nunca vai me perdoar por isso.
Saiba que eu irei me lembrar de você em cada dia de sol, em cada palavra de
todas as poesias, e não importa o quanto lhe doa, acredite, dói mais em mim.
Não me procure, porque eu não quero mais ver você. Tudo o que vivemos foi
apenas um sonho bom e que eu nunca vou esquecer, mas nossa história, nosso
amor, acaba aqui. Não somos mais nada. Me perdoe, mas i just got lost!”.
A última palavra de sua carta havia
sido coberta diversas vezes pela caneta e pela tinta fresca. Onde deveria estar
assinado seu nome, havia apenas um borrão umedecido.
Uma dor foi crescendo no peito,
desacreditada em todas aquelas palavras. No primeiro momento pensei que a carta
fosse apenas uma brincadeira.
Ele só poderia estar brincando comigo,
mas a dor ia me consumindo lentamente conforme tudo o que ele havia dito era
interiorizado.
Permaneci surpresa, e um pouco volúvel
por alguns minutos, eu esperava que ele batesse a minha porta a qualquer
momento e me dissesse que havia exagerado na brincadeira pedindo-me desculpas,
mas ele não apareceu, deixando-me novamente sem nada.
Minhas mãos suavam e lágrimas me cobriam a
face. Tudo aquilo parecia ser demais para o meu coração, ele não podia me dizer
adeus daquela forma, ele não poderia me abandonar mais uma vez, não depois de
tudo.
A sensação que tomava conta de mim
fazia tremer cada músculo do meu corpo, era como se eu não fosse capaz
sobreviver ao sentimento que se apossava do meu coração.
Era cruel a forma como ele havia jogado
tudo aquilo solto em cima de mim, cada palavra, cada revelação, a despedida
medíocre, deixavam-me desacreditada que aquilo pudesse ser verdade, mas era.
A dor mostrava que era real, eu a senti
crescer tornando-se quase insuportável, eu iria explodir se eu não tivesse mais
do que aqueles fragmentos do adeus mais desumano que já havia experimentado.
O segundo momento, igualmente doloroso
me fez chorar por mais uma vez ter acreditado nele, por ter sido tão idiota ao
ponto de achar que ficaríamos juntos.
Taylor
havia sugado tudo de bom que aqueles momentos nos causariam e quando teríamos
que enfrentar algo juntos, apenas dizia adeus.
Covarde
e confuso, o velho Taylor estava de volta e eu não queria voltar a vê-lo nunca
mais. Ele estava certo em sua carta, naquele momento eu sabia de que nunca o
perdoaria.
Eu poderia tentar entender suas
palavras, mas tudo soava como um enigma. Eu apenas lia e relia o pedaço de
papel incrédula tornando meu psicológico abalado, aquilo me afetou fisicamente.
Uma fraqueza e uma dor intensa tomou-me
tão repentinamente que quase não fui capaz de me mover para chegar até a porta.
Eu precisava de ajuda.
Senti meu coração bater acelerado e meu
corpo tremia, soando frio, apenas senti a fraqueza tomar a força que me
mantinha em pé.
Segui pelo corredor do Hotel quando
avistei uma jovem que me parecia familiar, visualizei seu rosto, então minha
vista escureceu e vi tudo se apagar lentamente. Senti medo, mas ao mesmo tempo
um alívio por aquela dor ser amenizada, ainda que brevemente.
“Você está bem?” ouvi uma voz longe
quando acordava com o forte cheiro de álcool nas minhas narinas.
Eu não consegui responder, seu rosto
tirava qualquer força que eu pudesse dispor para falar algo.
“Um médico está a caminho, você
consegue se levantar? Este é o seu quarto?” indagou olhando a porta
entreaberta.
“Sim, é este” respondi apoiando-me em
seu corpo para me levantar. Ela me ajudou a entrar no meu quarto e
auxiliando-me até a cama da minha suíte, olhou-me preocupada.
“Deite-se aqui, beba um pouco de água”
ela ofereceu olhando na porta aguardando a ajuda que estava a caminho.
“O que aconteceu?” indaguei surpresa
ignorando o obvio.
“Você desmaiou”.
“Obrigada por me ajudar”.
“Não precisa agradecer, eu me chamo
Makena”.
“Eu sou Sally”.
“Eu sou Makena” disse a menina.
Tão deslumbrante quanto ele, Makena
possuía um olhar intenso e brilhante, suas pequenas mãos entregaram seu nervosismo,
ela sabia sobre nós.
“Você parece uma Barbie de tão
perfeita” seus lábios disseram quando fomos interrompidos pela chegada do
médico enviado pelo hotel.
Após me examinar, o médico diagnosticou uma
queda de pressão e apenas recomendou que eu descansasse um pouco saindo em
seguida.
Makena permaneceu no quarto por alguns
minutos, mas nada disse. Eu não toquei no nome do Taylor, nem com ela nem com
ninguém por muito tempo.
Provavelmente Makena estava no hotel
junto com seus pais para apoiá-lo nas gravações de Tracers.
***
Taylor não havia mais ligado para mim,
nem eu para ele. Pelo menos ele estava ficando longe o que de certa forma me
fazia bem.
Eu estava mais sensível do que o comum, mas pelo tombo
que levei com aquela carta, eu segui firme, porém dar explicações sobre mais um
fora não estava na lista de coisas que eu gostaria de fazer, esse era um
caminho doloroso, ouvir sermões ou sentir pena por ser abandonada era difícil,
preferi um atalho.
Mesmo não relevando nada sobre nosso rompimento,
Alexia percebeu que havia algo de errado em minha voz ao telefone e antes que
pudesse pedir que não viesse à Nova York, ela batia na porta e trazia o loiro
diabólico consigo.
“Oi maninha!” disse entrando fazendo
uma careta que me fez falta nas semanas que se passaram.
“Oi”.
“Como estão indo as gravações?”
Perguntou Alexia dando-me um longo abraço e me puxando para o quarto.
Nícolas seguiu até o frigobar como de
costume. Sua fome insaciável estava alertando sobre a hora de alimentar o
monstro que morava em seu estômago.
Alexia estava diferente, embora sua
preocupação comigo fosse evidente, mas havia algo mais.
“O que houve Sally?”
“Nada. Eu e o Taylor não damos certo”.
“Por quê?”
“Eu não sei Lexi, nem importa mais”.
“Vocês se amam”.
“Eu não o amo mais, sério. Eu superei”.
“Quer falar sobre isso?”
“Não. Eu não quero mais tocar no nome
dele”
“Tudo bem... Eu entendo”.
“E as novidades?”. Indaguei vendo um
sorriso em seu rosto.
“Conheci alguém”.
“Oh my God, me conte os detalhes”.
“Você não vai acreditar Sally”.
“Então me conta logo”.
“Como você sabe, eu gravei aquele clip
com Curtis Jackson”.
“O cara do 50 cent ficou afim de você?”
“Não... Não é ele, mas conheci uma
pessoa lá, eu já conhecia, na verdade, ele era para mim como o Taylor era para
você”.
“Ah! Justin Timberlake? Eu me recuso a
acreditar”.
“Eu ainda não acredito, mas eu e ele
nos beijamos”.
“Seu primeiro beijo?”
“Na verdade, meu primeiro beijo foi
aquele selinho que Nicolas me deu no sofá”.
“Esse foi sido mais intenso?”.
“Foi. Eu senti coisas estranhas, foi o
melhor momento da minha vida”.
“Espero que você tenha mais sorte em se
envolver com seu ídolo do que eu tive, porque se Justin Timberlake for tão
confuso quanto o Taylor, melhor se afastar”.
“Eu não sei. Foi inesperado. Não sei o
que vai ser, mas saímos algumas vezes, cantamos juntos em um clip que será
lançada em duas semanas”.
“Isso será constrangedor para mim” brinquei.
“Por quê?”
“Nada. Lembrei de Mirrors. Esquece!”.
“Mirrors está concorrendo ao Vídeo Music
Awards”.
“Espero que ganhe, mas vai ser difícil
com Miley Cyrus, Swift, One Direction”.
“Você também foi indicada Sally”.
“Eu sei, mas nem pensei da minha
performance ainda”.
“Ele está concorrendo a melhor
performance sem camisa”.
“Eu sei, por isso não gostaria de ir à
premiação, não quero vê-lo depois da carta amaldiçoada que ele me mandou”.
“Ele terminou por carta?”
“Sim... Parece que ele é das antigas”.
“Nícolas e Robson estão virando Los
Angeles de cabeça para baixo”.
“Eu posso imaginá-los. Não deve haver
um bar sequer que não tenham ido ainda”.
“Ele saem o tempo todo. Nícolas está
pior do que nunca. Eu sofri quando Rob chegou, eles sempre falando das
conquistas do Nícolas na noite”.
“Eu sinto muito e pode doer o que eu
vou te dizer Aléxia, mas eu não sei se Nicolas vai mudar, às vezes penso que
sim, mas ele logo consegue reduzir minhas esperanças ao pó”.
“Sei... E as gravações?”
“Está indo bem. Channing é incrível”.
“E o contrato?”
“Logo assumiremos o namoro
publicitário”.
“Quanto tempo de gravação?”
“Dois meses e meio e já estamos
finalizando, depois é só edição e volto a Los Angeles”.
“Eu estou pirando sem você”.
“Eu também Lexi, não vejo a hora de
voltar”.
“Promete que vai ao VMA? Estou ansiosa
para ver a performance do Justin e ele vai ao Brasil alguns dias depois, me
leva?” Alexia pediu fazendo biquinho.
“Okay, você venceu. Irei por você
porque me recuso a ver o índio novamente”.
“Eu sei que você não quer falar dele,
mas Nícolas e Rob vão com ele ao VMA e acho que estão tramando alguma coisa
para a premiação”.
“Santo Cristo, o Nícolas vai matar os
fãs do Taylor do coração”.
“Deita no meu colo que estou com
saudades de te fazer cafuné”.
“E eu de recebê-los”.
Deitei no colo de Alexia e planejei
diversas formas de evitar um encontro com Taylor no VMA. Eu não precisava de
muito para me sentir melhor, apenas do colo amigo, das suas palavras de
incentivo e eu necessitaria bem mais de Aléxia nas etapas que viriam.
Meu coração partido estava lutando para
curar as rachaduras pelo seu abandono e depois de muitos dias sem olhar a
carta, finamente resolvi escutar a música grifada na última palavra da frase,
era sua última música para mim, Lost, Coldplay, a trilha sonora do nosso amor.
A música me dizia tudo e nada, eu não
entendia o que ela tinha a ver com tudo que tinha acontecido, mas a mensagem da
música eu entendi, ele estava perdido e de certa forma eu estava também.
Movida por uma dor inerente que me
perseguiu por dias, tentei ser forte o bastante para me deixar imune a tudo que
eu sentia. Eu não poderia olhar em seus olhos novamente, não poderia ouvir sua
voz, ou sentir seu cheiro, eu não queria nada que viesse dele, que me lembrasse
de sua existência.
Desejei dias de neve porque o calor
lembrava-me de dos dias de sol que passamos juntos na Austrália e de alguma
forma, tudo parecia ter sido apenas um sonho e o pesadelo estava de volta.
Faltava pouco para terminar o filme, e
a última coisa que eu queria era ter certeza de que Taylor nunca mais voltaria
a minha vida. Andando pelo set, me
perguntava quantos já haviam sentido aquela dor na cidade que nunca dorme.
Pensei em quantas pessoas naquela cidade tão grande sentiam o mesmo que eu, ou
quantos haviam sobrevivido, porque de certa forma, uma parte de mim morria a
cada dia que sua lembrança me machucava.
A raiva me enchia de uma forma que não
sobrava espaço para nada, e a menos de 1 mês para terminar meu longa, eu estava
pronta para o espetáculo da Broadway “Os miseráveis”, cantar poderia
recompensar um pouco de todo o desconforto do meu coração partido. Eu só não podia ouvir a voz do Chris Martin
tão cedo, ela era a prova viva de que minhas ações para esquecê-lo estavam
sendo quase diluídas junto com o desespero que fluía a cada vez que relembrava
o conteúdo da carta.
Minha mente associava as palavras
escritas com o som de sua voz, elas saiam tortuosas e machucavam-me como se a
ponta das letras tivessem superfícies cortantes.
Por trás de cada palavra, embora me
enchesse de raiva, era como se atrás dela ele houvesse escondido uma dor, uma
tensão. Elas soavam lentas, hesitantes e calavam-se por um instante, mas naquele
momento eram apenas palavras e dizeres tão óbvios que não me possibilitavam
entender o sofrimento e a agonia expressada na insegurança e incerteza que ele
sentia.
Não
sei se toda essa raiva é certa, mas de algum modo todas as lembranças boas já
vividas tornaram-se apenas um pingo de tinta em uma imensa tela branca e nada
preenchia o vazio do meu coração, senão a raiva pelo abandono do meu amado.
Mantive-me
ocupada durante o dia, mas quando a noite caía, a madrugada torva-se sombria
porque eu não tinha o brilho dos seus olhos que outrora iluminava minha vida, o
amor havia me dado tudo, palavras doces, abraços aconchegados, beijos calorosos
e noites intensas e quando perdi isso, uma parte de mim se foi também.
Olhando
para trás não entendi como pude ser tão cega em não perceber os sinais de que
as coisas não terminariam bem, tantas foram às vezes que notei em seus olhos
uma doçura que saia áspera ao pronunciar as palavras em sua boca.
Talvez fosse apenas mera falsidade cada palavra
de amor que ele havia me dito, ou talvez minha busca insana por ser
correspondida me fez ser mais iludida do que poderia ser.
Eu
já deveria ter me acostumado entre tantos adeus que saíram de sua boca e já
deveria saber que desculpas eram instantâneas e que sua mente confusa daria
lugar a mais angustia que levava a alegria de tudo.
Mesmo
o sol que antes me aquecia, era agora apenas uma lembrança do inconsequente
amor que senti um dia, amor de verão, amor verdadeiro, amor de fã, a essa
altura eu não sabia mais discernir, apenas deixei meu coração voar por cada
lembrança antes de dizer adeus mentalmente.
O
que resta de um amor? Afinal, o que resta dos beijos que foram dados, das
palavras doces, dos abraços apertados, das noites intensas? O que resta quando
damos tudo que bom que tínhamos dentro de si e nada é capaz de trazer de volta
nem um pequeno fragmento de alegria que antes existia no coração?
As
evidencias dos passos mal dados, apenas refletiam a consequência da decisão que
eu tomei, eu escolhi me entregar, me comprometer, mas ele nunca me deu
garantias.
A
culpa no final, era parcialmente minha, eu estava louca por tudo que ele podia
me oferecer, fui embriaga pelo seu perfume, pelas frases impensadas que saíram
de sua boca e por sua beleza singela que fazia com que cada ação sua fosse um
sonho.
Encontrei o amor, a dor e desilusão, e esta
última era a que prevalecia a maior parte do tempo. Meu coração despedaçado era
a prova de que não havia como sair ileso de um sentimento tão profundo.
Odiei-me
por tê-lo amado tanto. Odiei-me por dar a ele o que havia de melhor em mim, e
do fundo do meu coração, seria capaz de esganá-lo por ter sido um tremendo
filho da puta e ferrar a sinceridade e pureza que havia em mim.
Esse
amor bandido havia me roubado pela última vez, ele não poderia se aproximar de
mim novamente, mas não podia parar somente nisso, não dava apenas para tentar
esquecer as feridas que ele havia deixado, eu precisava bem mais que me curar,
precisava feri-lo do mesmo modo.
Uma
sensibilidade maior que o normal tomava conta de mim, e a única coisa que eu
queria era ver seu rosto molhado pelas lágrimas que eu havia chorado, eu o
odiava com tanta ou maior intensidade que eu o havia amado.
Havia
algo de diferente em mim, tudo estava mais agudo, mais constante e embora a
incógnita ainda perdurasse, meus dias eram movido a uma vontade inerente de
encontrá-lo e fazê-lo engolir cada palavra que ele havia me dito até então.
O
percurso para minha recuperação estava sendo longo e difícil, mas a vida nem
sempre acontece como esperamos, e mesmo traçando planos para serem seguidos, às
vezes temos que mudar a rota.
A vida segue seu curso, isso está muito além
de nós, talvez ainda existisse uma parte muito importante do Taylor em meu
interior, esse poderia ser o que me salvaria da ruína. Pior que um coração
partido, só um coração rancoroso movido por um triste adeus.