A revista Variety publicou uma crítica de cinema ao filme TRACERS e dessa vez o alvo não foi
apenas o filme ou Taylor Lautner, o crítico comentou a ausência dos fãs nos
cinemas e afirma que nós fãs não colaboramos o suficiente para alavancar a
carreira do Taylor.
Para quem acha que
assistir Tracers online não prejudica o Taylor e promete ir aos cinemas ver de
novo, a desculpa não cola, porque é óbvio que bate o desinteresse.
Sabemos que o filme
demora ser lançado no país e sua exibição continua duvidosa, mas nada justifica
o apoio real que devemos dar ao ver o filme no cinema! Confiram a tradução por
Joyce Cruz:
CRÍTICA VARIETY [TRADUÇÃO]
Um
enredo mais que ultrapassado de um *Filme B proporciona uma injeção de alta adrenalina
através de um grupo de adolescentes praticantes do parkour que usam suas
habilidades para a prática de grandes assaltos
Pulando
através de janelas envidraçadas e deslizando escadas abaixo, Taylor Lautner e sua
trupe do parkour trazem de volta um estilo de roubo já ultrapassado que é
praticado em alta velocidade, desafiando a lei da gravidade de forma
pretensiosa em “Tracers”, um projeto que nos mostra de forma desorganizada tudo
sobre esportes e corridas, saltos e duplas cambalhotas.
O
roteiro pode até ser tão ultrapassado quanto aqueles ladrões antigos que se
esgueiravam nos telhados usando uma gola rolê e máscaras nos olhos, mas, ainda
assim, vale muito a pena assistir às acrobacias dos atores, considerando que muitas
delas foram feitas pelo próprio Lautner.
Após
o lançamento de “Sem Saída”, em 2011, e de Lautner conseguir usar o seu poder para
atrair seu público para assistir a um filme de gosto duvidoso, o lançamento de Tracers
em “on demand” (disponível em TV a cabo, mediante pagamento) pode ter sido o
último brilho da estrela da Saga.
Talvez a super
exposição, sendo esta a única razão para que ele permanecesse por pouco tempo
na lista VIP das celebridades mundiais, parece ser a questão.
Embora
as fãs do “Team Jacob” financiassem toda a estrutura para que os produtores de
“Crepúsculo” pudessem relançar seu papel nas sequências da Saga, elas não colaboraram
o suficiente de forma a alavancar a carreira do lobisomen adolescente, uma vez
que as coestrelas Robert Pattinson e Kristen Stewart (que acabou de ganhar um
Cesar) se tornaram figurinhas fáceis em Cannes.
Filmado nas Ruas de
Nova York no verão de 2013, o filme de ação do diretor Daniel Benmayor curiosamente
demorou a chegar à telonas, porém, o romance que ultrapassou os limites da tela
de cinema dos dois protagonistas – Lautner e Marie Avgeropoulos – acabou vindo
à tona antes de finalmente estrear na França, com exibição exclusiva da DirecTV
e semanas depois de a produtora de filmes domésticos, Saban, lançá-lo nos
cinemas.
Se um bom marketing
foi feito (sem realizar a pequena façanha em relação à relativa inexperiência na
distribuição do filme de Hillary Swank chamado “Dívida de Honra), não há razão
para que esse Tracers não ultrapasse os 20 milhões de dólares faturados com o
filme da Sony, “Perigo por encomenda”.
Seguindo os mesmos
moldes do Filme B, “Tracers” conta a história de um audacioso mensageiro
ciclista chamado Cam (Lautner) que depende de sua capacidade, esperteza e agilidade
para driblar um grupo de criminosos fortemente armados.
Após esbarrar com uma
“traceur” (assim que os praticantes de parkour são chamados) que acaba atrapalhando
uma de suas entregas, deixando a bicicleta do mensageiro totalmente destruída,
ele não consegue pensar em outra coisa – senão os 15.000 dólares que ele
inexplicavelmente deve ao cruel chefe da máfia de Chinatown – Cam, então, procura
pela garota com a qual ele esbarrou na rua.
Quando Cam consegue
encontrá-la, a quase selvagem Nikki (Avgeropoulos) corre para um dos guindastes,
atravessa o telhado de um estacionamento e desaparece no ar – o tipo de
demonstração tipicamente limitado aos movimentos de dança de rua e musicais de
escola, certos de deixar qualquer cara apaixonado. Um órfão que não tem lembrança alguma de seus
pais, porém, na tentativa de manter o carro velho deixado pelo seu pai, Cam
esquece suas dívidas e se concentra em aprender o parkour. Olhando por esse
lado, Lautner faz sempre a mesma coisa, realizando movimentos que poucos atores
na sua idade seriam capazes – o que meio que compensa a falta de expressão que
ele demonstra nas cenas em que precisa mostrar emoção.
Nikki pertence a uma
nada convencional família adotiva, em sua maioria pastores que fugiram de um sombrio
pai adotivo chamado Miller (Adam Rayner). Cam quer entrar para a quadrilha,
primeiramente como uma desculpa para liberar seu espírito selvagem, mas, também,
porque ele percebe que rola uma grana alta sob o comando de Miller. Assim como
ele, a quadrilha faz entregas, mas, só que nesse caso, são entregas ilícitas e
as missões são totalmente fora da lei, como invadir um depósito policial e
sumir com evidências de crimes – o tipo de trabalho que pode dar lugar a agonizantes
cenas em câmera lenta para manter o suspense o máximo de tempo possível como qualquer
filme clássico de assaltantes, porém, neste filme, as cenas de ação são rápidas
e muito arriscadas.
Por um lado, parece
perfeitamente razoável que um chefe do crime talvez procure por acrobatas para
praticar seus assaltos. Dito isto, não é lá uma prática terrível para eles realizarem
suas acrobacias como se fossem um monte de **Petauros-do-açúcar com overdose de
cafeína no corpo. Claro que é cinema, mas, também parece ser quase certo que
sejam presos, o que talvez explique o por que das missões deles serem
constantemente mal sucedidas, forçando Cam e seu comparsas a voarem na mais
alta velocidade, enquanto homens armados os perseguem escadas acima, escadas de
incêndio abaixo e através de uma trilha de obstáculos no topo dos telhados.
Se você acha que as
acrobacias são incríveis, é válido, então, admirar o trabalho que a equipe de
câmeras teve que realizar para que o equipamento portátil acompanhasse o ritmo
dos atores. Créditos para o D.P. (Diretor de Fotografia), Nelson Cragg, e sua competente
equipe que trabalhou por trás dos bastidores, com envolvimento máximo na ação
do filme, seja na circulação de Cam e Nikki na festa rave ou na demonstração
das acrobacias mais perigosas dos personagens.
Dessa forma, enquanto
Lautner é admirado por sua excelente condição física para o papel, a equipe de
iluminação, gravação e coreografia também merecem os mesmos créditos. O filme
não teria acontecido sem um uma equipe tão versátil por trás das câmeras, que, ao
contrário do filme, trabalha sem deixar nenhum rastro.
* Filme B – Filme comercial
de baixo orçamento, com atores pouco conhecidos ou em decadência. Esses filmes
podem ser malfeitos em muitos casos
** Sugar Gliders,
chamado em Português de Petauro do Açucar, é um bichinho da Austrália. Trata-se
de um marsupial, ou seja, mesma família do canguru, e carrega seus filhotes na
bolsinha que tem em sua barriga. Seu nome em Inglês, que traduzido seria algo
como “açucar planador” se deve, claro, ao fato de planar, e o açucar se deve ao
fato do animal ter uma obsessão por coisas doces (na natureza, as seivas das
árvores). Planador = Aquele que “voa” sem ter asas.