Fanfiction: Uma chance com Taylor Lautner: Capítulo 65: Dias de sol



Capa/Ilustrações/GIFs: Robson Basílio
Beta: Daya Engler
Música tema: Trouble Coldplay
Texto/Fanfic: @ValzinhaBarreto
Queridas leitoras. O momento tão esperado está chegando! Eu havia dito que postaria a fic somente em dezembro, mas irei postar pelo menos ou dois capítulos por mês, ou a cada 20 dias, em fim, irei postar quando puder. Temos um compromisso e estou tão ansiosa por essa parte final que meu coração não se aguenta em vontade de compartilhar com vocês. Meus agradecimentos a staff por cuidar de tudo enquanto eu me organizo, a minha beta realista por sempre me sintonizar da maneira mais direta possível e ao meu novo personagem inspirado em umas das pessoas mais incríveis que conheci pela net, interpretado por Logan Lerman, Robson Basílio é uma peça chave para despontar essa fase da história. Temos mais pessoas de volta, espero que gostem e não se esqueçam de comentar porque me sinto mais motivada.


     
 Alguns sentimentos surgem após uma faísca, e sua chama se alastra esquentando partes de nós, outrora gélidas e desconhecidas.   Talvez possamos senti-las se apagando após tantas feridas, mas mesmo depois das últimas labaredas arderem, são esses sentimentos que nos torna pessoas melhores.
         Alguns amores tem a imensidão que mantém a brasa guardada em um lugar do seu coração, ela fará reascender aquela chama do maior amor que já existiu.
          O amor é assim, ele queima mostrando que tudo é possível, ele nos encoraja, incentiva, mesmo quando todas as direções são contrárias, somente o amor nos guiará ao caminho certo.
          O amor é a única chama que pode consumir avassaladoramente, e ainda manter o que há de melhor em nós.  Eu sentia que aquela fogueira testemunhava muitos mais que somente corpos satisfazendo desejos, aquela chama seria o que o traria de volta para mim e assim como àquelas cinzas seriam levadas pelo vento, as minhas feridas seriam lançadas para longe.
         O quê mudava o que sentíamos era a certeza de que nos pertencíamos, era a certeza de que mesmo com tantos problemas, éramos loucos um pelo outro, o que sentíamos era capaz de nos fazer superar as mágoas, nosso amor fazia-nos evoluir, fazia-nos querer ir além.
         Mesmo não tendo uma placa dizendo que é seguro, nada importa se os corações são sinceros, e mesmo quando as palavras são ultrapassadas e promessas quebradas, o amor verdadeiro não apaga, tal como uma brasa, pode voltar a consumir-se em chamas que mesmo o tempo não consegue apagar.
         “Você é definitivamente incrível” disse antes de me carregar em seus braços até uma parte mais profunda do mar.
         A lua banhava nossas cabeças com a claridade que irradiava dela e eu abraçava-o tão distraída que sequer notei que ele estava com frio.
         “Vamos para junto da fogueira?” convidei-o ciente dos calafrios.
         “Claro”.
         “Vou pegar as toalhas e já volto”.
         “Não irei a lugar algum” brincou com um sorriso.
         Enquanto nos aquecíamos, ele se encorajou para perguntar algo que parecia incomodá-lo.
         “O que vai ser de nós, Sally?”
         “Eu não tenho uma resposta pronta para isso”.
         “É compreensível. Vou mudar, então. O que você vai fazer quando sairmos daqui da Austrália?”
         “Eu irei ao Brasil ver meus pais, porque como você sabe, depois irei gravar meu longa¹ em Nova York”.
         “Também irei gravar meu longa em Nova York, eu me refiro ao que nós dois vamos fazer Sally”.
         “Eu não sei Tay. Estaremos rodeados de paparazzis, espero que você tenha algo em mente, afinal a ideia foi sua”.
         “Eu tenho muita coisa em mente” disse misterioso.
         “Diga-se uma dessas coisas que tens em mente”.
         “Vamos ficar no mesmo hotel. Um do lado do outro. Deverá parecer coincidência, mas de madrugada irei para o seu quarto”.
         “A ideia parece boa, espero que seu agente não esteja com uma suíte próxima. Eu não gostaria de ter que vê-lo novamente”.
         “Ele não estará em Nova York”.
         “Tarik não estará? Você o demitiu?”
         “Ainda não. Ele está de férias”.
         “Pretende demiti-lo? Não estou lhe pedindo isso, só quero evitar sensações desagradáveis”.
         “Não haverá nada desagradável Sally. Não quero desperdiçar nosso tempo aqui falando sobre isso.
         “Há muito tempo você não quer falar sobre isso”.
         “Eu sei, e lamento, mas prometo que quando nos encontrarmos em Nova York irei te explicar todas minhas razões, mas agora quero aproveitar esses momentos ao seu lado”.
         “Estamos de acordo nisso. Também quero aproveitar”.
         Ficamos ao redor da fogueira durante um longo tempo. Taylor jogava pedras o mais longe que podia e desfrutávamos da companhia um do outro falando sobre algumas coisas da infância, mas notei que tudo que ele revelava era na espera que eu revelasse mais sobre mim também.
         “A fogueira está apagando” ouvi sussurrar.
         “Vamos embora então”.
         Taylor e eu voltamos ao interior da casa sorridente pelos desejos satisfeito de nossa paixão juvenil. Seu rosto translucidava uma paz que de certa forma tranquilizava-me também.
         Meu coração enchia-se cada vez mais de um contentamento supremo que eu não sentia há muito tempo, era o efeito de estar com ele, de tê-lo tão perto que sua respiração seguia junto a minha.
         Sentei-me no sofá e o vi afastar-se lentamente. Seus passos subiam a imensa escada e voltaram da mesma forma que havia se despeço. Taylor carregava o violão de Robert e sentando-se ao meu esboçou um sorriso sereno e dedilhou os toques de Trouble², mais uma vez Coldplay compunha a trilha sonora de mais um momento importante para nós.
         Os toques de seus dedos sobre as cordas do violão emocionaram-me, mas ainda assim não fui capaz de supor que ele ousaria cantar. Sua voz saiu um pouco rouca, mas eu podia sentir a dor com que ele dizia que não pretendia causar nenhum problema.
          Taylor cantando, de algum modo tocou-me, fazendo com que suas palavras por trás da música, fossem as mais sinceras que ele já havia dito, constatavam, portanto, que de fato nunca pretendeu me machucar.
***
         Nos dias que se seguiram, eu o senti livre como nunca havia sentido antes e me perguntei em pensamento como eu poderia viver sem ele. O pôr-do-sol despedia-se vagarosamente quando o avistei aproximar-se da varanda com um livro em mãos, curiosa visualizei-o por alguns segundos, mas nada disse.
         “O que vai fazer?”
         “Vou encarnar o Noah Calhoun³ Okay?”
         “Noah?”
         “Você não gosta de Diário de uma paixão?”
         “Não é que eu não goste, é que eu nunca li”.
         “Eu gosto dessa história, é uma boa história. As pessoas pegam no meu pé, mas eu não tenho vergonha de admitir”.
         “Eu nunca li”.
         “Não gosta de ler?”
         “Adoro ler, mas, sei lá, só estou cansada dessas páginas de livros românticos, sempre soando piegas e destilando mel excessivamente”.
         “Eu entendo, mas ouça Sally, essa não é uma narrativa comum, não é porque conheço Nicholas Sparks, mas ele é um autor realista, convicto dos sentimentos que realmente unem um casal, você deveria ler. Eu recomendo”.
         “Depois dessa recomendação irei ler assim que chegar em L.A”.
         “Okay, voltando para 1932, encarnando o Noah”.
         “E o que Noah faz?”
         “Ele recitava poesias em voz alta desde quanto era criança porque gaguejava um pouco. Seu pai o incentivou”.
         “Vai ler poesia para mim?”
         “Sim, vou”.
         “Posso saber o que vai ler?”
         “Irei ler um soneto: ‘Se te comparo a um dia de verão’4”.
         “Fiquei curiosa”.
         “Se te comparo a um dia de verão, Soneto 18” iniciou e leitura:

“Se te comparo a um dia de verão. És por certo mais belo e mais ameno. O vento espalha as folhas pelo chão, e o tempo do verão é bem pequeno. Ás vezes brilha o Sol em demasia, outras vezes desmaia com frieza; O que é belo declina num só dia, na terna mutação da natureza, mas em ti o verão será eterno, e a beleza que tens não perderás; Nem chegarás da morte ao triste inverno: Nestas linhas com o tempo crescerás. E enquanto nesta terra houver um ser, Meus versos vivos te farão viver”.
William Shakespeare
         As palavras saíram de sua boca fazendo com que eu sentisse em cada descrição da poesia, meus sentimentos vibrarem. Taylor igualmente parecia identificar cada emoção, como se seus temores, incertezas, exaltações e alegrias o tivessem levado a ler naquele soneto o amor intenso que nutríamos um pelo outro.
         Os dias de sol naquela casa de verão foram os melhores que eu já havia tido até aquela ocasião, mas era hora de voltar para casa, de voltar à realidade e as complicações que envolvia nossa história de amor.
          Embora nossos problemas não fossem os mesmo de Noah e Allie Hamilton, tínhamos um imenso caminho a percorrer, infelizmente, arrodeados de muitos espinhos, eu me dispus a percorrê-lo, afinal, era a nossa história de amor e não a de um livro qualquer, e embora eu não soubesse ainda, os espinhos enfileiravam-se a minha espera.
         “Vemo-nos em Nova York” ele disse abraçando-me em despedida.
         “Quer alguma coisa do Brasil?”
         “Quero uma havaianas nova, adoro usá-las dentro de casa, você sabe que odeio ficar descalços”.
         “Verdade. E aquela que ganhou em 2011 da fã brasileira no México?”
         “Meu pai se apossou por que não cabia em mim”.
         “Oh, certo. A fã não podia imaginar que você calçava 46, dê um desconto”.
         “Não estou reclamando. Dê um abraço em seus pais por mim”.
         “Eu darei Tay”.
         “Eu amo você” ele disse se afastando.
         “Eu também te amo” respondi segundos depois, mas ele pareceu não ouvir.
***
         Antes de voltar ao Brasil resolvi conferir como Aléxia e Nícolas estavam. Havia algo diferente no ar, mas fingi não notar.
         Ao chegar ao Brasil, meus pais me ligaram dizendo que iam mandar alguém vir me buscar, mas nunca imaginei que seria ele, Robson, meu primo favorito.
          Quase não o reconheci, mas seus olhos azuis e cabelos castanhos claros o entregaram, ele havia crescido muito desde a última vez, com pouco mais de 1,70m, abracei o melhor construtor de castelos de areia que alguém poderia ter.
          Seu sorriso levou-me a velha infância por segundos, quando os jogos de bolas de meia e as corridas na praia me vieram à mente.
         “Gasparzinho, não esperava vê-lo, oh, my god”.
         “Ah, nem vem com esse apelido idiota, eu peguei um bronzeado”.
         “Continua pálido, vem cá me dá mais um abraço”.
         Senti-me culpada por não ter mantido contato com ele, a correria havia me privado de muitas coisas, e uma delas, era dizer as pessoas importantes para mim, que eu não havia me esquecido delas.
         “Chega de Bullying Sally, eu estava morrendo de saudades, Barbie”.
         “O que? Barbie? Quem está praticando Bullying agora querido?”.
         “Barbie é magra, linda e fashion, seu apelido é maravilhoso, não reclama Girl”.
         Ignorei a ação e seu jeito afeminado, essa parte eu desconhecia, mas certamente, ele me contaria se houvesse algo a contar. A hora não era propícia diante de tantos paparazzis, era a primeira vez que eu voltava ao Brasil, minha chegava foi noticiada em todos os sites, eu estava de voltar ao lar.
          Era maravilhoso pisar em solo brasileiro, mas confesso que não esperava a recepção calorosa que tive e tantos fãs a minha espera, por isso demorei mais de uma hora para autografar e fotografar com todos os fãs que me esperavam no aeroporto.
         Quando revi meus pais, achei que meu coração fosse explodir, a emoção era tanta que não quis soltá-los.
         “Estava com saudades da sua comida mãe”.
         “E eu com saudades de cozinhar para você”.
         “Onde está o Robson?” perguntei.
         “Foi até a casa do Arlan” ela respondeu suspirando.
         “E então o que houve? Robson está morando aqui?”.
         “É temporário até conseguir um emprego”.
         “O que aconteceu mãe?”
         “Não viu como ele está diferente?” sorriu.
         “Estou falando sério mãe”.
         “Eu sei, na verdade, está tenso Sally. Seu tio descobriu que ele é gay e o colocou para fora de casa”.
         “Nossa. Deve ter sido uma confusão. Ele é muito intransigente”.
         “Ele é sim, mas o que está complicando é a perseguição em cima do seu pai. É como se ele contrariasse o irmão, ele acha que somos coniventes, acha que Rob é doente, uma aberração, nem sei”.
         “É lamentável que nessa era alguém pense dessa forma”.
         “É sim Sally, mas está complicado, ele fala no Nick o tempo todo e isso acaba me fazendo sentir mais a falta dele”.
         “Mas mãe... Nícolas está bem, a Senhora sabe como ele é”.
         “Eu sei, mas nada diminui a falta que eu tenho dele, de você e de Aléxia. Essa distância Sally”.
         “Eu também me sinto assim mãe, mas tem sido difícil viver lá. Não estamos indo na Disney todo domingo, eu tenho vivido em uma correria”.
         “Eu sei disso, me desculpe, eu nem devia estar reclamando”.
         “Claro que sim mãe, deve reclamar o quanto quiser”.
         “Estou sem cabeça para cuidar de um adolescente gay. Eu não sei como agir. Ele usa as roupas que Nick deixou e me lembra ainda mais”.
         “Posso levá-lo comigo para Los Angeles”.
         “Nem pensar Sally, você acabou de dizer que sua vida é muito corrida”.
         “Eu preciso de ajuda mãe, ele pode ser meu assistente”.
         “E Aléxia? Ela não têm lhe auxiliado?”
         “Sim, ela faz o que pode, mas agora ela tem a própria carreira para administrar”.
         “Que carreira? Não estamos sabendo de nada”.
         “Ainda não foi divulgado nada, mas depois da Oprah, ela recebeu algumas propostas, mas ainda esse mês ela vai gravar um clip com o 50cent”.
         “Você está falando grego querida”.
         “Não seja boba mãe, senta aqui comigo” pedi vendo-a sorrir.
         “Eu irei levar Rob comigo para me auxiliar, Okay?”
         “Você quem sabe, ele é totalmente imprevisível, ele passa horas vendo The Walking Dead no computador”.
         “Eu adoro a série, não posso nem julgar”.
         “E Ashton?” ela perguntou séria.
         “Ash está namorando Mila Kunis, não viu na TV?”
         “Eu li algo, mas não me aprofundei”.
         “A senhora gostava dele, não é mesmo?”
         “Sim, ele poderia ter feito você feliz”.
         “Estou namorando Taylor, mãe”.
         “Eu percebi isso no instante em que te vi entrar pela porta”.
         “Sério? E não poderia ser por outro cara?”
         “O brilho seria diferente se fosse outro cara”.
         “Assim fico sem graça, mãe”.
         “Eu era do mesmo jeito com seu pai”.
         “Como vocês estão?”
         “Estamos reconstruindo nossa relação aos poucos, mas eu não tive nenhuma recaída se é o que quer saber”.
         “Eu fico tão em paz sabendo disso mãe”.
         “Ele ainda sai uma vez ou outra, mas não sei aonde vai”.
         “Não deve ser nada de mais” ponderei.
         “Espero que sim, porque eu odiaria um escândalo. Eu já disse a ele para pensar em como nossos atos afetam você”.
         “Eu digo isso o tempo todo ao Nick em Los Angeles”.
         “Como ele está?”
         “Está aproveitando a vida como nunca”.
         “E Aléxia?”
         “Porque perguntou por ele e depois por ela? Você está me escondendo alguma coisa dona Nazaré?” brinquei.
         “Não é nada de mais. Ele me ligou bêbado um dia desses, queria saber o que fazer para ter a certeza de que existia a pessoa certa”.
         “E o que isso tem a ver com Aléxia mãe?”
         “Tem tudo haver porque ele a mencionou como sendo essa pessoa”.
         “Ah, meu Deus! Como assim?”.
         “Ele estava bêbado, não entendi muita coisa, mas ele disse algo sobre ela não querer segurar a mão dele na frente da Oprah, disse muito, mas não entendi nada”.
         “Misericórdia” disse perdendo a seriedade.
         “Acha que Nícolas vai se relacionar bem com Rob?”.
         “Não sei. Nícolas vai pegar muito no pé dele, isso é certo”.
         “Espero que se entendam como nos velhos tempos”.
         “E o papai, como está?”
         “Ele está bem filha, está no quarto”.
         “Vou até lá”.
         Meu pai estava feliz por me ver, mas algo o incomodava. Era evidente a preocupação estampada em sua face.
         “Tudo bem pai?”
         “Está sim, pode entrar”.
         “O que está acontecendo?”.
         “Nada de mais. Só estou aqui pensando”.
         “Posso saber no que está pensando?”.
         “Sua mãe me disse uma coisa outro dia e isso não me sai da cabeça”.
         “O que?”
         “Ela disse que minhas ações afetam você, Sally. E ela está certa. Eu não tinha pensado nisso, não nessa proporção”.
         “Pai está pensando em fazer algo de errado?”.
         “Não... Estou pensando no que fiz de errado”.
         “Seja o que for é passado. Esquece isso”.
         “Eu cometi erros graves e se isso vier a público você estará na língua infame de Hollywood. Eu não quero isso. Você tem sido tão cuidadosa e temo colocar tudo a perder”.
         “Nada vai a público pai. Todos os nossos familiares sabem que não devem compartilhar informações pessoais de nenhum de nós”.
         “Eu sei, mas sinto medo”.
         “Não sinta. Vai dar tudo certo” abracei-o.
         “Deita aqui” pediu fazendo cafuné nos meus cabelos enquanto repousava em seu colo como não fazia há muito tempo.
***
         Robson havia assumido ser gay e a sua mãe o instruiu a ir à igreja em busca de uma cura e seu pai, não quis mais falar com ele jogando todas as suas coisas na rua.
         Meus pais o acolheram, mas eu sabia que era difícil para meu pai contrariar seu irmão oferecendo abrigo ao filho que ele não queria mais por perto.
         Então optei por levá-lo a Los Angeles, eu precisava de um assistente. Aléxia não podia mais me auxiliar na minha carreira visto que após o programa da Oprah, ela havia atraído à atenção da mídia.
         O convite para participar do novo clipe do 50cent, era apenas o começo, isso daria a ela participações seguidas em alguns musicais de Los Angeles. Ela merecia o sucesso, ela mais do que todos nós.
         Robson estava feliz por ir comigo para Los Angeles. Temi a rejeição de Nícolas, mas logo notei que eles se dariam bem, afinal as piadinhas dele era apenas da boca para fora.
         Nícolas estava feliz por que finalmente tinha um amigo em Los Angeles, e Robson não era um concorrente. Taylor dava todos os convites para festas e coquetéis para os dois.
         Robson e Nícolas foram até na festa de aniversário do Tarik, e eu particularmente fiquei preocupada, ainda mais quando Rob contou sobre o flerte com Geena Kanafani, sua irmã. O loiro não tinha limites.
         Era bom ter mais um rosto familiar ao meu lado, Robson era minha ligação com a menina que eu era antes da minha vida desandar, eu estava feliz por tê-lo.
          Embora me preocupasse com seu jeito imprudente, insano e inconsequente, era a idade, jovem e inexperiente, era sua vez que cometer seus erros e aprender com ele.
         Robson saía todas as noites para encontrar alguém, não sabíamos quem era e por isso temi deixa-lo e ir à Nova York, mas ele se recusou a ir de imediato.
         Taylor e eu nos falamos pelo telefone todos os dias, eu ansiava por vê-lo. Quando cheguei à Nova York, tudo que eu mais queria era abraçá-lo. A saudade gritava em meu coração deixando minha razão parcialmente surda.
         Eram onze da noite e eu não tinha notícias dele, senti uma sensação estranha, um mau pressentimento deixou meu coração apertado. Criei várias hipóteses do que podia tê-lo impedido de vir até mim, mas a leve batida na porta fez-se segura de que minha angustia havia chegado ao fim.
         Seu olhar correu focando em minha face e seu sorriso se abriu docemente. Taylor deu-me uma rosa vermelha e beijou-me empurrando ao interior da minha suíte. Eu estava louca para tê-lo em meus braços, e minha espera parecia valer a pena quando ele me abraçou.
         Nossos lábios selaram em um beijo intenso, seguido de muito carinho, ele estava lá como havia prometido. A sensação estranha e o mau pressentimento parecia ser apenas nervosismo, talvez nada desse errado, poderia ser apenas impressão minha.
         “Onde estão minhas sandálias moça?”.
         “Estão em uma de minhas malas, eu ainda nem as desfiz”.
         “Achei que você não voltaria mais do Brasil, quase enlouqueci”.
         “Lamento Tay, mas tive alguns contratempos e meu primo veio morar conosco, então foi complicado”.
         “Robson? Ele foi à casa de Tarik”.
         “Sim, o próprio, como foi?”.
         “Foi legal, ele é muito parecido com Nícolas exceto pelo jeito” ele riu.
         “Ele é gay Tay, você deve ter notado, mas não gostei dele ter ido à festa do Tarik”.
         “Eu sei, peço desculpas, eu fui apenas para acompanhar Nícolas, eu não queria que ele chegasse sozinho” esclareceu.
         “Ele ficou por muito tempo?”
         “Quando saí ainda estavam lá”.
         “Então tá. Mas, e ai? Vamos retomar a conversa que iniciamos na Austrália?”
         “Que conversa?”.
         “Não me venha com essa, você disse que me explicaria suas razões, estamos aqui, assim sendo, comece”.
         “Okay, promessa é dívida. Veja Sally, eu tenho sido um canalha com você, mas a verdade é que eu nunca deixei de te amar, pelo contrário tudo que fiz foi por amar você, saiba que...” uma batida na porta interrompeu sua explicação como um agouro.
         Taylor se afastou para detrás da porta enquanto aguardava que eu fosse atender e ver quem estava lá.
         “Onde ele está?” disse arrogante. Tarik estava em Nova York, talvez na suíte vizinha. Estava cumprindo seu papel de atrapalhar?
         “Estou aqui” disse Taylor aparecendo.
         “Podemos conversar?” perguntou com seu jeito petulante.
         “Eu não posso no momento” Taylor esclareceu enfrentando-o.
         “Deixa essa vagabunda e venha conversar comigo” disse Tarik afastando-se da porta.
         “Nunca mais se dirija a ela dessa forma, nem de nenhuma outra. Você está demitido Tarik, sai agora daqui”.
         “Eu me dirijo como eu quiser” Tarik lançou um olhar de aviso.
         “Então vai, diga. Experimenta” Taylor o desafiou dando um passo a frente em tom de agressividade.
         “Eu só saio daqui se você vier comigo” disse agressivo e avançando um passo para dentro do quarto, olhou-me presunçoso.
         “Eu não vou sair daqui com você”.
         “Acho que você deveria ouvir o que tenho a dizer antes de tomar qualquer medida, garanto que não se arrependerá” – Tarik disse em tom de ironia.
          Taylor o olhou em silencio até que Tarik pareceu cair em si e recuou acrescentando “Eu tentei, não poderá dizer que não o fiz”.
         Taylor enrijeceu e por um momento longo demais pareceu refletir sobre algo. Tarik deu a volta para sair, mas antes que sua figura sumisse Taylor pareceu acordar e o chamou.
         “O que ele quer Tay?” perguntei vendo-o tremer graças à raiva excessiva que lhe consumia.
         “Não importa, mas ele não vai ter” respondeu regulando sua respiração.
         “Se acalma Taylor, meu Deus, você está me deixando nervosa também”.
         “Eu estou cansado dessa situação. Esse infeliz não vai mais me dizer o que fazer”.
         “E o que ele quer que você faça? Me diz, esse é o momento”.
         “Eu digo quando voltar. Eu te amo”. Disse regulando a respiração. Taylor beijou-me delicadamente.
         Seus dedos percorreram meu rosto, suas mãos trémulas estavam geladas e sua face pálida e abrumada.
         “Não demora. Okay” pedi abraçando-o.
         “Eu volto em cinco minutos” beijou-me mais uma vez e saiu.
         Vi Taylor seguir furioso pelo corredor do Hotel. Eu fiquei sentada na poltrona. Temi a discussão que ele teria.
         O último olhar odioso de Tarik parecia anunciar uma guerra.
         Quem a venceria?
        

Longa¹ = Filme longa metragem.
Trouble² = música da banda Coldplay. (Tradução: Trouble/Problema).

Noah Calhoun³ = personagem criado por Nicholas Spark no romance “Diário de uma paixão” o livro ganhou versão para o cinema e se tornou o filme romântico favorito de Taylor Lautner, onde Noah Calhoun é interpretado pelo ator canadense Ryan Gosling.

“Se te comparo a um dia de verão4” soneto 18 de Shakespeare.

 
 
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