Fanfiction: Uma chance com Taylor Lautner – Capítulo 54 – Duelos de gigantes


Capa: Aléxia Augusto
Texto/Fic: @ValzinhaBarreto
Beta: Daya Engler
Música tema: Still Into You - Paramore

            Mesmo nervoso Taylor tentava esconder sua surpresa, mas o fato é que ele não esperava me ver. Talvez ele, assim como eu, ainda não tivesse visto toda a revolução que acontecia na internet, embora eu já tivesse uma ligeira percepção.
            Usando um belo terno slim, fitou seus olhos na centena de fotógrafos e estampou em sua face aquele sorriso que me fazia fraquejar. Era notório o poder que ele mantinha sobre mim, mas também era notório que eu também exercia um poder sobre ele, afinal suas mãos estavam um pouco trêmulas quando me segurou evitando o tombo que eu levaria caso não tivesse seu auxílio.
          
  Em breves momentos ele estava muito sério, todavia ele esboçava seu sorriso, parecia automático, mas todo o amor que eu sentia fazia com que sua ação rotineira me tirasse o ar.
            Era possível ouvir os gritos dos seus fãs detrás da barreira que os mantinha na frente da entrada do Hotel, cada tentativa vã dos fãs em declarar seu amor angustiava ainda mais meu coração.
            Após muitas fotos ele se virou pra mim e olhou em meus olhos, com milhares de perguntas mudas pairando em seu olhar.
Taylor havia percebido que mesmo Ashton não estando comigo, os flashes eram dirigidos a mim e isto não se devia por ele estar segurando minha cintura, o que parecia confundi-lo ainda mais. Mas para aqueles a nossa frente, com câmeras nas mãos, não havia nenhuma confusão. Tudo era muito claro. Eles sabiam exatamente quem eu era e o quê me sustentava lá.
            Seu olhar era doce, porém repleto de dor que parecia gritar para mim, ansiando falar-me, talvez para pedir desculpas ou para dar mais explicações, das quais eu já estava farta por nunca me dizer nada substancial, nada diferente do que ele já me disse senão me confundir mais ante sua postura. Ele parecia ter além das interrogações estampadas em sua face, muitas respostas também, aquelas cujas eu cobiçava e ele se recusava a me dar por algum motivo que não fazia nenhum sentido para mim.  
            Taylor se voltou para mim lentamente, como se estivesse enchendo-se de coragem para pronunciar as primeiras palavras que enchiam seu olhar, mas seu olhar desviou-se do meu por um instante viajando através de mim, acima da minha cabeça, e então, vi seu semblante endurecer assim como seus olhos e seus lábios apertarem rigidamente marcando a linha de sua mandíbula.
Intrigada, estreitei meus olhos e segui seu olhar movendo minha cabeça para o lado, e assim que meus olhos se encheram com a figura que vinha em nossa direção meu sangue esquentou, então ferveu atraindo a raiva para o meu peito.
Tarik Kanafani caminhava em nossa direção, vestido a rigor. Em seus lábios, um sorriso falso, talvez até um pouco diabólico pairava sobre eles fazendo o asco contorcer meu estômago e subir por minha garganta. Sua barba estava maior assim como sua maldade parecia ter aumentado consideravelmente. Ele observava a aproximação de Taylor e eu, seus olhos sobre nós eram afiados, agourentos e medíocres.
Naquele instante, se pudesse dissipar minha raiva em palavras, eu certamente não estaria mais ali e o pouco que tinha conseguido até aquele momento teria tomado um caminho contorcido, muito diferente do que eu pretendia para minha carreira.
Tarik fixou seus olhos em mim, esnobes, como se sentisse nojo e eu não pude refrear o arrepio gélido que subiu por minha espinha, tampouco contive a frieza e fúria em meu olhar. Enojada demais, voltei meus olhos para Taylor esperando que ele se pronunciasse, mas sua face tinha mudado adotando uma faceta indiferente quase distante, então ele deu um curto aceno com a cabeça e se afastou sem dizer uma palavra sequer.
Fiquei lá, parada, atordoada e confusa com sua reação, não entendendo nada do que havia acabado de acontecer. Tarik passou ao meu lado e me encarou por um breve momento antes de se apartar, momento este que pareceu ser longo demais. Longo o bastante para que meu corpo fervesse de raiva e minhas unhas machucassem as palmas de minhas mãos. Ele parecia adorar ver a fúria queimando-me lentamente através de meus olhos enquanto o choque e confusão me deixavam paralisada, impossibilitada de esboçar qualquer reação que seja.
Passado o choque, mas não a raiva minha mente viajou desenfreada.
Era no mínimo intrigante o que havia acabado de acontecer, e eu poderia até estar errada nas conclusões que minha mente chegava com o pouco de fatos que eu tinha em mãos, mas não me sobrava alternativa senão acreditar que Taylor temia Tarik. E isto fez meu corpo estremecer dos pés a cabeça.
            Por que Taylor temeria Tarik?
A pergunta surgiu enquanto eu o observava de longe conversar com algumas pessoas, o semblante de Tarik –– agora –– tranquilo, porém igualmente surpreso. Nem de longe lembrando a face tempestuosa de minutos atrás.
Embora perguntas e mais perguntas sobre a estranheza do ocorrido enchessem minha cabeça, decidi ignorá-las assim como ao próprio Tarik e respirei fundo voltando para junto dos meus, onde era seguro.
            Centenas de sentimentos confusos emaranhados a raiva me fizeram desejar ir embora imediatamente, mas era injusto com Ashton e Aléxia, mesmo o loiro diabólico parecia se divertir olhando o bumbum de todas as mulheres que entravam na festa. Era praticamente impossível não ouvir seus sussurros, conforme os vestidos que as mulheres usavam balançavam em seus corpos a cada movimento dos mesmos.
            “Está gostando da festa Nícolas?”
Ele nem mesmo me olhou para me responder.
            “Estou adorando,” ele murmurou de forma arrastada. “Olha aquela mulher com aquele vestido lilás, esse aí nem dá trabalho”.
            “Por que não dá trabalho?” perguntei confusa, esquecendo-me de que era um comentário do Nícolas e não de um cara qualquer.
            “Esse vestido tem dois cortes desde as coxas dela até a borda.” Explicou me olhando pela primeira vez, então voltou o olhar para a mulher “Nem dá trabalho. Eu viro o corte para frente, levando um pouquinho para cima e só empurro”.
            “Ninguém merece!” exasperou Aléxia irritada.
            “Você só empurra? É serio?” a voz de Eduarda Morais soou atrás de nós fazendo todos se voltarem para sua figura.
“Eduarda com esse vestido não dá, mas com esse seu decote fica fácil uma espanhola.” provocou Nícolas sorrindo maliciosamente.
            “Eu continuo achando que você não faz metade do que sai dessa sua boca”. Disse Eduarda Morais, desafiando-o.
            “Eu só preciso de 5 minutos para mostrar a você o que eu faço com minha boca, mas aqui alguém vai te ouvir gritar e não creio que seja isso o que quer, não é?” Gesticulou Nícolas vibrando a língua.
            “Vamos ver se no final da noite essa sua língua não vai dar câimbra.” Maliciosamente, Eduarda Morais disse, com seus olhos fixos na língua de Nícolas como se imaginasse a cena.
            “Em respeito a minha irmã não vou dizer o que é que vai dar câimbra”. Ele encerrou parecendo notar a cara enojada de Aléxia.
            “Vamos procurar um lugar para nos sentarmos?” perguntou Aléxia, a aflição para dar fim aquele papo pervertido estava oculta para os demais; não para mim.
            “Vocês não precisam procurar um lugar. Vocês tem uma reserva”. Eduarda avisou, de volta ao modo profissional enquanto gesticulava com as mãos “Na verdade, temos uma reserva exatamente naquela mesa ali, nos lugares vagos próximos ao elenco dos filmes: O lado bom da vida e O lugar onde tudo termina”.
E para lá seguimos.
            Aléxia parecia emocionada ao fixar seus olhos em Bradley Cooper. Ela era completamente apaixonada por ele e pela franquia Se beber não case e nunca perdia uma estreia de qualquer filme que Bradley fizesse uma participação.
            Jennifer Lawrence pareceu notar o deslumbramento de Aléxia e gentilmente se dirigiu a ela.
            “Qual seu nome?” perguntou Jennifer com olhar fixo em Aléxia.
            “Aléxia, meu nome é Aléxia”. Respondeu ela quase sem voz ao ver que Bradley havia notado sua presença. Discretamente toquei nas costas de Aléxia, para que ela se recompusesse e assim ela o fez “Parabéns pelo Oscar de melhor atriz”. Elogiou Aléxia gentilmente, porém eu sabia que ela sentia-se entristecida por Bradley ter perdido o Oscar de melhor ator para Daniel Day-Lewis, ele pareceu notar seu semblante triste.
            “Qual seu nome mesmo?” Perguntou Bradley diretamente.
            “Aléxia”. Respondeu num misto de pavor, ceticismo e deslumbramento.
Abaixei meus olhos por um instante, lembrando-me de eu mesma quando conheci Taylor. Era impossível não fazê-lo. Entendia perfeitamente o que ela estava sentindo naquele momento e não pude impedir que a sensação de nostalgia se abatesse sobre mim. Tantas coisas poderiam ter sido diferentes se não tivesse ganhado aquele concurso... Ou não. A única certeza é que meu coração não teria apanhado tanto.
            “Então Aléxia,” Bradley disse, tirando-me de meus devaneios “eu pude notar um certo ar de tristeza e desde já peço desculpas se tiver interpretado errado. Mas saiba que eu não estou triste, eu não criei qualquer expectativa de ganhar esse Oscar”.
            “Desculpe-me Bradley, mas você foi bem melhor ator que Lewis, até mesmo teve uma melhor atuação que a própria Jennifer,” ela mirou Jennifer e acrescentou “com todo respeito.” Voltou seu olhar para Bradley “Mas você sim teve uma excelente performance”.
             Aléxia concluiu chamando a atenção de todos da mesa. Bradley estava fascinado com a ousadia dela em criticar a atuação da Jennifer na presença da mesma, isso era raro em um mundo onde a sinceridade é fabricada em um porão de Hollywood.
            “Nossa, estou curioso para saber o que a moça pensa sobre sua atuação em O lugar onde tudo termina, porque para mim, eu tive uma melhor performance”. Disse Ryan Gosling, com um sorriso bobo apontando a taça em direção a Bradley, propondo um brinde.
            “Ryan,” disse Aléxia mostrando que sabia quem ele era e completou em seguida com um sorriso meia boca. “Você estava bem diferente como um ladrão de banco casado. É sempre mais fácil ver você na pele de sedutores baratos e exibindo seu físico perfeito”.
Todos soltaram risinhos discretos e esperaram pela resposta de Ryan.
            “Eu posso lhe garantir que não sou um sedutor. Na verdade, nem sou um galã, tudo isso é efeito dos meus personagens, mas confesso que o físico perfeito é uma conquista minha”.
            “Eu tenho que admitir que a cada filme você me surpreende mais”. Acrescentou Aléxia elogiando Ryan.
            “Obrigado Aléxia.” Agradeceu Ryan perguntando em seguida “Qual dos meus filmes é seu favorito?”.
            “Meu favorito é Amor a toda prova, confesso que seu personagem lembra-me muito meu primeiro amor”.
            Nícolas arregalou os olhos como se Aléxia tivesse dito um absurdo. Era estranho ouvi-la dizer aquilo, ainda mais quando ela fazia de uma maneira tão natural não percebendo o que havia acabado de sair de sua boca. Nícolas não disse nada, apenas observou sua postura diante de todos e a maneira inteligente, com que ela conversava sem se dar conta de que naquele momento sua pessoa era a mais interessante da mesa.
            Isso era bem mais complexo do que ele supunha, mas como todo cego, ele nem sequer desconfiou que o primeiro amor de Aléxia fosse ele mesmo.
            “Que primeiro amor Aléxia?” inquiriu Nícolas abismado encarando Ryan Gosling, desejando saber que personagem era na intenção de descobrir quem era o cara.
            “Qual seu nome rapaz?” Perguntou Ryan premeditando a resposta.
            “Meu nome é Nícolas”. Respondeu com um olhar estranho ao notar a troca de olhares entre Aléxia e Bradley.
            “Então, Nícolas, o meu personagem em Amor a toda prova é um sedutor barato, como Aléxia mesmo descreveu. Ele é um desses caras que saem a noite e transam com qualquer garota, que cai na conversa dele e sequer liga novamente no outro dia”.[p1] 
           
            “Então Aléxia, seu primeiro amor sou eu, porque sou idêntico ao personagem desse cara aí”. Nícolas desdenhou com diversão e um toque de soberba, não se dando conta da verdade que havia em cada uma daquelas palavras que saíram de sua boca.
            Nícolas era tão maléfico que tinha orgulho de ser um canalha, mas Ryan não sabia disso, contudo, Bradley pareceu notar o nervosismo de Aléxia e meu próprio desespero aparente em minha face.
            “Não me leve a mal Aléxia, mas acho que alguém como você merece um cara experiente, que trate você como merece e não como uma conquista”. Disse Bradley encarando Aléxia com um sorriso terno.
            Nícolas parecia ter sido envolvido por uma raiva instantânea, o que me era compreensivo até um ponto, pois tanto eu quanto Aléxia e ele próprio não cogitamos a possibilidade de ver Aléxia, a quem ele tinha como nossa irmã, tendo qualquer tipo de intimidade com alguém. Além do mais, ele sempre fora possessivo com nós duas e talvez os dois anos que ele tenha passado longe tenha sido capaz de ocultar nosso desenvolvimento perante sua concepção fraterna, e até mesmo machista.
            Era difícil supor a origem da raiva. Proteção ou ciúme? Talvez o sentimento de culpa por suas safadezas desmedidas, que o enchia de medo de que eu me envolvesse com alguém como ele, englobasse Aléxia também. Ou não. Nícolas era uma caixinha de surpresas, nem sempre boas.
            Ele percebeu a atração de Aléxia por Bradley, assim como notou que a atração não era platônica senão recíproca.
            “Aléxia é muito nova para gostar de caras mais velhos, acho que você vai dormir sozinho essa noite olhos azuis”.  Disse Nícolas em tom de brincadeira aparentemente, talvez ele mesmo achasse que estava brincando.
            “Isto obviamente é uma decisão dela, não sua, não acha Nícolas?” Bradley atiçou num tom calmo, porém com um ‘q’ de ironia causando um riso fraco de todos que estavam na mesa e estampando um sorriso surreal até mesmo para mim.
            “Nícolas, você não presta”. Disse Eduarda Morais com um sorriso safado querendo tomar a atenção da conversa. Ela estava envolvida no charme que o loiro havia jogado, ela mordeu a isca e Nícolas nunca deixava de levar o peixe para casa. “Acho que por você não prestar talvez eu te deseje tanto”. Ela revelou atraindo a atenção dele e desviando o foco de Aléxia que respirava aliviada.
            “Hoje é seu dia de sorte Dudah!” exclamou o loiro com uma risada extravagante.
            “Por que é meu dia de sorte?”
“Porque hoje eu estou fácil”. Ele respondeu pegando a taça de champanhe e secando com um só gole.
            “Eu também estou fácil Aléxia”.  Bradley disse num tom sedutor, levando Nícolas a alguns segundos de neurose obsessiva, como se premeditasse um homicídio doloso.
            “Eu posso falar com vocês em particular Aléxia e Sally?” Pediu Nícolas se levantando da mesa sério.
            Afastamo-nos um pouco para que ninguém pudesse ouvir a conversa. Sai de mãos dadas com Aléxia notando suas mãos geladas e trêmulas, seu nervosismo era palpável. Havia algumas pessoas em uma grande mesa, mas não encarei nenhum dos rostos uma vez que estava focada no rosto enigmático de Nícolas.
            “Que porra é essa?” Perguntou ele alterado, seus olhos duros sobre mim como se eu fosse culpada por algo.
            “Do que você está falando?” devolvi como se não se soubesse.
            “Aléxia e Bradley Cooper, que porra? Você nem conhece essa cara, Sally, e vê a Aléxia se derretendo pra esse velho e não faz nada”.
            “Ele não é velho, ele tem 38 anos”. Corrigiu Aléxia muito descontraída, adorando a cena inusitada e atraindo sobre ela os olhos enervados de Nícolas.
            “Esse velho de 38 anos vai te partir ao meio Lexi!”
            “Talvez eu queira ser partida ao meio”. Aléxia murmurou tranquilamente.
            “O quê? Qual é Aléxia?” Nícolas exclamou estupefato, gesticulando uma indagação.
Eu decidi que era hora de me intrometer antes que o caldo entornasse de vez.
            “Acho que você não deve ser meter nisso Nícolas.” Aconselhei vendo que ele estava se desconhecendo. “Isso é problema da Aléxia”
            “Depois não vem chorar no meu colo, porque não vou passar a mão na sua cabeça Lexi.” Sua mão correu pelos fios loiros “Mas foda-se! Faça o que quiser”.
            Eu tinha que admitir que ver Nícolas tendo uma crise de preocupação não estava nos meus planos e no fundo –– no fundo ––, era bom vê-lo se importar com alguém além dele mesmo, mas a sensação não só minha como também de Aléxia, que se deliciava com seu desespero era realmente inovadora. No entanto, ele não desistiu.
            “Foda-se,” disse ele alterando o tom de voz, mas ela parecia não temê-lo “você não vai sair com esse cara Aléxia!”.
            “Por que não?” Aléxia questionou, fazendo-o refletir sobre um motivo real pelo qual ela não deveria sair com Bradley Cooper.
             Nícolas pensou por alguns minutos fazendo uma expressão angelical capaz de fazer com que ela se desmoronasse, porém Aléxia se manteve firme. Ele tirou as ralas mechas de cabelo que cobria metade da sua testa, mas não conseguiu dizer nada e ficou lá, com as mãos na cintura como um retardado mental.
            “Eu ainda não sei por que você não deve sair com esse Bradley, mas eu apenas sinto que você não deve sair com ele”. Disse Nícolas me levando a um sorriso, que contagiou Aléxia.
            “Qual é a graça?” Ele perguntou sério.
            “Nada”. Respondemos em coro.
            “Como nada?”
            “Desculpa Nícolas, mas você sentindo alguma coisa é estranho”.
            “Pois é, mas eu sinto alguma coisa além de excitação”. Seu semblante era irônico. “Eu só não sei o que eu sinto, mas sei que sinto, eu tenho você como uma irmã”. Ele disse encarando Aléxia, deixando-a nervosa.
            “Que bela reunião de família”. Disse uma voz familiar vinda da mesa bem a nossa frente. Nícolas olhou o dono da voz e abriu um sorriso.
            “Cunhado? Há quanto tempo cunhado!” disse Nícolas indo em direção ao Taylor que se levantou para cumprimentá-lo, com aquele sorriso iluminando a festa.
            “Oi Sally..., Aléxia”. Cumprimentou ele desligando algo no seu Iphone para que eu não pudesse ver e enfim veio em minha direção, abraçando-me em seguida.
            Taylor me abraçou tão forte que desejei que aquela sensação nunca terminasse. Era doloroso, porém extraordinário sentir seu cheiro viciante, sua pele aprazível, seus cabelos osculando em meu pescoço, sua mão nas minhas costas faziam-me sentir uma pretensão colossal de beijá-lo...
            “Parabéns”.
Meus olhos estreitaram confusos.
            “Hoje não é meu aniversário”.
            “Parabéns pelo sucesso”. Ele me lembrou, deixando claro o que acessava em seu Iphone. Nícolas e Aléxia nos deixaram a sós e saíram olhando um para o outro, como se fossem dois desconhecidos cruzando o mesmo caminho.
            “Obrigada Tay, vejo que você andou entrando no You Tube”.
            “Eu entrei rapidamente, mas irei ouvir você cantar com mais calma em casa”.
            “Desculpe-me por isso”.
            “Desculpa pelo que?” perguntou ele.
            “Por te obrigar a ouvir minha voz”. Justifiquei atinando seu sorriso meigo.
            “Nunca mais diga isso. É um privilégio ouvir você cantar Sally. Reconheço que você tem um grande talento”.
Exalei languidamente e corri minhas mãos pelas laterais de meus quadris.
Hora de ir.
Não tínhamos porque ficar papeando como dois bons amigos quando não éramos; quando as palavras poderiam me machucar mais do que eu já estava machucada.
            “Obrigada, mas eu preciso ir”. Murmurei tentando esquivar-me da conversa que ele parecia querer prolongar.
            “Suas fotos ficaram lindas Sally”. Elogiou quando fiz menção de me mover.
Estaquei por um instante, olhando-o com o cenho franzido, não entendendo sua mudança, uma vez que no red carpet ele havia me ignorado ao notar a presença do seu agente medíocre. E agora ele queria papear? Sinceramente aquilo me irritava profundamente.
            “Obrigada novamente, mas preciso ir”. Insisti, dando-lhe um sorriso meia boca.
            “É tarde demais Sally”. Ele disse num tom de pesar “Você conseguiu se destacar em Hollywood e eu me sinto muito mais pressionado agora”.
Suas palavras apertaram algum botão dentro de mim, ligando minha curiosidade e estranheza, elevando a ambos para o nível mais alto que podiam atingir.
            “Pressionado pelo que? Pressionado por quem?”
            “Você não entende Sally, mas cada passo seu em direção à fama é dois para longe de mim”. Disse ele com um semblante tristonho, me causando dor, mas disfarcei.
            “Entender o quê?” Inquiri descrente “Você me tinha, tinha todo o meu amor e simplesmente sumiu sem deixar explicação. Você nunca me deu escolhas Taylor”.
            “Eu não tinha uma escolha Sally”.
            “Todos têm uma escolha, sempre há uma escolha e você escolheu ficar sem mim, então não me venha com essa conversa de que a fama nos afasta, porque foi você quem me afastou muito antes disso”.
            “Não é bem assim Sally”. Sua mão correu por seu cabelo num gesto típico de nervosismo.
            “Eu não entendo o que você fala e cada vez entendo menos esse seu jeito”. Murmurei estressada, muito farta daquela mesma ladainha que no fim não me dizia nada que eu já não soubesse, infelizmente.
            “Eu não posso te fazer entender Sally, mesmo assim parabéns pelo sucesso”.
Taylor tinha a face contorcida numa mescla de ansiedade, dor e desespero. E, algo mais que não pude identificar. Era como se ele quisesse me dizer algo, como se eu precisasse saber de algo vital, algo que pairava sobre o seu semblante, mas infelizmente eu não conseguia decifrar as palavras criptografadas em sua face.
            “Obrigada”. Agradeci vendo Ashton nos ver e se aproximar rapidamente.
            “Você fica sozinha por um instante e os lobos já caem matando”. Disse Ashton ao me abraçar, beijando-me em seguida.
            “Como foi a viagem?” Perguntei de forma que somente ele ouvisse.
            “Foi perfeita”. Ashton particularizou, encarando Taylor sem sequer cumprimentá-lo.
            “Parece que você anda vendo meus filmes..., me diz Ashton, você está se divertindo?” Taylor provocou deixando claro que havia entendido a frase do seu primeiro filme da saga ‘fica sozinha por um instante e os lobos já caem matando’.
Ashton enlaçou minha cintura de forma um tanto quanto possessiva.
            “Na verdade, tem sido divertido ver você se ferrar em um triângulo amoroso onde não tem a mínima chance. Vejam só? A arte imitando a  vida”.
            “Aqui é vida real Ashton, e acredito que se fossemos competir seria eu quem estaria aí em seu lugar”.
            “Quer tentar a sorte?”
Era um desafio, aliás, ambos estavam gentilmente se desafiando. As ondas de testosteronas ondulava o ar entre nós e eu me senti como um prêmio. E muito irritada, como também receosa do que aquela situação poderia acarretar.
            “Eu não preciso contar com a sorte Kutcher, mas você sabe bem disso, não é?”
Senti Ashton enrijecer ao meu lado entendendo bem as palavras não ditas de Taylor. Realmente era hora de encerrar a rinha de testosterona antes que as farpas mudassem para socos e ponta pés.
            “Parem com isso imediatamente”. Vociferei puxando Ashton comigo, vendo de relance o sorriso faceiro de Taylor por dizer a última palavra da afronta, mas principalmente por ter conseguido atingir seu ‘oponente’ no ponto certo.
            Ashton estava muito aborrecido, mas sentou-se conosco na mesa reservada a nós. Ele não participou da conversa, pois estava nervoso demais para disfarçar sua raiva, enquanto que Aléxia ficava cada vez mais enojada, com a aproximação provocante entre Nícolas e Dudah, e chegou ao seu limite.
Minha noite realmente estava me saindo um desastre.
            “A noite acabou para mim”. Disse Aléxia se despedindo de todos.
            “Eu levo você em casa”. Bradley se ofereceu enquanto se levantava.
            “Não precisa, ela está com motorista”. Nícolas mordeu fora.
            “Sim, mas faço questão, afinal nem todos vão embora agora”.
            “Nícolas deixa o Bradley levar a Aléxia, porque hoje você é só meu”. Advertiu Eduarda Morais.
Nícolas pareceu pensar um pouco antes de concordar, fitando os olhos de Aléxia severamente.
            “Está bem,” ele se voltou para Bradley “Eu vou ver sua ficha Cooper, vou ver quem é você de verdade, eu conheço alguém que conhece você, então cuidado”. Nícolas ironizou, brincando com as palavras, mas não havia diversão, embora fosse isso que ele quisesse passar e Bradley sabia disso.
            “Sério? Quem é sua fonte? A People Magazine?” Perguntou Bradley, provocando e retribuindo-o com outro sorriso.
            “Minha fonte é Taylor Lautner, e ele está vindo aí”. Apontou Nícolas para além de nós.

Fotos tiradas na festa: 
 Nícolas e Aléxia.
Sally e Taylor Lautner.




 
 
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